"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

domingo, 29 de agosto de 2010

Procura-se a outra metade



É estranho essa nossa necessidade de se encontrar no outro. Achar que no outro está a chave para todos os nossos problemas. A tal da "alma-gêmea", não? Aquele que te completa, aquele que te entende, aquele que estará sempre ao seu lado e nunca permetirá que esse buraco em seu peito volte a doer. Pois é... Essa pessoa não existe. Não, você não achará alguém perfeito para você, não achará alguém capaz de preencher toda a dor e vázio que te consome, pelo menos não o tempo todo. Você não achará alguém que nunca irá te decepcionar, alguém que sempre estará disponível para reconhecer e entender suas recaidas. Vocês nunca serão um só. Vocês serão dois, em suas individualidades e peculariedades, em seus dias bons e ruins, mas estarão juntos, só isso, se apoiando sempre que possível.

Você não olhará para o outro e verá você. E se ver... Deve ter alguma coisa errada, porque alguém exatamente como você nunca irá conseguir te apoiar e te levar para frente. Vocês serão só duas almas iguais, presas no mesmo buraco, com as mesmas reclamações e dores, presas em seu próprio universo para sempre. E que vantagem há nisso?

Não, você não achará alguém "perfeito". Mas achará alguém. Alguém que te conquistará com todos seus defeitos, alguém confiável que se encaixe direitinho em seu abraço, alguém compreensivo o suficiente para entender que nem todos os dias você estará bem e feliz, alguém forte o suficiente para te ajudar a levantar, mas alguém também não muito pesado, para que você também possa ajudá-lo a levantar quando for a vez dele cair. Alguém capaz de se entregar sem se tornar dependente, alguém capaz de ser dependente sem ser um peso, alguém capaz de te mostrar o quanto você importante mas sem se diminuir. Alguém capaz de pedir desculpas e voltar atrás, porque todo mundo erra. Alguém que saiba te motivar sem exageros e irrealidade e que saiba criticar sem destruir. Você achará alguém que não será perfeito, muito menos será como você. Mas será sua metade.

Ah! E não se esqueça. Seja você o primeiro a mostrar todas essas qualidades, não espere dos outros. Já pensou que talvez você é que tenha que completar o outro? E não o outro você? Então seja o melhor possível.

Eu, particularmente, ainda tenho um longo caminho pela frente (e bota longo nisso).

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dói aqui dentro



É isso aí... Segredos e mentiras desmascarados. Contei para minha mãe que me corto (na verdade minha psicologa contou porque eu estava chorando tanto que não teria conseguido nunca por conta própria). Pois é... Dizem que se abrir e contar a verdade trás alivio, dizem que falar é um jeito de tirar um peso enorme das costas, mas eu não me sinto assim. Não me sinto nem um pouco mais aliviada... Desde o momento que ela soube, aqui dentro dói, dói muito mais do que o normal. Agora... a cada instante a única coisa que me vem a cabeça é o quanto eu sou um problema enorme, o quanto eu estou preocupando as pessoas a minha volta. A cada instante escuto minha mãe chorando e dói... Dói tanto. Escuto minha mãe perguntando e perguntando, insistentemente, o por quê... Me machuca tanto ver ela chorando, me machuca tanto decepcioná-la.

Não sou mais a filha boazinha, não sou a filha certinha, a filha que os pais se orgulhavam. Não sou mais nada do que se era esperado de mim.

Sabe... Me arrependo tanto de ter contado... Gostaria de poder morar longe, em um lugar bem frio onde seria bem mais fácil esconder. Se eu soubesse que iria doer tanto, eu teria me matado antes... Cara, eu me odeio. Me enoja essa coisa que sou eu. Me sinto um monstro... Um monstro horrível. Não importa o quanto digam que a culpa não é minha, é óbvio que é minha, qualquer idiota consegue ver isso. Tem alguém te obrigando a arrastar a lâmina por sua pele? Não, não tem. Logo, o culpado é você. Só você.

E mesmo agora, olhando para as marcas em minha pele e lembrando o sofrimento da minha mãe... Mesmo agora eu ainda quero me cortar, quero me cortar mais do que nunca. Eu preciso me cortar. O vazio aqui dentro me consome tanto. O que eu posso fazer? Se não isso, para me sentir melhor? Não vou conseguir. Eu sei que não vou.

Eu deveria morrer. É o que eu mereço. Quantas vezes eu ainda vou ter que pedir para que me mate, Deus?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O que fazer quando...



O que fazer quanto nos sentimos como estranhos dentro de nosso próprio corpo? O que fazer quando, de repente, a certeza deixa de existir, quando temos medo ao olharmos para nossas mãos, quando a angustia começa a nos vencer e a vontade de viver ou fazer qualquer coisa vai diminuindo e diminuindo? O que fazer quando tudo perde o sentido, quando a dor e a raiva começa a nos dominar, quando o choro já não pode mais ser segurado? O que fazer quando começamos a atacar quem mais amamos? Sem saber porque... Sentindo como se seu maior inimigo e monstro fosse você mesmo.

O que está acontecendo comigo?

E por quê?

