"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Não menospreze meus sentimentos - Alguém viu onde foi parar meu horizonte?


Acabei de voltar do meu psiquiatra. Com direto a ter minha dose de antidepressivo triplicada e passagem direto para a psicoterapia. Bom, de certo modo eu meio que sai aliviada, ver o remédio não fazendo efeito nenhum estava me deixando em pânico, talvez agora tudo melhore. Meu médico prometeu que iria melhorar. Chorei bastante lá, ele tem dom para me fazer chorar com todas aquelas perguntas confusas, ou mesmo aquele silêncio, esperando pacientemente que eu coloque tudo para fora. Estou começando a acreditar mais nele agora, eu realmente espero que ele me ajude.

É obvio que minha mãe ficou assustadissima ao ver o quanto a dose tinha aumentado e me enxeu de perguntas quando eu sai de lá. Mas até parece que eu iria contar o que se passa na minha cabeça, no fim ela começou com o "blá-blá-blá" de que devia ser só a adolescência, eu não tinha motivo nenhum para ficar assim e todo esse papo de "estou tentando tornar o problema dos outros o menor possível". E quanto mais eu pioro, mais ela menospreza o que eu sinto, quanto mais eu me fecho, mais ela arruma desculpas para não ver o quão fundo eu estou caindo. Indiferença por parte de meu pai e meu irmão, menosprezo por parte da minha mãe. É assim que uma boa familia lida com sua filha fracassada, certo? Absolutamente certo. Tudo bem, não preciso deles, não quero que eles saibam, nem porcaria nenhuma, é melhor assim. Só não queria que me menosprezassem, isso me irrita tanto caramba. Afinal, ninguém está no meu corpo para sentir a dor que eu sinto, como podem falar que não é nada?? Se não é nada, por favor, me explique esse vazio que me consome, me explique toda essa solidão, me explique a angustia que me toma e torna tudo tão mais difícil, até mesmo respirar, me explique porque falta chão, porque minhas pernas tremem de medo, me explique o pânico, me explique porque o sangue me acalma?

Me diga o que é isso? Me diga o por quê. Por quê, hein? O que está acontecendo comigo? Porque eu me sinto assim?

Não me venha com desculas esfarrapadas, não me diga que é por isso ou por aquilo, não, não existe motivo para eu estar assim, eu simplesmente cai. Só isso, cai e não consegui me segurar em nada antes que fosse tarde de mais, agora está tudo escuro, cada vez mais escuro. E em meio as trevas e a dor, eu ainda sorrio, eu ainda consigo ir vivendo minha vida, tentando desesperadamente me agarrar a qualquer coisa que me lembre um pontinho de luz, mas a dor está sempre lá, o buraco no peito, a solidão, tudo. Está tudo aqui dentro, esse meu abismo interior, e eu me pergunto, até quando eu vou conseguir me segurar? Até quando eu vou conseguir manter o desespero aqui escondidinho? Até quando?

Se em um dia bom eu fechar os olhos, eu consigo ver o futuro lá na frente, um futuro bom. Mas eu simplemente não sei o que fazer para chegar lá, tudo parece só um sonho distante, vagamente impossível, quase que delirante e então eu caio na real. Não, minha vida não vai ser boa assim, minha vai ser só isso, só essa luta interminável contra mim mesma, só isso e mais nada. Até que tudo se acabe. Até que eu mesma não consiga encontrar mais nada de mim em mim mesma. E então eu vou saber que já estou morta aqui dentro e que agora nada mais adianta.

Afinal, alguém ai viu onde foi parar meu Sol? Meu horizonte? Minha esperança e vida?
Porque isso tudo está sendo roubado de mim? O que eu fiz? Por favor, alguém me responda, por favor.

Férias


E é isso ai, com o fim dessa interminável semana de provas, eu estou de férias! E com uma vontade doida de dormir por uma semana inteira (no mínimo). Espero que essas férias sejam tranquilas e que eu possa desestressar um pouco. Como eu estou no terceiro ano, a maioria dos meus amigos vai para Porto Seguro e é claro que, para váriar um pouquinho, eu não vou. O que é bem triste, não pelo lugar em si, mas seria legal viajar com meus amigos, tudo bem que eu não sou muito fã de balada nem nada do tipo, mas acho que seria legal.

Vou me sentir uma excluida dos infernos quando todo mundo voltar com milhões de histórias e eu ficar de fora. Tá, admito, se sentir excluida é mais chato para mim do que não poder ir. De qualquer jeito, estou tentando pensar em bastante coisas para fazer nessas férias, apesar da preguiça, para me manter ocupada e espero que dê certo.

Enfim, só passei aqui para explicar porque fiquei todos esses dias sem postar, eu estava em provas. A partir de agora vou voltar a postar como sempre.

Até a próxima.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O que é o amor?


Eu nunca fui muito feliz ao escolher as pessoas pelas quais eu iria me apaixonar, por isso amor para mim é principalmente sofrer. É por amarmos de mais que sentimos esse imenso vazio em nossos peitos, é o amor não correspondido que faz com que nossas noites de inverno sejam mais frias e os dias mais escuros. É o amor que nos faz aguentar toda e qualquer facada da pessoa que amamos. O amor nos mantém calados, submissos, e, lógico, idiotas e cegos. O amor é uma coisa cruel, é incrível que por mais que choramos e sofremos, porque é tão difícil se livrar disso? Por mais inútil que seja aquele amor, por mais que nos derrube, ainda assim insistimos tanto...

Mas eu acho que amor não é só isso também. Amor também é aquele seu amigo dando uma de chato até conseguir fazer com que você sorria, é quando você acha que está sozinho e que ninguém no mundo vai te estender a mão, mas então alguém parece, quase como que caido do céu, muitas vezes uma pessoa que você nem esperava... Mas está bem ali, do seu lado, te aceitando do jeito que você é. Isso é amor. Amor é quando ficam ao teu lado mesmo que o mundo esteja contra, amor é quem te proteje, amor é quem acredita em você, mesmo tendo tudo para não acreditar, é quem confia, é quem se orgulha de você, exatamente por você ser você mesmo, só por isso. Amor é quem afirma que sua vida não seria a mesma sem você, isso é amar.

Não estou falando de paixão ou outra coisa superficial do tipo. Não acredito em nenhuma besteira do tipo "amor à primeira vista", isso não é amor, é paixão. Paixão tem aquele algo de urgente, de atração, é instável, ciumenta e desconfiável, não... Paixão é uma coisa que nunca dá certo para mim. Gosto do amor que vem aos pouquinhos, gosto de me apaixonar cada dia mais pela mesma pessoa, gosto de ver meu amor aumentando a medida que eu o conheço mais e mais. Gosto dessa sensação. Sei que mais cedo ou mais tarde vou acabar caindo na real e falando "Caramba... Estou totalmente apaixonada" e então, quando eu me tocar disso, a paixão vai entrar no meio, e, geralmente, estragar tudo. A paixão estraga tudo, até porque eu sou uma pessoa muito impulsiva... E se eu amo alguém, eu falo, o mais rápido possível. Não me pergunte porque, mas logo depois que eu admito para mim mesma surge uma vontade incontrolável de sair gritando por aí. É incrível.

