É fácil reduzir alguém a um diagnóstico. É muito fácil encaixar tudo o que alguém faz, sente e vive na doença que ele tem. Também é fácil para o doente se conformar com sua doença, se sentir doente e incapaz.
Depois de se aceitar o problema há dois caminhos que alguém pode seguir: desistir ou continuar lutando. Desistir é um caminho sedutor, fácil e simples, quase uma libertação, deixar que sua doença tome todo seu ser, te transforme no monstro que você odeia, destrua sua vida, seus amigos, sua família, você mesma. Quanto a lutar.... Lutar é um caminho sofrido, extremamente tortuoso e cheio de obstáculos, admitir seu problema é saber que essa luta será desigual e que por isso você terá que se esforçar muito mais, admitir é saber que você por vezes tropeçará nos obstáculos e cairá, mas que isso não significa que a luta está perdida, lutar é dar uma chance a si mesma, continuar lutando é uma forma de tentar mostrar as pessoas ao seu lado o quanto elas são importantes, por que você quer ser uma pessoa melhor para elas.
Sua luta começa quando você reconhece seu problema, porém é perigoso admitir que se é doente, você pode esquecer que ainda existe uma parte saudável dentro de você, você pode esquecer como as coisas costumavam ser quando você não precisava tomar tantos remédios e se esforçar tanto para sobreviver, por assim dizer, a coisas tão pequenas. Você pode esquecer quem você é, você pode começar a acreditar que realmente é um monstro. É perigoso. É perigoso também quando as pessoas ao seu lado reconhecem que você é doente, elas também podem esquecer que você ainda tem um lado saudável, elas podem acreditar que você realmente não tem jeito e que não vale a pena lutar por você, elas podem pensar que tudo o que você é e sente, é em função da sua doença.... E então elas te diminuem, desvalorizam seus sentimentos e culpam sua doença por tudo. Isso dói.
Uma pessoa é muito mais do que um diagnóstico, palavras em um livro ou site. Uma pessoa é muito mais do que o que dizem dela, muito mais do que ela própria mostra ou o que você vê.
O que eu sinto é real.
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