Me cortar... É só o que eu penso. Momentos bons existem, é claro que existem... Mas a vontade está sempre aqui, viva e pulsante. Não só a vontade, mas também a indiferença que vem crescendo, o "preciso" disso para me sentir melhor. De repente, não me importo mais com o que o mundo pode pensar sobre mim, de repente não ligo mais para olhares assustados, de repente esconder, fingir e fugir não parece mais ter sentido... Esconder para quê? É só uma preocupação a mais, um problema a mais. Estou cansada... Quero desistir... Seria tão mais fácil, não se seria? Me render à minha dor e pronto, acabar logo com isso.

E meu psiquiatra adiou DE NOVO a porcaria da consulta... Estou entrando em pânico já. Quero só ver se aguento mais uma semana inteirinha... Vai demorar uns 30 anos para passar. Ele precisa trocar a porcaria do remédio que não está adiantando nada. Tá... Tudo bem... Essa semana vai ser o inferno, mas eu preciso manter a calma. Estou com um medo doido dos comprimidos acabarem, se já me sinto ruim com eles, sem eles acho que eu me mato de vez. Cara... Eu odeio quando ele faz isso. COMO um psiquiatra pode adiar uma consulta?? Tipo! E se eu, sei lá, decido me matar amanhã ou coisa assim? Eu preciso dele. Todos os pacientes precisam!

domingo, 22 de agosto de 2010

Relativize!



Ontem, conversando com um garoto Bipolar que eu acabara de conhecer, eu disse que queria ser normal, disse que tinha medo por não ter certeza se era normal ou não. Ele sorriu e me disse que ele havia aprendido uma coisa ao ter passado por tudo que passou, ele aprendeu a relativizar. Simples assim. Relativize. Não sofra tentando ser "normal", tentando se parecer com todo mundo, afinal, como você pode saber o que realmente é normal e o que é loucura? Não sofra pensando que as pessoas nunca vão te entender. Não sofra pensando que está sozinho. Você não está! Pode ser que você ainda não saiba, ainda não veja e não conheça ninguém que sofra como você sofre, mas essas pessoas existem. E estão espalhadas por aí, elas te entendem, você não é o único. Não pense em você mesmo como sendo o diferente, o estranho e o desencaixado, não sinta verganha de ser quem você é. Ninguém tem culpa, você simplesmente é assim e pronto. Orgulhe-se, ou pelo menos aceite-se e trabalhe para ser o melhor possível dentro do que você pode ser, trabalhe com as ferramentas que você tem e não se lamente por não possuir a habilidade que este ou aquele tem. Se eles são bons nisso, você deve ser bom em outra coisa, tenho certeza, nem que seja "só" em ouvir. É um ótimo dom.

Procure-se. Dentro das entranhas de si mesmo, procure. Você está ali, em algum lugar. Ria diante da estranheza da vida, ria aquele riso sem motivo e doido, ria das sensações que você experimenta. Tudo tão forte e intenso. Olhe para as pessoas e se pergunte, divertido, como elas conseguem continuar vivendo suas vidas tão calmamente enquanto tanta coisa acontece ao seu redor. Chore quando sentir vontade, sem motivo também, só chore. Sinta raiva, coloque-a para fora de algum jeito para que ela não te consuma. Grite sem remorso. Você tem direito de sentir o que sente, quer as pessoas entendam ou não. É o que você está sentindo. É o que você é.

Trate bem quem te trata bem. Tenha paciência com as pessoas. Elas não entendem, elas não sabem o que fazer. Mas suas intenções são boas e é isso que conta, não é? Agradeça, todo o dia, em silêncio, por ter pessoas ao seu lado, você precisa delas. Não pense que é pior do que ninguém por ser assim, nunca pense que você não nasceu com ferramentas ou forças suficientes para suportar a vida. Você nasceu sim, mas suas ferramentas são diferentes, só isso, e você ainda não sabe como usá-las.

Relativize. O que é a loucura para você?

Para mim, louco é quem vive entorpecido em sua rotina, é quem não sente a vida pulsando em suas veias, é quem não olha com sarcasmo para a morte logo em frente, louco é quem já morreu e ainda não se deu conta.

sábado, 21 de agosto de 2010

Egocentrismo



Bom... Desde quando eu me entendo por gente, as pessoas viviam me dizendo que eu era uma egoísta e uma egocêntrica nojenta. É engraçado porque o egocentrico se ama e se acha o centro do universo, se importa só com si mesmo, mas eu, incrívelmente, apesar de todo mundo insistir que sou egocêntrica, me odeio e boto até um cachorro mais no centro do universo do que eu mesma. Tudo bem... eu sou horrível, eu sei, sou muito egoísta as vezes porque tenho sim dificuldade em compreender a opnião dos outros, mas pelo amor de Deus né, eu não tenho nem um resquício de auto-estima, como eu poderia ser egocentrica?? Quer dar um nome para meu problema? Eu tenho uma auto-piedade nojenta e grudenta, é diferente, é ruim também, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. O egocentrico se acha Deus, o auto-piedoso se acha o pior verme da Terra.