É claro que não é uma coisa muito aconselhável para se fazer... Mas que dá vontade, dá. E assim que o outro lado fica sabendo, quase que inevitavelmente vem a rejeição, seja ela suave ou não, não importa. Mas eu nunca desisto na primeira rejeição, não, eu sou muito teimosa, parece até que eu tenho prazer em sofrer, não dá para entender. Eu continuo amando e continuo tentando mostrar para a outra pessoa que ela pode ser feliz comigo e que eu faria tudo por ela. Bom, vocês devem imaginar que eu me torno uma chata dos infernos, né? Pois é... Eles deveriam aceitar logo de cara para eu não me tornar tão chata... Enfim, as vezes eles acabam "gostando" um pouco de mim, as vezes não. Mas no fim nenhum deles nunca me amou de verdade, na verdade eu nunca vi ninguém no planeta que ame mais loucamente do que eu...

Quer uma receita simples para se livrar de alguém absurdamente apaixonado por você? Quebre o coração dele(a). Pelo menos é a única coisa capaz de me fazer desistir. Sério mesmo, quando eu falo "quebre" eu estou falando quebre mesmo, em tantos pedaçinhos quanto puder. Diga na cara da pessoa "Eu nunca te amei. Me deixe em paz" ou alguma coisa do tipo, do jeito mais cruel possível. E pronto, você estará livre para sempre.

É triste... Existe o risco de que você nunca se recupere, isso tudo é verdade. Mas acho que é o único jeito, pelo menos para pessoas como eu poderem esquecer alguém.

Ou então você pode continuar amando e amando, esperando que um dia o tempo faça com que você esqueça desse amor. Eu não tenho muita paciência não... Mas é uma opção. Morrer aos pouquinhos até se ver livre.

No fim não importa muito, qualquer coisa vai te derrubar de qualquer jeito. O amor, para todo mundo que ama de mais, é sinônimo de sofrimento, seja ele de um jeito ou de outro. A chave está na tal da serenidade, que deve andar perdida por aí. Eu pelo menos, nunca a vi.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Transtorno de Personalidade Limítrofe - Borderline



Bom... Hoje eu decidi falar, finalmente, sobre esse transtorno que tanto me atormenta. Já citei ele em alguns posts, então vocês provavelmente já sabem que borderline significa fronteiriço, fronteiriço se refere ao limite entre a neurose a psicose (popularmente chamada de loucura).

Há vários tipos de borderlines, como os com predomio de caracteristicas de esquizofrenia e paranóia, os distímicos (depressivos), os anti-sociais (perversos) e os neuróticos (transtorno obsessivo-compulsivo, fobias, etc.).

É um transtorno que atinge muito mais mulheres do que homens, cerca de 75% dos casos, e se manifesta no início da idade adulta, com episódios de sério descontrole afetivo e impulsivo. É alto o risco de suicídio nos primeiros anos da idade adulta, mas com o tempo esse risco vai diminuido e com cerca de 30 ou 40 anos a maioria dos Borderlines adquire maior estabilidade em seus relacionamentos e funcionamento profissional.

Na comparação da psicóloga Marsha Lineha, os Fronteiriços são como os pacientes de queimadura de terceiro grau, não possuem nenhuma "pele emocional" para protegê-los. O mais leve toque ou movimento pode causar-lhes muita angústia. São pessoas que vivem o tempo todo mergulhadas em tempestades emocionais. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline têm um padrão de relacionamentos instável e, ao mesmo tempo, intenso. Na vida a dois, eles podem desenvolver intenções de protetores ou amantes já no primeiro ou no segundo encontro, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhem detalhes extremamente íntimos ainda na fase inicial de um relacionamento. Essas pessoas podem sentir empatia e carinho por outras pessoas, entretanto, tais sentimentos são frutos exclusivos da expectativa de que a outra pessoa estará lá para atender suas próprias necessidades de apoio, carinho e atenção.

Pode haver no Borderline, uma rápida passagem da idealização elogiosa para sentimentos de desvalorização, por achar que a outra pessoa não se importa o suficiente com ele, não dá o bastante de si, não se mobiliza o suficiente. Portanto, são insaciáveis em termos de atenção. Eles são inclinados a mudanças súbitas em suas opiniões sobre os outros.

A inconstância do Borderline se observa também em relação ao juízo que tem de si mesmo e de sua vida. Ele pode ter súbitas mudanças de opiniões e planos acerca de sua carreira, sua identidade sexual, seus valores e mesmo sobre os tipos de amigo ideal.

Os indivíduos com este transtorno exibem impulsividade em áreas potencialmente prejudiciais para si próprios, tais como nos esportes, nos jogos de azar, no consumo de tabaco, álcool, drogas, etc. Eles podem jogar, fazer gastos irresponsáveis, comer em excesso, abusar de substâncias, engajar-se em sexo inseguro ou dirigir de forma imprudente. As pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline podem apresentar comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou comportamento auto-mutilante .

O suicídio completado costuma ocorrer em 8 a 10% desses indivíduos impulsivos, e os atos de auto-mutilação também impulsivos, como por exemplo, cortes ou queimaduras também são comuns. Esses atos auto-destrutivos geralmente são precipitados por ameaças de separação ou rejeição, por expectativas de que assumam maiores responsabilidades ou mesmo por frustrações banais.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline podem apresentar instabilidade afetiva, devido a uma acentuada reatividade do humor, como por exemplo, euforia ou depressão (disforia) episódica, irritabilidade ou ansiedade, em geral durando apenas algumas horas. O humor disfórico (euforia ou depressão) dos indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline muitas vezes é acompanhado por períodos de raiva, pânico ou desespero.

Essas pessoas ficam facilmente entediadas, não aceitam bem a constância ou mesmo a serenidade, e podem estar sempre procurando algo para fazer. Os sentimentos agressivos dessas pessoas não costumam ser dissimulados e eles freqüentemente expressam raiva intensa e inadequada ou têm dificuldade para controlar essa raiva. Eles podem exibir extremo sarcasmo, persistente amargura ou explosões verbais. Por outro lado, essas expressões de raiva freqüentemente são seguidas de vergonha e culpa e contribuem para o sentimento de baixa auto-estima.

O quadro clínico, onde é baseado o diagnóstico, é formado por:

1- Angustia

É crônica e difusa. Trata-se de um afeto contínuo e surdo mas que, no obstante, pode se manifestar como uma crise de angústia aguda e com sintomas somáticos correspondentes. Pode sobrevir uma crise histérica com comprometimento de todas as funções psíquicas, juntamente com manifestações somáticas variadas, tais como vertigem, taquicardia e outros característicos do Transtorno de Ansiedade Aguda.

