As vezes você acorda e percebe que não é feliz. Você abre os olhos e enxerga um mundo ao qual você não pertence, vivendo uma vida que não é sua, sendo alguém que você não conhece. Mas o que é ser feliz se não viver só de alguns momentos felizes? Poucos momentos, raros momentos. Momentos que não são o suficiente.
Talvez a felicidade não exista, talvez a vida não tenha um sentido, talvez tudo isso não passe de uma ilusão. Não acredito que o ser humano seja algo a mais do que uma pobre criatura caminhando perdida pelo mundo, desperdiçando tempo com sua futilidade e solidão. Não acredito que o ser humano mereça algo o mais do que viver assim e morrer do mesmo jeito.
Nesse momento nem tampouco acredito no amor. Esse suposto sentimento idealizado por nós, criaturas egoístas. Não acredito que seja possível amar alguém, acredito que o que chamamos de amor seja o prazer em reconhecer no outro você mesmo, ou o que você queria ser ou o que você já foi. O amor é a prepotência de achar que o outro lhe pertence e pode satisfazer seu vazio de sentido, só isso. Tudo gira ao nosso redor.
Até quem se culpa por tudo é egoísta em querer pegar a responsabilidade do mundo para si. Até quem diz poder morrer por alguém ou por alguma coisa é prepotente ao se colocar no lugar de um herói. As pessoas que mais se dizem boas são, no fundo, as piores, as que se dizem más ao menos são sinceras, sinceridade falsa pois no fundo todo mundo se acha bom e nobre de alguma forma, e quem não se vê dessa forma, quem realmente é sincero, é doente. Ironicamente.
3 comentários:
E às vezes você acorda e percebe que é feliz. Você abre os olhos e o mundo tem uma cor diferente, tudo parece bonito, claro e bem definido, talvez como um sonho que parece realidade… Você verifica pra ver se não usou nenhuma droga e entrou numa vibre… mas não… é a felicidade mesmo. Você passa um tempo pensando… com medo… medo de que o momento acabe. mas ele continua lá, firme e forte batendo no seu peito.
Você sequer está apaixonado… não ganhou na loteria… você lembra de tudo que está acontecendo na sua vida e percebe que seu pai é um cretino, sua mãe uma louca, sua namorada… bom… você não tem namorada… digamos que tenha… daí é aquela coisa sem sal, brigas, palhaçadas, desentendimentos. E porra, você está feliz. Eu insisto, não é truque, não é mágica… é felicidade. De repente você vê bondade nas pessoas, mas acima de tudo, como um bom ser humano que é, você enxerga bondade em você.
E até que o ser humano não é tão egoísta afinal, até que existem pessoas puras de verdade… elas podem ser poucas (será que são mesmo?), mas elas valem por todas aquelas imbecis que vemos todos os dias na TV (eu não vejo TV, mas sei que tem pessoas imbecis lá). Elas valem porque elas tem algo dentro delas. Seria o amor? Acredite se quiser, é nesse momento que você acredita no amor. Afinal, quando se está feliz, o amor flui no nosso sangue, oxigenando nossas vidas. Mas não, não é o amor que essas pessoas tem… elas chamam de paixão, aquilo que as faz levantar uma bandeira e abraçar uma causa nobre. Mas não é.
Aquilo que te fez acordar olhando o mundo diferente, te fez perceber que nem tudo está perdido, mesmo que na prática esteja, é a esperança. Se você procurar aí dentro, bem no fundo… o último item da sua caixa de Pandora pessoal estará lá. Sorrindo pra você e te fazendo sorrir até quando você está no escuro. É aquilo que brilha. É um óculos fundo de garrafa pra você poder enxergar que os pequenos, microscópicos momentos de felicidade que existem constantemente nas nossas vidas. Sem esse óculos você não consegue enxergar no escuro.
Eu costumava dizer que ter filhos é um ato de egoísmo do ser humano. O maior deles. Falava com a amargura de quem provavelmente nunca vai ter um que saia de dentro de mim. Mas falo uma coisa a você que acordou achando o mundo bonito e principalmente a você que não achou o mundo tão bonito assim: eu mudei de idéia. Coloquei meus óculos e vi que as crianças são os óculos do mundo. Que não temos elas por egoísmo, mas para o mundo. O maior ato de altruísmo do ser humano. O que prova que nem tudo está perdido. O que prova que ainda há esperança de sermos felizes sem precisar de momentos na escuridão.
meu deus... você me deixou meio sem palavras.
Eu amo crianças... Para mim só elas são realmente puras e sinceras, tanto em maldade quanto em bondade. Eu realmente acredito que temos muito a aprender com elas, por mais que isso já tenha sido dito milhões de vezes por tanta gente... Será que as pessoas realmente param para escutá-las? Para observá-las?
Também acredito que ter um filho é um dos atos mais autruístas que alguém pode ter, no caso das mulheres, das mães (não acredito nos homens).
De qualquer jeito... Você tem razão. As vezes acordamos e percebemos que somos felizes e vemos como o mundo é bonito. Gostaria de ter mais momentos assim...
eu acredito que felicidade não vem com a luz do sol quando você abre a janela... você tem que busca-la, você tem que buscar sua felicidade, estar com quem você gosta e que gosta de você, levar a vida sempre pensando em ser feliz.
Existem pessoas boas, as que querem ser felizes e que não precisam prejudicar ninguém para fazer isso.
Uma pessoa boa não é a egoísta, é a que enxerga nos outros alguém igual a ela, alguém que só quer ser feliz.Pode parecer bobo, mas a partir do momento que você quer que alguém seja feliz, você está sendo uma pessoa boa.
Mas nem todo mundo é assim, pra muitos basta uma pessoa se fuder pra ela por um sorriso na cara, e ganhar o dia dela. E o mundo está cheio dessas pessoas.
O amor... sei lá, não é você sentir que aquela pessoa te pertence, é você sentir que ela é causa da sua felicidade, que estar com ela te faz bem, te faz feliz sem ter motivos... e se ela sente o mesmo ou não é outro assunto e e pode sim te amar, em vários níveis e tal.
Criança... eu não sei nunca fui fã de criança... elas são bonitinhas fofinhas e tal, mas só são pessoas pequenas.Mas ultimamente eu tenho visto qual é a essência disso. Elas são inocentes, são felizes por nada, não importa se faz sol ou faz chuva. E ter um filho é uma coisa totalmente diferente de 'crianças' por assim só, ter um filho é a continuidade, é um ciclo... e não é egoísmo em nenhum ponto, você deu vida a alguém, alguém que você ama incondicionalmente, faz parte de você. Não que seu filho te pertence, mas ele é parte te você...
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