Vamos explicar mais um pouquinhos o que seria uma pessoa egocêntrica. Egocêntrico é aquele que pensa que não precisa de ninguém, aquele que se acha superior, aquele que só se preocupa com si mesmo, aquele que é incapaz de ter um pouquinho de humildade, solidariedade e fraternidade. Se para salvar uma pessoa ele tiver que descer um pouquinho de seu pedestral, ele não desce. É aquele destinado a sofrer, por ser incapaz de aprender com seus erros, simplesmente porque nunca acha que está errado. É aquele destinado a solidão, por despresar as pessoas a sua volta, se sentindo tão superior e melhor, que ninguém nunca vai se sentir útil e amado ao seu lado. É aquele que precisa derrubar os mais fracos para provar para si mesmo sua força. É aquele que se esconde atrás de mentiras e máscaras, incapaz de admitir para si mesmo sua solidão e tristeza. Incapaz de pedir perdão, incapaz de olhar para o próximo com igualdade. E capaz de fazer de tudo para satisfazer seus desejos e objetivos, não importa quandas cabeças ele terá que pisar para isso.

Egocentrico é aquele que possuí o ego doente, muitas vezes confundido com individualista, apesar que talvez uma coisa signifique outra... Não sei. Mas não vejo ninguém pensando nos individualistas como sendo egocentricos. O individualismo nos dias de hoje é tratado como algo necessário para se alcançar o "sucesso", o mundo é individualista, o capitalismo ou seja lá o que for. Mew... E dai se o universo só pensa nele mesmo?? Você presica ser igual? Isso é uma desculpa egoísta para caramba, mas beleza né. Enfim... O egocêntrico é incapaz de se colocar no lugar dos outros. Nenhum egocêntrico é merecedor de admiração nenhuma, muito menos de apoio. Quer um conselho? Cuidado. Cuidado para não se transformar em cachorrinho de um deles, o saco de pancadas que eles sabem que podem derrubar facilmente sempre que quiserem se sentir melhor. Você é auto-piedoso? Se acha fraco e tem pena de si mesmo? Fique longe de egocentricos, vai por mim, relacionamento saudável é que não vai ser. O egocentrico aumentará sua auto-piedade e você alimentará o egocentrismo dele. Mude, se afaste, se levante, lute, se esforçe, faça qualquer porcaria mas não se rebaixe, por favor, não se rebaixe. Apelo para vocês, os "fracos", porque sei os "fortes" nunca admitiriam nada disso, muito menos tentariam mudar a situação confortável em que se encontram.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A lógica dos viciados



Ei, escute. Essas vozes em sua cabeça. Tem uma que chora... Chora baixinho toda vez que você encosta a lâmina em sua pele. Mas você quase sempre consegue ignorá-la, menos quando o choro se torna mais alto, desesperado e incontrolável, como se essa pequena parte, subtamente estivesse explodido, contaminando todo seu corpo. Tem outra alegre e outra triste, que brigam entre si, profundas e superficiais ao mesmo tempo, falsas, inconstantes e confusas. Mas tem uma que parece que está gritando mais alto, não está? Ou será que são duas já? A angustiada e a insensível talvez. Gritam para que você desista, gritam dizendo que você não vai conseguir.

Você acredita. Acredita que não existe saída, acredita que nunca irá melhorar. Acredita, principalmente, que precisa daquilo, precisa tanto que se não puder mais fazer isso, você nunca mais conseguirá sorrir e se sentir bem. Lembro de um video que eu vi a um tempinho atrás sobre cutting, o cara falava para se preparar, porque o gilete iria se tornar seu melhor amigo. Olha... Eu não diria amigo, mas sim a melhor droga. Sem dúvida. Fácil acesso, eficaz e discreta, totalmente legal. Todos fingem que não existe, todos se escondem, no silêncio imposto para que a imagem da felicidade e da perfeição seja mantida.

Fico imaginando... Quantos adolescentes... Adultos, crianças, não importa, estão nesse momento se cortando? Sozinhos... Escondendo sua dor, seus traumas e medos, atrás de sorrisos falsos, sem que ninguém nunca veja. Sendo socorridos tarde de mais, abandonados, esquecidos, mortos pelo peso da indiferença. Ou então... Sendo amados, sendo socorridos a tempo, mas sem nunca achar o caminho para a cura de fato, para a liberdade... Carregando a sensação que são só um peso e um problema para as pessoas a sua volta. Presos em seu circulo sem fim. Se cortar para se sentir bem, para poder mostrar para as pessoas a sua volta que você está bem, mas então eles descobrem, ficam triste, você fica mais triste ainda, e você se corta, para se sentir melhor e não se cortar nunca mais... Você se corta e se corta, para não machucar as pessoas a sua volta, para enganá-las. Mas é só uma mentira, infântil e ilógica. Você sabe que não faz sentido... Mas simplesmente precisa. Como um viciado. Como um viciado... Como é possível suportar a vida sem isso?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Nossos pequenos projetos de seres humanos



Tem uma menina grávida na minha escola. Uma menina de uns 16 anos só, bem pequenininha, parece até que tem 12. Fico imaginando como esse bebê vai ser... Como será a vida dele? Quantas lágrimas irá derramar? Por quantas decepções e frustrações irá passar? Será feliz? Se sentirá amado? Hoje mesmo.. Ouvi umas crianças conversando na minha perua, no caminho da escola, uma delas reclamava que a fada-do-dente só havia dado 10 reais para ela e que um amigo havia ganhado 50!! Na minha época... Eu lavava o quintal para ganhar cinquenta centavos e ficava feliz da vida (não to zuando). Fiquei assustada com a menina consumista dos infernos... Se essas crianças já estão assim, como será que as que estão para nascer serão?

sábado, 14 de agosto de 2010

Hoje...