A desrealização e a despersonalização aparecem como extremos dessas crises, também acompanhadas de sintomas somáticos. É uma angústia ligada à perda de sentido, tal como foi observada por Freud quando diante de perspectivas ou ameaças de separação.

2- Incapacidade para sentir

Às vezes o paciente experimenta a consciência de um vazio afetivo, despersonalização e incapacidade para sentir emoções. Outras vezes encenam episódios do tipo histérico, com reações emocionais exageradas, ingerem álcool ou drogas, cometem delitos ou têm relações sexuais patológicas para libertar-se da sensação de vazio existencial.

Ainda que não consigam experimentar emoções genuínas, também não podem suporta-las caso existam. Protegem-se contra os sentimentos mantendo as relações em um nível superficial ou mudando freqüentemente de trabalho, de amigos ou do lugar onde vivem.

Isso pode explicar a grande instabilidade dos pacientes Borderlines.

3- Depressão

A depressão do Borderline se caracteriza, basicamente, por sentimentos de vazio e solidão. A diferença do que ocorre no verdadeiro depressivo, no qual existe medo da destruição do objeto amado, no caso do Borderline ha explosões de ira ou raiva contra o objeto considerado frustrante.

(Eu não entendi isso... O que ele quer dizer com o "verdadeiro depressivo"? Oo até agora não li nenhum depressivo falando que tem medo de que a pessoa que ama morra... Isso é um medo meio normal, não? Enfim...)

4- Intolerância a solidão

A intolerância a estar só se manifesta como um afã de prender-se vorazmente, através da voz ou da presença física do outro, ou em determinados casos por intermédio do objeto droga, álcool ou alimento, segundo seja a adicção, como tentativa frustrada de supressão da falta. Na realidade, toda tensão de separação é intolerável ao Borderline, produzindo as condutas de aderência exagerada ao objeto.

É como se o Borderline tivesse um medo absurdo de si mesmo, não podendo ficar nunca sozinho.

5- Anedonia

É a incapacidade de sentir prazer. Existe sempre no paciente Borderline uma insatisfação permanente e manifesta, uma frustração constante e os objetivos de prazer que pretendem nunca chegam consegui-los, são para eles, inalcançáveis. Ou, pior ainda, quando são alcançados, perdem valor imediatamente. No pacientes Borderline a tendência a evitar o desprazer se faz mais forte que a busca do prazer.

6- Neurose poli-sintomáticas

Fobias multiplas, TOC, histerias, fugas, amnésias, hipocondria e exagerada preocupação com a saúde, não só corporal, mas mental também. Descrevem minuciosamente seu mal-estar, com reações e sensações esdrúxulas. É comum o medo de enlouquecerem. E, por fim, descontrole dos impulsos (alcoolismo, bulimia, anorexia, drogas, etc).

7- Tendências sexuais não-normais

Podem coexistir varias tendências em forma de fantasias ou de ações. As formas bizarras de sexualidade, principalmente as que manifestam agressão ou substituição primitiva dos fins genitais, tais como atitudes eliminatórias (urinar, defecar). Às vezes a homossexualidade pode funcionar como defesa contra a sensação e a ansiedade de abandono.

A homossexualidade costuma representar a busca de gratificação das necessidades orais. Pode também manifestar relações homossexuais sadomasoquistas e promíscuas.

8- Episódios Psicóticos Breves

Aqui se incluem a desrealização e despersonalização. As idéias de auto-referência e os quadros paranóides predominam nesses Episódios Psicóticos Breves. As manifestações clínicas seriam: transtornos paranóides, depressões com idéias de suicídio, Episódios Maníacos, quadros de automutilação. Esses episódios agudos costumam ser reativos, normalmente à ruptura de algum vínculo.



É claro que nem todos os Borderlines apresentam todas essas caracteristicas, cada caso é um caso. Enfim, isso é o Transtorno de Personalidade Limítrofe... Na minha opnião um dos piores transtornos mentais que eu conheço, um dos mais assustadores.

Para resumir:

*Sensação contante de vazio

*Acessos injustificados de raiva

*Alternancia constante de humor

*Relações interpessoais instáveis

*Comportamento impulsivo

*Idéias frequentes de automutilação

*Episódios de paranóia

*autoimagem instável

*Esforços desmedidos para evitar abandonos

Bom, é isso... É preciso tomar cuidado com essas pessoas, ter muita paciencia e, principalmente, procurar ajuda especializada. Por mais que pareçam vítimas, os Borderlines muitas vezes machucam mais as pessoas que eles amam do que são machucados. Mas eu diria que a maior vítima e o maior agressor é ele mesmo.

Aqui vai um video muito bom sobre o assunto, explicando perfeitamente como eles se sentem (alias, a música do video é minha preferida): Clique aqui.

Até outro dia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Me desculpa?


Acho que vocês já perceberam que eu ando me sentindo cada vez mais culpada né... Pois é... Então hoje eu vou tentar limpar minha conciência. Talvez assim eu deixe de ser tão chata.

Para minha família:

Queria pedir desculpas para minha mãe, por não ser nem de longe a filha boazinha que ela imagina, peço desculpas também por não ser tão inteligente quanto ela, nem tão perfeita, nem estudiosa nem nada. Me desculpe a minha falta de vontade e de interesse, me desculpe por ter tantos defeitos e tentar esconder todos eles de você, me desculpe por estar sempe fugindo e distante... É porque eu tenho medo de te decepcionar, tenho medo que você me conheça mais de perto e veja o quanto eu sou horrível, tenho medo porque eu não suportaria ver a tristeza e a decepção em seu rosto... Eu sei que sua expectativa está em mim, a filha "certinha" e "boazinha", eu sei disso, porque eu vejo o quanto meu irmão te decepciona, e ele não está nem ai, então eu tento ser boazinha, para você não ficar tão triste. Me desculpa por não conseguir ser uma filha tão boa quanto você merece, me desculpa por não ser sua amiga... Eu sei que você quer muito, eu sei que você quer que eu confie em você e me abra, mas você tem que me perdoar, eu não consigo. Me desculpe, mas você nunca entenderia, é melhor assim.

Peço desculpas para minha vó também... Me desculpe por te decepcionar tanto. Me desculpe por não ter aprendido a tocar todas as músicas de piano que você queria e por tocar tão mal. Me desculpe por precisar tanto de meus amigos da escola, por precisar sair com eles as vezes, me desculpe por não ser uma menina certinha, me desculpe por não sentar direito e por nunca me interessar por nenhum moço certinho também. Me desculpe por não lavar a louça sempre, por ter abandonado o crochê, por gostar tanto de jogar bola com os meninos e desculpe a minha lerdeza e falta de atenção. Me desculpe por você ter que ter me ensinado a ler, me desculpe por ter precisado repetir tantas vezes todas aquelas letras até que eu tenha aprendido.