Hoje eu terminei de quebrar o que restava de meu coração. Hoje eu arranquei-o de meu próprio peito e o atirei no chão de propósito. Só para ver todas as cicatrizes, marcas e rachaduras arrebentarem em milhões de pedaçinhos. Hoje ganhei o passe de volta para o inferno, depois de ter tido o gostinho de alguns dias de liberdade. Hoje o inferno me recebeu de braços abertos, dizendo que ali era meu lar. Hoje eu cai mais uma vez. Ou será que eu me joguei? Talvez eu tenha me jogado mesmo... Hoje eu tentei ser livre, hoje eu ousei pensar que talvez eu não devesse me sentir tão inferior a todo mundo, mas fracassei. Eu poderia ter ficado quieta, poderia ter tentado me controlar melhor, poderia sofrer aquela dor lenta e constante, a dor de quem cai aos pouquinhos, penhasco abaixo, mas não... Não agüento mais essa tortura constante, essa dor de só estar viva. Então eu me atirei. De cabeça. Quase que pedindo para que o mundo me destruísse.

Mas lá de baixo... Eu vi. Eu consegui ver. Por trás do desespero, da dor, da solidão e do medo, eu vi. Vi que eu ainda existiam pessoas que se davam ao trabalho de descer até onde eu estava e tentar juntar os pedaços de meu coração. Meus amigos... Talvez ter uma família signifique isso. Pessoas ao seu lado... Pessoas que se importam... Pessoas que não te abandonam. Eu tenho sorte, eu sei que tenho muita sorte de ter tanta gente maravilhosa ao meu lado, mesmo quando eu penso que estou completamente sozinha.

Sabe... Gostaria de ter conseguido parar de chorar. Gostaria de ter tido a coragem para encarar meu maior medo, gostaria de não decepcioná-los nunca, gostaria de poder não deixar ninguém preocupado, gostaria de ser forte, gostaria de aprender a suportar toda essa dor, gostaria de conseguir caminhar com minhas próprias pernas... Mas eu não consigo, simplesmente não consigo. Por favor não me abandonem. Por favor. Por favor não me deixem sozinha, por mais que eu peça, por mais que eu implore, nunca desistam, por favor. Eu preciso de vocês, de todos vocês, tanto que vocês não fazem nem idéia.

Eu sei que é duro estar sempre ao meu lado... Sei que é uma carga pesada. Eu sei o quanto os machuco. Me desculpem, estou me esforçando, por favor acreditem, estou lutando com tudo que eu tenho. Eu sei que muitas vezes vocês não vão entender tudo o que eu sinto, sei que não vão compreender minhas crises nem nada, sei que pareço uma idiota, eu sei de tudo isso... Sei o quanto sou um peso para todo mundo. Mas não desistam de mim por favor...

Mas se for pedir muito... Eu vou entender também. Juro que vou entender. Eu sei também o quanto é egoísta eu pedir isso... Talvez fosse melhor vocês me deixarem sozinha mesmo. Não gostaria de estragar a alegria de ninguém nem nada... Mas eu peço assim mesmo. Peço porque quero que saibam o quanto vocês são importantes. Peço para que vocês saibam que, todos os dias que caminham ao meu lado, vocês estão salvando uma vida. Vocês são heróis. Todos vocês. Se um dia pensarem que não servem para nada, se um dia pensarem que não são ninguém (e eu espero que isso nunca aconteça) tentem se lembrar de mim, tentem se lembrar do quando foram importante para esse pequeno ser aqui. Quer seja com um abraço, quer seja com o silêncio, com um olhar, uma palavra. Não importa. Vocês estavam ao meu lado.

E mais uma vez, insistentemente: Eu amo todos vocês.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Gentilezas e falsidades



Vamos sair acariciando o ego alheio para o mundo ser mais feliz e bonito?? Não. Pelo amor de Deus, não. Existe uma tênue linha separando a gentileza da falsidade, certo? Precisamos ser gentis com as pessoas para que conviver em sociedade seja possível, mas não precisamos ser falsos, não é? Quero dizer... Se a pessoa for mais feia que um peixe morto, porque diabos você vai enfiar na cabeça que precisa elogiar a "beleza" dela? Elogie a inteligência, o sapato, não importa! Mas não faça a burrice de elogiar uma coisa que não é uma caracteristica boa de uma pessoa só para fazê-la se sentir melhor. Qualquer idiota vai perceber que você é um mentiroso do caramba, ou seja, nenhuma alma pensante vai acreditar mais em você.

Bom, tirando as pessoas que enfiam na cabeça que "precisam" fazer uma pessoa se sentir um deus ou sei lá o que (como se isso realmente ajudasse alguém...), existem também as pessoas que são um pouco gentis de mais, ou tentam ser. Aquela pessoa que você chega e pegunta: "E ai? O que achou dessa roupa?" ai ela responde "Ah... Tá boa...". Ou seja, tá uma merda, mas deve estar tão ruim, mas tão ruim que a pessoa não teve nem coragem de criticar. Portanto, diga logo que está ruim antes de fazer toda essa enrolação que só vai deixar a pessoa mais envergonhada ainda.