Vovô, me desculpe por nunca ter dito que te amava antes que você morresse. Me desculpe por nunca ter tentado ser mais próxima de você... Era porque você era igualzinho meu pai, sempre tão longe e quieto, mas quer saber de uma coisa? Toda a vez que eu ainda vou para a casa da vovó... eu ainda te vejo saindo lá dos fundos, ainda te vejo naquela casa, tanto que você não faz nem idéia... E quando eu percebo que você não vai aparecer no meio daquela bagunça toda, a casa parece tão mais vazia. Tão sem vida. Será que isso é o suficiente para provar que eu te amava? Você foi o único avô que eu conheci. Me desculpe por não ter passado mais tempo com você.

Ei, papai, me desculpe por te decepcionar também. Por não poder escolher uma profissão da qual você se orgulhe. As vezes eu queria que alguma vez na vida você tivesse conversado comigo... Sinto um pouco de falta de você sabia? As vezes, vendo os pais das outras pessoas. Queria que esse muro que nos separa nunca tivesse existido.

Me desculpe Binho, por não ter estado ao seu lado em todos os momentos difíceis, me desculpe por não ter te defendido sempre... Te amo mais que tudo sabia? Você faz eu me sentir da família, obrigada por existir.


Aos meus amigos:

Me desculpem por depender tanto de vocês, me desculpem por ser um peso e por deixar vocês tristes as vezes. Me desculpem por brigar e tudo o mais... E por decepcioná-los também.

Vocês me fazem feliz! Vocês fazem com que eu sinta que ainda existe um lugar onde eu posso ser eu mesma, sem medo nem nada. E me desculpem (de novo) por não ser uma amiga tão boa para vocês quanto vocês são para mim.


Para mim mesma:

Ei, eu, me desculpe por te machucar. Não era minha intenção, eu só estava tentando fazer com que você se sentisse melhor... Me desculpe.

sábado, 19 de junho de 2010

A culpa e a dor contagiante


Eu costumava dizer que a tristeza não era uma coisa contagiante, nem a loucura ou outra coisa do tipo, para poder falar para as pessoas não olharem para os que tinham esse problema com preconceito. Mas na verdade é contagiante sim, porque se alguém que você ama fica triste, você também vai ficar triste. Como em um pacto de suicídio... Pode ser que os dois sejam suicidas, mas é bastante comum que só um deles seja o suicída problemático e arraste com si o outro. Um não pode viver sem o outro. Por mais que a pessoa deprimida não tenha culpa por estar assim, não deixa de ser egoismo, não é? Por mais que ela não consiga ficar feliz, é egoismo deixar os outros a sua volta preocupados e tristes. E mais uma vez, não consigo deixar de pensar que não existe lugar no mundo para pessoas assim... Agora faz sentido todos os livros de auto-ajuda falarem "Fiquem longe das pessoas pessimistas e deprimidas", porque os deprimidos atrapalham a vida dos normais e tudo isso é contagiante.

As pessoas positivas podem falar que a alegria também é contagiante, logo as pessoas felizes precisam alegrar as tristes. Eu também acho que a alegria é contagiante, mas depende, nem sempre ela é contagiante não, existem vazios que alegria nenhuma consegue chegar. E então essas pessoas felizes ficam frustradas por não conseguirem animar todo mundo. E então a culpa começa.

O depressivo se sente culpado por estar triste, os amigos se sentem culpados por não conseguirem animar o depressivo e, novamente, o depressivo se sente culpado por fazer os amigos se sentirem assim, em um circulo vicioso sem fim.

Bom, vou aproveitar para explicar um pouquinho sobre a culpa. A culpa é um sentimento restrito aos seres humanos quando as regras sociais estão diretamente ligadas. São “leis” gravadas em nosso subconsciente derivadas de valores familiares e sociais de acordo com a cultura e o meio em que vivemos, gerando, assim, uma censura interna que quando rígida demais se torna a responsável por grandes sofrimentos psicológicos, alimentando uma destrutividade que é tão humana quanto o sentimento de autoconservação.

Logo, a culpa não é nata (no site que eu pesquisei estava escrito "não é inato"... Mas eu acho que foi digitado errado... enfim), são vozes recriminatórias que permanecem dentro de nós, como por exemplo, nossa mãe, pai, professores, etc. A culpa é um sentimento importante para o funcionamento da sociedade e para a aprendizagem pessoal, a culpa deveria nos fazer crescer. Mas existe uma coisa chamada culpa patológica.

É normal que sintamos uma culpa aqui e outra ali por algo que fizemos ou dissemos, gerando um mal estar passageiro, mas prosseguimos nos responsabilizando pelos erros e aprendendo nossas lições. Só temos que aprender a lidar com esta culpa e se a sua existência é real ou virtual. Talvez isto não seja o mais importante, mas sim a determinação psíquica e sua conseqüência em nosso comportamento, porque só sentir culpas e mais culpas pode nos remeter a um círculo vicioso de aflições repetindo padrões de autopunição que se tornam doentios nos levando à depressão, angústia, auto-recriminação e repressão; causam desequilíbrios emocionais que podem retornar como um sintoma psíquico e, então, na necessidade da diminuição desta culpa, advêm diversos transtornos, como pânico, hipocondria, TOC (transtorno obsessivo compulsivo), transtornos alimentares, doenças, etc, tornando-se assim um sentimento inútil, onde não há compreensão e aprendizagem.

Esta culpa patológica faz com que a pessoa não consiga sentir prazer no presente, ficando introspectiva, triste e isolada, refletindo de forma negativa em todo tipo de relacionamento... Enfim, geralmente são pessoas perfeccionistas, ou pessoas que tiveram um infância com muitas restrições e exigências, de forma que ela sinta que não possa errar. Depende muito a cultura também. Como por exemplo nos países asiáticos, onde a educação é tão rígida e se exige tanto dos jovens, que o número de suicídios nessa faixa etária é alarmante.

O fato é que eu acho que essa história de ficar jogando a culpa de um lado para o outro não resolve nada, só deixa as pessoas cada vez mais aflitas. Talvez fosse mais produtivo nunca deixar de buscar soluções do que ficar procurando culpados... Apesar de que, na minha muito pessoal opnião, a culpa é de quem está deprimido. Não que ele tenha culpa por ser ou estar assim, mas por deixar os outros preocupados ou seja lá o que for. Eu ainda acredito que não deve existir lugar no mundo para pessoas assim...

Mas eu também acredito que o mundo deve estar doente, só pode ser isso, para cada vez mais estar criando mais e mais pessoas doentes... Sendo assim, a culpa seria de quem? Do mundo? Da humanidade? Abstrado de mais... Mais fácil falar que a culpa é da pessoa mesmo. Ela deveria aprender a guardar sua dor só para si mesma e não atrapalhar ninguém.

Fonte: Clique aqui!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Prisioneiro de si mesmo - Agradecendo


Essa imagem traduz totalmente o que eu estou sentindo no momento. (Alias eu vou me esforçar para fazer um post razoavelmente feliz hoje! Porque, advinhem só! Eu não estou totalmente na fossa o/) É verdade que tem acontecido muitas coisas ruins e eu tenho me sentido péssima... Fiquei pensando que a expressão "prisioneiro de si mesmo" resume bem como está minha vida e como eu estou me sentindo de um tempo para cá. Mas eu quero ser livre. Foi engraçado porque decidi isso hoje, não que eu não quisesse antes, mas hoje me senti forte o suficiente para afirmar isso... Não sei explicar, eu simplesmente quero, sabe? Talvez seja só mais um impulso de momento... Mas eu espero sinceramente que não.

Hoje eu não quero mais depender de ninguém, nem ter medo de mim mesma, nem me sentir perdida, abandonada e sozinha, não quero ficar magoada por tudo, não quero ser emotiva e não quero ver o abismo a minha volta. Eu quero saber o que fazer, quero saber para onde ir, quero poder ter controle sobre minha vida e ver o futuro de forma positiva... Quero ouvir de novo meus amigos falando para mim "Caramba... você não deve ter problema nenhum na vida! Sendo tão feliz assim.", sim... Uma amiga minha já me disse isso, por mais incrivel que pareça. Na época eu tinha um monte de problemas sim, mas eu costumava ser feliz... Ao menos na escola com meus amigos. Eu costumava suportar os problemas e superá-los, como as pessoas normalmente fazem. Fico me perguntanto quando, exatamente, eu parei de ser capaz de lidar com as coisas difíceis. Quando me tornei tão fraca? Enfim... Quando me tornei prisioneira de mim mesma?

Eu lembro de quando eu era pequena. Só uma criançinha caramba, e eu passei por tanta coisa, pelo menos para alguém como eu... Eu passava por tanta coisa que nem entendia o que estava acontecendo, eu não entendia a angustia dentro de mim, eu não entendia o que me fazia sentar no chão e chorar tão desesperadamente, não entendia porque as coisas tinham que ser assim, não entendia porque faziam isso comigo, não entendia o que eu tinha feito de errado para Deus ou para sei lá quem, para merecer passar por aquilo. Mas mesmo assim, nada disso me destruiu, eu era uma criança, por mais tímida e fechada que eu fosse, eu era feliz sim, sempre fui.

Mas agora não paro de pensar que todos os problemas da minha vida foram se acomulando e acomulando, até dar nisso.

Enfim, eu prometi para vocês que não iria escrever algo triste... Então lá vou eu... Queria agradecer aos meus amigos, agradecer de verdade, por toda a paciencia que eles têem me dado, pelo apoio e tudo o mais. Por mais sozinha que eu me sinta, eu sei que na verdade vocês sempre vão estar comigo. Me desculpem por não conseguir estar sempre sorrindo, me desculpe se apesar de seus esforços eu continuar me sentindo horrível, a culpa de eu estar mal nunca vai ser de nenhum de vocês. E quando eu digo NUNCA, eu quero dizer NUNCA mesmo, até mesmo quando eu brigo com algum de vocês, a culpa é minha (mesmo eu tentando colocar a culpa em outra pessoas as vezes, no fim eu sempre sei que a unica culpada sou eu), sou eu que tenho algo de errado, eu sei disso, e não vocês. Me desculpem por estar sempre decepcionando vocês também e por ser uma péssima amiga. Me desculpem eu ser tão dependende e sensível, me desculpem por eu precisar tanto assim de vocês.

Eu amo todos vocês, de verdade, mais do que imaginam. E eu não quero ver vocês tristes, nem preocupados, nem nada de ruim nunca. Gosto quando vocês riem e fazem brincadeiras, gosto quando eu consigo sentir que faço parte desse "grupo". Vocês são a minha família... Nunca ninguém cuidou tanto de mim quanto vocês, nunca ninguém se preocupou tanto. Vocês me fazem feliz, sério mesmo. Cara... Eu me orgulho tanto de vocês, a cada pequena vitória que vocês conseguem eu vibro (mesmo sentindo no fundo uma pontinha de inveja), a cada pequeno passo, a cada evolução para melhor, cada vez que eu percebo como vocês estão crescendo, eu me orgulho. É verdade que as vezes eu me sinto sozinha por ver todos crescendo e seguindo seu rumo e eu ficando para trás, mas eu fico feliz por vocês, de verdade.

Vocês são os melhores. E eu não mereço amigos tão bons assim... Vocês não fazem idéia do medo que eu tenho de decepcioná-los. E por vocês serem os melhores, eu também vou tentar ao menos ser uma amiga um pouquinho melhor. Porque eu quero ser livre, para vocês e para mim.

Pode ser que seja só uma esperança inocente e bobinha, mas eu ainda acredito poder sair desse buraco.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Suicídio


Descobri pesquisando por ai que as pessoas não possuem ainda uma idéia muito clara se o suicídio é um ato de coragem ou de covardia. Sinceramente, eu acho que está longe de ser coragem. É óbvio que é covardia, afinal você está fugindo de seus problemas. Quanto ao ato em si, cortar os pulsos ou apontar uma arma para a própria cabeça também não é sinônimo de coragem, levando-se em conta o desespero pelo qual a pessoa está passando e tantos outros fatores, eu diria que até a pessoa mais medrosa do mundo teria a "coragem" de se matar. Ouvi também a palavra "ousadia" atrelada ao suicídio, "Como uma pessoa poderia ter a ousadia de ir contra a Lei Natural da Vida?", quase ri! Até parece que um suicida pensa em qualquer lei idiota que é dita por aí! Pelo amor de Deus né, você acha mesmo que a "Lei Natural" (Lei Natural me lembra Darwin...) vai impedir alguém que já está nesse estágio de se matar? Nossa... É de uma inocência admirável pensar isso. É menospresar a dor de quem sofre, não acha não?

É interessante ouvir as opniões das pessoas a respeito do suicídio... Pode-se dizer que qualquer pessoa racional e saudável emocionalmente é totalmente contra o suicidio. Alegando mil e uma coisas. Ouvi até que o suicida quer ser como Deus ao se matar... Ofendeu até a mim essa. Não dá para entender... Levando em conta que o suicida não tem autoestima nenhuma, se sente sempre um peso e acha que com a morte dele vai estar fazendo mais um bem para as pessoas a sua volta do que um mal. O que Deus e poder tem a ver?? Tudo bem, existem pessoas que se matam por "vingança", como por exemplo, alguém ameaçou te deixar, então você ameaça se suicidar para ter o que quer. Mas pessas assim muito provavelmente são borderlines, ou seja, não são normais e por mais egoista que seja, Deus ainda não tem nada a ver... Li também uma frase de um tal de Santo Tomás, se não me engano (não entendo nada de santo...) que diz:

"(..)todo ser se ama naturalmente a si mesmo; por es­se motivo, o fato de alguém se matar é contrário à inclinação natural e à caridade, pela qual a pessoa deve amar-se a si mesmo; daí o suicídio ser sempre pecado mortal, por ir contra a lei natural e contra a caridade."