Outra coisa. Tomem cuidado com quem vocês elogiam. Não é só porque o cara se acha super legal, gostoso e blá blá blá, que você precisa concordar com ele e contribuir para que o ego dele se torne cada vez mais ridiculamente enorme. Eu sei que da dó destruir toda uma visão que uma pessoa pode criar de si mesma, acabar com o pedestral que ela construiu, mas mew... Por amor a vida. Seja sincero! Não precisa ser grosseiro ou mal educado (eu num sei se é com u ou com l que se escreve mas tudo bem...), só precisa ser sincero. Encare a pessoa e diga caramba, diga que não concorda, diga que não faz sentido nenhum o que ele esta dizendo, critique. Pegue o cara e fale "Mew!! Você não é tudo isso não caramba! Abaixa essa bola toda!". Acredite em mim vai ser melhor se os amigos dele abrirem seus olhos do que quando a realidade bater de frente na vida dele. Ele não vai aguentar.

É claro que uma pessoa precisa se sentir bem consigo mesma, se orgulhar e tudo mais. Mas se sentir superior?? Você é superior porque? Você se acha muito esperto? Se acha especial? Acha que tem uma visão de mundo diferente? Vou repetir o que já disse em um outro post (nem lembro qual). CADA PESSOAZINHA dO PLANETA TEM UMA VISÃO DE MUNDO DIFERENTE! O que te faz pensar que a SUA é especial?? Eu não consigo entender... Sério mesmo, não consigo entender o que se passa na cabeça dessas pessoas. Quero dizer... A pessoa é uma em, sei lá, zilhões e mesmo assim pensa que por algum motivo totalmente desconhecido e irreal, ela é diferente e vale mais do que os outros! Por quê?? O que faz uma pessoa pensar assim?? Visão egoista e individualista do caramba.

Eles pensam o que? Que são personagens de alguma história infanto-juvenil idiota em que, do nada, sem motivo nenhum, o zé mané da escola vai tipo, para outra dimensão e vira um mega herói fodão? Deus do céu... Me desculpe, sério mesmo, me desculpe, mas você não é porcaria nenhuma no meio e muitos e muitos outros. E não, o "destino" não vai te recompensar por você ser um lixo. Sinto muito. E pela última vez, não, eu não vou te elogiar só porque você quer ou acha que precisa.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pena de Morte - Quem você pensa que é para dizer quem tem direito a vida?



Tudo bem... Eu tenho uma certa dificuldade para entender o que se passa nas cabeças ocas e insensíveis de quem é a favor da porcaria da pena de morte. Deus do céu... Por favor, vamos deixar de ser simplistas porque não é assim que os problemas vão se resolver. Mas lá fui eu pesquisar as tais "justificafivas", até porque esse povo se acha tão esperto né. Imaginei que teriam motivos decentes. Pois é... Eu fiquei decepcionada.

Vamos aos motivos pelos quais se é a favor da pena de morte, bem como as críticas a eles:

1 - Economia: como se a vida humana pudesse ter um preço, os defensores do assassinato estatal institucionalizado, quando o Estado mata ao invés de promover a vida, "informam" que matar um suposto autor de "crime hediondo" é mais barato que mantê-lo, por exemplo, aprisionado por toda a vida. Falso. As custas de processos, cárcere protegido especial (para evitar linchamentos), apelações, vigias, sacerdotes, maquinário e carrascos custam três vezes mais que um aprisionamento perpétuo do cidadão a ser assassinado, por exemplo. Embora esteja bem claro que a prisão perpétua seja medida mais econômica que a condenação capital, temos de pensar em algo mais humano ainda: a implantação de colônias penais agrícolas, onde o detento poderia custear seu próprio sustento, sem onerar os cofres públicos, os contribuintes e, além do mais, trazer o ressarcimento econômico aos seus erros para com a sociedade. Estaria, e isso é o mais importante, vivo para que eventuais erros judiciários fossem reparados. Grupos de extermínio, claro, não sujeitos a todas estas formalidades, não são onerosos, nem eficientes, nem eticamente dignos de consideração numa análise séria como esta pretende ser.

2 - Intimidação: Há quem creia que, num Estado onde exista a pena capital, o assassinato institucionalizado, o eventual criminoso tenda a "pensar duas vezes" antes de cometer delito hediondo. Antes de mais nada, os fatos apontam na direção contrária: onde a pena de morte é praticada os índices de criminalidade são os mais elevados. Especula-se que o eventual criminoso tenda a eliminar potenciais testemunhas de um delito praticado em momento não refletido de sua vida. Isso, claro, quando o sujeito pára para pensar na besteira que estaria fazendo, o que é raro acontecer. Crimes hediondos, em geral, são praticados por pessoas em estado de total descontrole, provisório ou permanente, de suas faculdades mentais.