Eu achei engraçada a parte do "pecado mortal", quero dizer, se alguém se mata deve morrer por esse crime? Não faz muito sentido... Enfim, não concordo que todo o ser ama naturalmente a si mesmo, mais uma vez as pessoas com problemas psicológicos foram deixadas de lado. Não, não é todo mundo que se ama. E esse negocio de "natural" não cola muito não, não acha? Parece desculpa de quem não tem argumento. Mais uma vez, se você falasse isso para um suicida, o máximo que ele iria fazer seria rir da sua cara e se atirar da ponte sem pensar duas vezes.

A impressão que eu tive de todos esses pensadores ao falarem sobre esse assunto foi de que eles nunca devem ter sofrido, não de verdade pelo menos, foi isso que eu achei. Parece um bando de velho sem sentimentos, sem ofença, é claro, até porque não se é permetido uma adolecentezinha de nada falar mal de nenhum adulto, muito menos de um famoso, até porque eu não sei nada da vida ainda, não é? É... eu realmente não sei nada da vida ainda, mas quer saber de uma coisa? Eu acho que não tenho muita vontade de saber não, de se encaixar nesse mundo nojento. E por mais burra e inesperiente que eu seja, imagino que minha sensibilidade, ao menos, seja muito maior do que todos esse velhos insensíveis juntos. Talvez isso tenha algum valor... Em algum lugar.

Li algumas cartas suicídas também. Achei todas idiotas. Sério mesmo. Mas faz sentido elas serem idiotas... Até porque fico imaginando que a coisa mais importante que essas pessoas falaram, em um grito de desespero, foi o ato suicida em si. Por que a carta deveria ser sentimental ou explicativa quanto aos seus sentimentos? Não existe explicação ou justificativa decente, ele se matou, pronto e não havia ninguém lá para impedi-lo, é isso. Ninguém entenderia de qualquer jeito, a não ser ele próprio.

Se é que eu posso ter uma opnião sobre o assunto, eu concordo com Platão(um dos únicos que fazem sentido), quando ele diz que o suicídio é um ato de injustiça praticado contra si mesmo. Eu não acho que seja um crime, muito menos um pecado (como podem taxar de criminoso e pecador uma pessoa que sofre tanto?? É tão insensível isso...). Eu só acho que é uma injustiça contra a própria pessoa, afinal ela merece viver, eu diria que até mais do que muita gente. O suicida pode até ser egoista sim, causando dor nas outras pessoas, mas se fossemos pensar nas outras pessoas, esqueceriamos de quem realmente tem um problema, que é o suicida. Porque ninguém pensa na dor dele quando analisa o suicídio? Ninguém pensa no quanto ele sofre e como ele ve as coisas, não... já saem julgando, achando que qualquer dor pode ser superada e que as pessoas não podem se matar por qualquer "coisinha". Sabe, eu acho que, se aquilo levou uma pessoa a se matar, não deve ser "qualquer coisinha", concorda? Para mim, sinceramente, quem diz isso nunca deve ter chorado, porque não é possível... Quem diz isso não entende.

É óbvio que eu não sou a "favor" de uma coisa dessas. Como alguém pode ser a favor de algo que destroi uma vida? Não é isso... Eu só acho que as pessoas deveriam ser mais compreensivas. Ter um pouco de coração, sabe? Prestar atenção e procurar ajudar, não só ficar julgando feito uns idiotas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Silêncio - Não coloque para fora.


As pessoas são tão esquisitas, não são? Quero dizer, dizem mil promessas por ai, como por exemplo "Vou estar sempre ao seu lado", "Pode contar sempre comigo", "Eu te entendo", "Você não está sozinha" ou qualquer outra coisa do tipo, mas é só a situação fugir um pouquinho (ou muito) do controle e pronto. Todo mundo desiste de você. Fazer o quê né? Eu sou uma egocentrica dos infernos e vou continuar assim, logo não vale a pena me dar apoio ou seja lá o que for. Faz sentido. Só que nunca imaginei que as pessoas desistissem assim tão rápido... Não que eu esteja pedindo, feito uma idiota, para as pessoas me animarem ou fazerem qualquer coisa por mim, não é isso. Só não quero que mintam para mim. Não quero que digam que vão estar SEMPRE ao meu lado, se vocês sabem que não vão conseguir, não quero que digam que não vão me abandonar quando desistem logo em seguida. Ok?

Palavras e promessas vazias não valem porcaria nenhuma. Diz a verdade, diz a verdade logo de cara. Doi menos, tudo bem? Joga logo na cara tudo o de ruim que te passou pela cabeça, me xingue por favor, bata em mim se quiser, me odeie, eu não me importo, mas não minta, não faça eu confiar em você para depois ser deixada na mão. Eu entendo que é difícil ter paciência e tantas outras coisas, eu entendo, mas se você sabia disso, porque mentiu? Para fazer eu me sentir melhor naquele momento? De que adianta? De que adianta se nos momentos que eu mais preciso eu não encontro ninguém ao meu lado?

Quer saber de uma coisa? É por isso que eu sempre digo para mim mesma, nunca abra a boca. O silêcio é tão mais fácil... Realmente, poder desabafar é maravilhoso. Mas eu acho que existe dores e cicatrizes que é melhor guardar para si mesmo. São pequenos detalhes que devemos nunca contar e o pior é que geralmente são esses detalhes que te matam aos poucos e que você precisa desesperadamente contar para alguém, nem que seja só para tirar um pouco desse peso enorme sobre você. Mas não conta não... Sofra sozinho. Ninguém vai te entender, ninguém vai ter coragem de estar ao teu lado quando você estiver exposto todos os podres da sua alma. Eles vão te olhar como se você fosse louco, como se você fosse a única pessoa do mundo com tantos defeitos, e você vai acreditar neles. Vai acreditar cegamente em todos os defeitos que eles te apontarem, não importa se outras pessoas são tão egoistas quanto você ou até mais, não importa, só você vai ser julgado como monstro, só você vai ser criticado.

Afinal foi você mesmo que se abriu. Você foi sincero, você não pode ser sincero, nunca seja sincero. Dizer o que pensa nunca é bom, você pensa errado, não pode sair dizendo por ai, entende? As outras pessoas são todas fingidoras proficionais, com seus sorrisos falsos e suas gentilezas forçadas, você tem que fingir também, como todo o mundo, principalmente com seus amigos (aqueles que você PENSA que pode falar tudo), porque são eles que mais te criticam e é deles que você precisa de mais aceitação, para sentir que faz parte da porcaria de um grupo, que tem um lugar no mundo ou que não é um inútil completo.

Por isso, meu, se você não quer complicar sua vida. Fica com a boca calada. Quer se matar? Ótimo, mas não deixe ninguém saber. Tem um rombo no seu peito e você não sabe se vai aguentar tudo isso? Maravilha, sofra sozinho, fale com as paredes se precisar, faça qualquer coisa que você quiser fazer com você mesmo, mas nunca divida sua dor com ninguém. Dividir uma coisa ruim não vai fazer com que o sofrimento diminua, só vai fazer com que a pessoa também se sinta triste e você... Você vai sentir um arrependimento gigante por ter aberto a boca, você vai querer pagar de tanta culpa que vai sentir. Não coloque para fora não, faça do mundo um lugar mais feliz para as pessoas que você ama, faça de tudo para elas acreditarem que está tudo bem, mesmo que isso te destrua por dentro. Tudo bem? E eu vou estar aqui te desejando sorte e torcendo para que o sofrimento não te destrua. Eu também cuidarei dos meus próprio problemas, como deve ser.

Assim tudo vai ficar bem, pelo menos você não sentirá a culpa de ser um peso para todo o mundo. É bem melhor não é? E quando você não conseguir forçar um sorriso para as pessoas pensarem que você está bem, saia de perto delas, vá afogar suas magoas em um lugar onde ninguém te veja, se isole, vá embora. É nojento você fazer os outros sofrerem por você.

domingo, 13 de junho de 2010

Sentir X Não Sentir


Bom... Eu prometi para uma amiga minha que escreveria sobre garotas, mais ou menos como eu falei sobre garotos a umas semanas atrás. E eu até tinha algumas idéias de escrever sobre isso... Mas caramba... Acabei de descobrir que se eu nem mesmo consigo me entender, como eu vou entender as outras meninas?? Então eu peço desculpas, vai ter que ficar para algum outro dia, algum dia em que eu consiga entender essas cabeças confusas e sentimentais (se é que esse dia vai chegar).

Outra coisa que eu queria deixar um pouquinho mais claro é que eu sei que vocês (lê-se Gigi) não curtem muito que eu fale sobre coisas pessoais mas o blog é meu (oo), não enxe.

Então hoje eu vou falar sobre coisas pessoais!

Voltando para a minha idéia de que minha vida é uma roda-gigante. Esses dias foram totalmente doidos, nunca me senti tão vazia... E nunca me senti, por alguns poucos instantes, tão viva. E meu humor inconstante oscilando sempre, apesar que parece que cada vez mais eu passo mais tempo triste do que feliz... Não gosto quando eu só fico triste, prefiro os extremos do que a tristeza e o vazio constante. É engraçado porque outro dia eu me peguei falando para mim mesma que tudo iria ficar bem e que tudo iria voltar ao normal, mas então eu me toquei que na verdade não sei mais o que é "normal".

Andei pensando em drogas também... Cutting é uma droga. É incrível o que as pessoas são capazes de fazer quando em desespero, não é? Ouvi gente falando que nunca nem pensaria em fazer uma coisa dessas, pois não suporta sague, agulhas ou outras coisas cortantes, mas será mesmo que nunca fariam isso? Sofrimento e desespero é uma coisa cruel de mais, se você não conseguir se livrar deles de uma forma saudável, parece que sua personalidade se apaga, tudo o que você sempre acreditou e seguiu, as pessoas que você ama e sabe que te amam, parece que nada mais disso importa. Não existe isso de "pense em coisas boas nessas horas", quando o desespero vem, não existe coisas boas, quando você se tranca em seu quarto e em sua dor, parece que a única coisa que importa é sua respiração falha e seu coração batendo dolorosamente e você precisa fazer aquilo parar. Você precisa, porque se não conseguir parar você não sabe o que pode acontecer, você tem medo, medo de que um buraco se abra no chão e te leve para um inferno do qual você nunca mais conseguirá sair. Porque é isso que parece que vai acontecer.

Mas existe outra coisa que, sinceramente, eu não sei o que é pior. Sentir de mais ou não sentir. Experimentei isso algumas vezes, será que vocês tem alguma idéia do que é isso? Eu não tinha nenhuma idéia antes... É uma coisa tão esquisita, caramba, que eu não sei nem explicar. Parece que, do nada, você perdeu a capacidade de ter sentimentos, em alguns instantes alguém poderia me bater, me humilhar, pisar em mim, não importa. Eu não sentiria, não porque eu desisti de senti ou estou cançada de reagir, não, não é isso. Eu simplesmente não teria CONSEGUIDO sentir, eu pararia e ficaria esperando a dor chegar, mas ela não chegaria, a alegria também não chegaria, o alivio também não, nem medo, nada, no maximo uma sensação vaga e esquisita de que tem alguma coisa errada e que isso não está certo. É assustador, sério.

O engraçado é que, quando você sente, você quer fazer a dor parar, mas quando você não sente, surge uma necessidade urgente de se sentir viva. Talvez não sentir seja pior, quando você não sente você parece não saber mais quem é você ou o que é você, nem se está viva, nem porcaria nenhuma.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Meninos e meninas (e outras coisas sobre amor e autoestima)


E o dia dos namorados está chegando... E cá estamos nós sozinhos (ou não. Mas eu estou e imagino que mais alguém no planeta também, então...). Vou falar uma coisa para vocês, sou uma carente dos infernos, vocês não fazem idéia de como eu procuro alguém capaz de me amar. Acho que mesmo eu dizendo para mim mesma que vou parar de ficar me apaixonando a torto e a direita para depois quebrar a cara, no fundo eu estou sempre meio que de olho, torcendo para que alguém caia do céu ou coisa assim, ou até mesmo algum amigo olhe para mim (não, não é indireta para essa certa pessoa, seria a indireta mais tosca que eu já vi na vida). As vezes o que eu procuro não é nem um namorado, não é só isso que eu quero, acho que o que procuro mais é abraços, carinho, respeito, amor de um jeito ou de outro, estando ele na forma de amigo, irmão, amiga, namorado, não importa. Enfim, a dependência afetiva, a carência, o medo de ficar sozinha, essas coisas coisas me atormentam.

E é ridículo. Me irrita essa minha dependência, pareço criança chorona querendo colo... Mas o que eu posso fazer? Não tem coisa que eu quero mais na vida do que poder ter alguém que olhe para mim com orgulho e me ame do jeito que eu sou, só isso.

De qualquer jeito, como eu sou meio viciada nesses termos de psicologia eu fui procurar no google sobre dependência afetiva. Achei uma frase explicativa que resume muito bem o termo, dêem uma olhada:

"Chamo a isso de vício, porque tal dependência assume várias vezes o caráter de “muleta afetiva”. Sem a muleta, toma-se um tombo atrás do outro.

Isso se dá porque algumas pessoas fazem de outras o centro de suas atenções, e quando ausente não tem a quem entregar-se."