Vale a pena ressaltar que na França houve uma significativa diminuição nos índices de criminalidade com a abolição da guilhotina enquanto que no Irã aqueles índices sofreram significativo aumento com a reimplantação da pena de morte após a revolução islâmica. Especula-se neste caso que as pessoas que vivem numa Nação violenta, competente para matar ou deixar viver, tendem a seguir-lhe o exemplo...

3 - Vingança: O mais sórdido e menos ético dos argumentos utilizados pelos defensores do assassinato institucionalizado. Descendo ao nível moral daqueles que qualificam como criminosos, os pregadores da vingança insistem na "Lei de Talião", só possível a não-cristãos, claro, mas que precisa ser considerada também. Ao invés de ansiar e trabalhar pela elevação dos padrões intelectuais e morais das pessoas, aqueles que defendem a implantação da pena de morte pregam um retrocesso do Estado ao nível de barbárie em que se encontram alguns criminosos produzidos, repita-se, por uma ordem social injusta em última análise, desigual e cruel em sua essência. Vale lembrar aqui as palavras do Mahatma Gandhi: "Um olho por um olho acabará por deixar toda a humanidade cega!" É vital deter a propagação do Mal, não expandi-la!

4 - Desumanidade: "O que é que merece alguém que comete um crime hediondo (assalto, estupro ou seqüestro com morte)?" ou "O que é que você faria se algum ente querido seu fosse sordidamente seviciado e assassinado?" Ora bolas, não cabe a ninguém dizer quem é humano e quem, pelos seus crimes, deixou de o ser e com isso perdeu seus direitos! Os nazistas, a quem a história julgou e execrou, agiam assim: primeiro tiravam o status de humano de criminosos comuns, depois de criminosos políticos, depois de pessoas consideradas racialmente inferiores e os iam exterminando a todos. Quanto ao que um homem transtornado por desejos pessoais de vingança faria é um assunto. Outro assunto é o que o Estado lúcido e ponderado, na figura de seus magistrados deve fazer.

5 - Banalidade do Mal: O defensor da pena capital, em geral, não se dá conta de seu grau de comprometimento com a medida que propõe, pensa que, por caber a outros a execução do que propõe já nada mais tem a ver com isso. De novo o modelo nazista: o Führer não se sentia pessoalmente responsável pelo que acontecia fora de seu gabinete acarpetado onde as penas capitais eram decretadas, nem seus oficiais por meramente retransmitir ordens dadas, menos ainda os subalternos por cumprir aquelas ordens, todos burocraticamente distantes uns dos outros. Aqueles que defendem o assassinato institucionalizado no Brasil contemporâneo não querem comprometer-se, mas é preciso demonstrar, por mais chocante que isto possa parecer que cada vez que alguém comete o simples ato de erguer a mão para votar a favor da implantação desta excrescência em nossa legislação está sendo cúmplice em potencial de um assassinato a ser cometido pelo Estado.


É claro que cada um tem seu ponto de vista e temos que respeitar. Mas, sinceramente, existem tantas outras formas de se resolver os problemas, de se castigar uma pessoa de um modo que a faça crescer. Um crime não justifica outro crime, não é? Não é matando e usando de violência que os casos de violência e assassinato irão diminuir. Isso sem falar nos possíveis inocentes que poderiam ser condenados injustamente, afinal a justiça está sujeita ao erro também.

E mais uma vez, pense. Você teria corragem de puxar o gatilho em direção a outro ser humano? Independente de seus erros e pecados, quem é você para julgar?

sábado, 7 de agosto de 2010

Buscando razões



(momento feliz *-* sim, eles existem de vez enquando)

Eu não vou viver porque o "Sol vai brilhar amanhã". Não vou viver porque ache que tenha alguma missão aqui na Terra para mim. Não quero viver porque ache que ainda há esperança para a mundo, eu não acho o mundo nem um pouco bonito e muito menos justo.

Mas ainda assim... Quero viver. Cegamente as vezes aqui dentro a vida ainda queima mais forte e pede mais tempo. Tempo e mais tempo. Quero viver porque tenho medo, quero viver talvez porque ainda espere um final feliz caído dos céus. Quero viver porque os dias bons ainda existem, por mais que tenham se tornado raros, ainda existem e mesmo se desaparecessem, ao menos alguns bons momentos iriam sobreviver, não iriam? Quero viver porque pessoas boas ainda existem, pessoas pelas quais vale a pena lutar.

Não acho que a vida seja um presente, pelo contrário, é um peso, um desafio.

Mas eu adoro desafios.

Vou viver olhando para o céu, olhando para o mundo de frente, como que gritando, desafiando. Não serei só uma bonequinha nas mãos de mais ninguém. Não sou uma pessoa fadada a perder, são vocês que me empurram para o fracasso, mas isso não está escrito nas estrelas, está? E mesmo se estivesse, eu não acredito. Ao deixar de se acreditar, Deus morre, o destino morre, tudo que só existia porque você acreditava simplesmente desaparece.

Não vou viver com medo de errar, não vou viver me sentindo culpada por ser quem sou.

Vou só viver.

E meu objetivo será pisar em todos vocês que me derrubam, em todos meus medos e todos meus monstros.

Estou vivendo para vencer.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Cutters



Não faço isso para chamar atenção. Não faço isso porque sou "emo". Não faço isso com o objetivo de me matar, apesar da morte rondar meus pensamentos como uma solução maravilhosamente fácil. Não faço isso porque me obrigam, e nem sembre faço isso pensando que eu mereça. Nem sempre faço isso porque não sei me controlar, a questão é, por que eu me controlaria? A dor cega. Não faço isso porque não vejo as consequências. Faço isso porque preciso.

Preciso porque não sei lidar com a dor de outra forma. Faço isso para não enlouquecer, por mais que pareça uma loucura maior ainda. Faço isso porque para mim, eu não possuo valor nenhum. Para mim, eu não estou fazendo mal a ninguém ao me machucar (só a mim mesmo, mas isso não importa), para mim é melhor sofrer escondido o quanto for preciso para poder sorrir depois quando eu estiver com as pessoas que amo, do que decepcioná-las. Para mim eu prefiro sim me esconder atrás de mascaras e mentiras se for preciso, porque eu tenho medo. Tenho medo de mostrar quem sou, tenho medo de decepcionar as pessoas, tenho medo de não conseguir ser o que se espera de mim, tenho medo de quem eu possa ser.

Faço isso, principalmente, porque estou ou sou doente.

Faço isso simplesmente porque faço. Assim, sem pensar nem nada. Faço isso porque não consigo mais chorar, faço porque preciso me sentir viva, faço porque me acalma e permite que eu continue fingindo que está tudo bem. Faço porque te amo e não quero que você me veja sofrendo, por mais ilógico que isso possa parecer. Faço porque preciso que alguém perceba minha dor, por mais que meu objetivo não seja chamar a atenção. Eu grito para que um salvador caia do céu. Porque preciso, me odeio por precisar, mas eu preciso.

Dizem que pessoas como nós deveriam morrer, dizem que somos doentes e perigosos, dizem que já estamos mortos. As pessoas acham que gostamos de fazer isso, acham que somos malucos e que só queremos atenção. Eles acham que deveriamos morrer.

Em silêncio, pessoas como nós, lêem e escutam seus comentários e brincadeiras, em silêncio gritamos para que nos matem então. Em silêncio gritamos para que vocês parem de brincar com isso. Em silêncio, ouvindo, pensamos maldosamente que vamos fazer de novo e de novo e que a culpa é de vocês, por nos machucarem tanto. Mas depois... Sozinhos e perdidos, nós sabemos que a culpa é nossa. Sabemos que somos monstros, mas se somos monstros, nós merecemos isso, certo? Então... Por que parar? Parar... Lutar para parar para quê? Pelas pessoas que amamos... Se ao menos tivessemos forças, poderiamos lutar por todos vocês. Mas simplesmente não conseguimos.

Como se pode fazer bem para alguém se não conseguimos fazer bem para nós mesmos? Como ajudar o próximo se não conseguimos ajudar a nós mesmos? Em silêncio, morremos aos poucos, sorrindo, mantendo as aparências, quietos em nosso canto. E ninguém vê.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Aquilo que você não vê.



Você não vê o grito mudo por trás do peito de uma criança que chora escondido, o mais baixo possível para não incomodar ninguém. Você não vê as noites passadas em claro, os travesseiros molhados de lágrimas, ou até mesmo a falta dessas lágrimas. Você não vê o medo, não vê o desespero, o vázio. Quando nossos corações se quebram, com um olhar, uma palavra, um gesto ou a falta de tudo isso, você não vê e nós continuamos sorrindo. Quando estamos no fundo do poço, quando pensamos que não tem mais volta e queremos desistir de tudo, ai sim você começa a perceber. Mas ai já é um pouco tarde de mais, não é? Quando o desespero ameniza, quando a dor se torna um pouco mais suportável, nós sorrimos. Nós sorrimos, você deixa de nos ver e tudo volta ao "normal". Nós sorrimos quando é preciso, permanecemos em nossos lugares, aguentamos firmes e fortes enquanto podemos, lutamos para viver, para ao menos conseguirmos deixa um pequeno sonho vivo, uma pequena esperança de que as coisas vão melhorar.

Nós lutamos e ninguém vê. Você luta para passar na faculdade, nós lutamos para permanecermos vivos, lutamos principalmente para QUERER viver, buscando cegamente um motivo ou outro forte o bastante para fazer tudo isso valer a pena. Mas ninguém vê... Aos olhos dos outros somos fracos, desistimos frente a primeira pedra que cai em nosso caminho, somos frageis, cegos, burros, viciados, malucos, sem perceverança e força de vontade, sem caráter, sem amor próprio, sem consideração, egoistas, egocentricos, etc. Não somos ninguém. Mas nós entendemos, aceitamos todos esses nomes porque sabemos que é verdade... A gente não reclama não, sabemos o quanto pode ser difícil e frustante se aproximar de verdade de pessoas como nós. Sabemos que podemos dar muito trabalho e tudo o mais.

Mas isso doí. Dito desse jeito, sabe? Doí perceber que nunca ninguém vai ver nossa luta... Ninguém. Ninguém nunca vai nos parabenizar por continuarmos vivos, só por isso. Estar vivo é muita coisa, sabia? Para você pode ser idiota, para você pode ser ridículo achar que uma pessoa mereça receber elogios por continuar viva. É realmente muito egoista... A gente entende. Afinal, tem tanta gente morrendo por doenças e tantas outras coisas né? Doentes terminais, crianças morrendo de fome e sede pelo mundo, isso você vê. Mas pessoas como nós você não vê, você não vê que também estamos morrendo. Será que não é um pouquinho injusto? Todos vocês, que não conseguem ver nosso esforço, nossa luta diária, todos vocês que não entendem... Vocês nos diminuem. Nos diminuiem tanto.

Pense um pouco, por favor, antes de diminuir uma pessoa. Por favor.

Agora, para os que choram, para vocês, perdidos dentro de si mesmos, para vocês que sentem o quanto respirar e estar vivo pode chegar ao insuportável, para vocês que têem medo, para vocês que perdem a capacidae de sentir. Parabéns por estarem vivos! Vocês não estão sozinhos.

domingo, 1 de agosto de 2010

Não bata. Eduque. - No mundo em que vivemos?



Vocês provavelmente já viram o comercial dessa campanha circulando pela tv, não viram? Com todas aqueles crianças fofinhas e aquele papo de "não bata! Assim você está ensinando-as que o único jeito de resolver as coisas é com a violência". É... É uma campanha muito bonitinha, de fato, mas eles são tão simplistas não são, não? Tudo bem, vamos analisar o que eles consideram castigos humilhantes e etc.

- Palmadas
- Beliscões
- Tapinhas na mão
- Pontapés
- Puxão de cabelo
- Rejeição ou desqualificação da criança ou do adolescente
- Bater com a mão ou com um objeto (vara, cinto, chicote, sapato, fios)
- Xingamentos, humilhações
- Castigos excessivos, recriminações, culpabilização
- Ameaças
- Uso da criança como intermediário de desqualificações mutuas entre os pais em processo de separação
- Responsabilidades excessivas para a idade
- Sacudir ou empurrar a criança
- Clima de violência entre os pais e de descarga emocional em cima da criança
- Obrigá-la a permanecer em posições incômodas ou indecorosas
- Obrigá-la a fazer exercícios físicos excessivos.
- Surras
- Chacoalhar a criança

Resumindo. O que a campanha pede? Uma família perfeita. Famílias perfeitas não existem até onde eu sei. Que pai ou mãe nunca perdeu a paciencia com o filho? Que filho nunca viu os pais brigando entre si? Qual criança nunca se sentiu sufocada ou abandonada pelos pais? Nem que tenha sido só por um dia durante a infância inteira. É engraçado porque de que adianta essa campanha? Quero dizer no mundo em que vivemos, onde os pais não tem mais tempo para os filhos, onde o estresse já é normal, onde brigas e desestendimentos sempre foram e continuam sendo normais entre uma família, você realmente acha que quando um pai de pavio curto chegar em casa cançado e estressado e encontrar os filhos correndo pela casa, você acha que ele vai parar para pensar no "Não bata. Eduque."? Claro que não. Mesmo que ele não bata, chuvas de broncas e xingamentos irão cair.

É errado bater? É errado humilhar? Sim, é errado. É errado quando isso é praticado de modo exagerado e desnecessário. Ninguém vai morrer por receber um tapinha, vai? Pelo amor de Deus isso já é frescura. Eles não estão entendendo qual é realmente o problema. O problema não é se os pais devem ou não castigar os filhos, nem como eles devem castigar. O problema é que... já era! Entende? As famílias já estão todas ou quase todas desestruturadas. Os pais estão perdidos e seus filhos mais ainda. Os pais não sabem mais ser pais, os filhos já não sabem mais ser filhos, ninguém respeita ninguém. De que adianta os pais não baterem nos filhos se eles se matam com palavras? O que doí mais? O castigo físico ou aquele castigo sutil? Aquela palavra que te corta e te destroí? Dita de mansinho, com a mesma voz que cantava para você dormir um dia.

Meu pai só me bateu uma vez na minha vida inteira. Mas mesmo assim minha infância inteira eu apanhei. Apanhei muito de meu irmão, apanhei de palavras, de gestos, de olhares, apanhei de amigos, de professores, de familiares... E ninguém viu. Ninguém viu por que marcas vermelhas desaparecem, roxos desaparecem... Mas as marcas aqui dentro nunca nem chegam a aparecer. Ninguém reparou nas cicatrizes que começaram a se formar aqui dentro. E agora elas estão saido para fora, não estão?

Para mim... A campanha que diz que a saúde emocional precisa de atenção é muito mais importante e eficaz... Mas ninguém falou nela, falou? Acho que só vi uma vez o comercial na tv. Querem uma campanha um pouquinho menos utópica? Deixa eu ver... Que tal: Seu filho também tem sentimentos, ele está te ouvindo e te observando. Seja um bom exemplo e se estiver muito difícil, deixa de frescura e vai procurar um psiquiatra. Ou você quer que ele se mate um dia?

Tá... Ficou um título meio grande, mas vocês entenderam.

Vai ai os dois videos sobre a campanha "A saúde mental precisa de atenção". Crianças-> Clique aqui. Comportamento suicida: Conhecer para previnir. ->Clique aqui