Adorei a comparação com uma muleta, é exatamente assim, quando essa pessoa faz qualquer coisa que a faça pensar que ela vai embora ou se afastar, você começa a cair, um tombo atraz do outro, tentando desesperadamente manter essa pessoa com você. Simples assim, porque você precisa dela. Como você pode ser feliz sem essa necessidade?

O site de onde retirei essa informação também fala sobre o medo de ficar sozinho, mas outra coisa que me chamou a atenção é o fato desses dependentes afetivos serem assim por possuirem uma baixissima autoestima. Quero dizer, eles precisam se entregar a outra pessoa porque não amam a si mesmo, em uma explicação tosca. Eles precisam de alguém que se entregue por completo a eles do mesmo jeito que eles se entregam. Mas quem está disposto a uma relação tão pesada e dependente assim? Ninguém, vai por mim, nunca vai dar certo. Se não eu não estaria aqui lamentando minha solidão, feito uma velha.

Eles dizem que a saída é melhorar a autoestima. Ame a si mesmo antes de amar qualquer outra pessoa. Até ri quando li isso... Como se a gente podesse simplesmente falar para nós mesmos "Ame-se!" e pronto, nossa autoestima vai para as núvens como em um passe de mágica. Se pudessemos já teriamos feito a muito tempo, óbvio, quem quer viver sofrendo assim? Sendo jogada de coração para coração (se é que chega a entrar no coração de alguém...).

Deus do céu... Dêem só uma olhada nas dicas para melhorar a autoestima. Meu Deus... Estou começando a acreditar fielmente que qualquer coisa que chegue perto de ser "auto-ajuda" é tremendamente deprimente. Isso realmente ajuda as pessoas?? Não é possível... Olha isso:

- Não deixe em HIPÓTESE ALGUMA que sua mente seja dominada por pensamentos deprimentes. Isso exige treino. (UHEUEHEUHEUHEUEHEUHEUHEUHEUHEU ah tah bom sim! Treino... Sei. Afinal "Amanhã o sol vai estar brilhando no céu" né? Ah... por amor a inteligênca alheia vai, alguém tem a inocente idéia de que podemos controlar nossos pensamentos negativos?? Desculpem mas isso está trementamente longe da minha realidade.)

- Ouça músicas que te lembrem apenas coisas boas. (Bom... Eu gosto de escutar Clarisse do Legião Urbana... O que me deixa tremendamente depressiva, mas eu adoro, me faz sentir que, de certa forma, existe alguém por aí que consegue me entender. Mas onde isso vai ajudar a aumentar minha autoestima?? Não faz sentido nenhum.)

- Afaste-se DE UMA VEZ POR TODAS das pessoas negativas. (Nossa essa é a melhor! Pelo amor de Deus! PORQUÊ TODOS OS LIVROS DE AUTO-AJUDA FALAM ISSO? Bando de desgraçados sem coração! Me diz como eu vou me afastar de mim mesma?? E o que você está dizendo?? Que as pessoas deveriam me abandonar?? Ah... muito obrigada, me ajuda muito isso. Poderia até pular de alegria... Bando de burros sem sentimentos, toda vez que leio essa porcaria tenho vontade de me atirar pela janela, me faz sentir terrivelmente sozinha, parece que a porcaria do mundo não tem lugar para mim ou para qualquer outra pessoa depressiva, negativa ou seja lá o que for. Muito obrigada mesmo.)

- Jogue fora suas roupas velhas, rasgadas e rotas. Use coisas novas, limpas e bonitas. (Nossa... Muita gentileza sua falar que eu me visto feito um mendigo... Faz eu me sentir realmente melhor. Muito obrigada também pelo preconceito do caramba, achando que todos os fracassados se vestem mal.)

- Mude alguma coisinha na sua aparência (pra melhor). (E mais uma vez, muito obrigada por falar que todos nós temos uma aparência horrível e somos feios pra caramba e por isso não arranjamos namorados(as)...)

- Preste atenção em seus gestos. Aja sempre com calma, fale baixo e evite cenas de estresses. (De boa... Vai caçar minhoca. Não me diga como eu devo ser caramba! O cara acabou de falar que eu devo me valorizar e já vem jogando regras de "como agir" para cima!! Meu... Se eu quero gritar, problema é meu, se eu sou estressada, problema é meu! Burro dos infernos...)

E é assim que um cérebro sem autoestima reage a frases de auto-ajuda. Entendem agora o quanto isso não ajuda quem realmente precisa? Alias... Piora até. É claro que existem livros de auto-ajuda bem melhores poraí, alguns que realmente te fazem pensar e quase que te impedem de pensar negativamente em cima de uma afirmação. Gosto de Augusto Cury, pelo menos o cara sabe o que está falando.

Mas até que esse site que eu encontrei não foi de todo inútil... Gostei de uma frase dele: Aceite-se como você é. Não mude para agradar as pessoas, mude de pessoas. Foi a única coisa decente que eu li... A única coisa que é verdade. Mude de pessoa. Mas digamos que isso não é tão simples assim e digamos que existe o medo de ficar sozinho. Digamos que não é legal ser jogado de uma pessoa para outra, como um peso, sempre um peso, um problema para todo mundo. E eu derrubo também o "mude de pessoa". Mas o "Aceite-se como você é" e " Não mude para agradar as pessoas" continuam sendo verdades. Não é fácil se aceitar, não, não é, e é mais difícil ainda sentir que os outros te aceitam, mas não mude para agradá-las não. Só vai fazer com que você sofra cada vez mais, se perdendo em si mesmo, sem nem ao menos ter certeza de quem é. Não faça isso não. Mas se for impossível também... Eu vou entender. Quer saber? Começe desejando de todo o coração que todas as pessoas que te impedem de ser quem você é se explodam. É um bom começo, imagino.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cutting - Ei, eu não sou um monstro.


Cutting ou automutilação é o nome que se da para qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. As pessoas podem se bater, se arranhar, se morder, se queimar e principalmente, se cortar. Quando eu estava procurando sobre isso na net encontrei muita gente dizendo que esse transtorno acontece na lógica de que uma dor maior supera uma dor menor, como se um corte no braço fosse maior do que a dor na alma! Não é assim que acontece. É óbvio que não é. As pessoas se machucam porque... bom, nem todos tem os mesmos motivos, mas a maioria é por impulso, em um momento de estresse extremo, sentimento de culpa (se cortam para se punirem), raiva, etc.

Provocar dor no próprio corpo faz com que essas pessoas se acalmem, se sintam mais aliviadas ou até mesmo mais vivas... Se é que vocês me entendem. Essa sensação de alivio ocorre pelo fato dessa atitude liberar uma substância anestesiadora no cérebro, aliviando a tal "dor na alma". É um comportamento compulsivo, sendo muitas vezes difícil se livrar do vício. Muitas pessoas não vêem problema nenhum nesse ato, achando que não há nada de errado em um cortezinho ou dois de vez em quando, mas essa doença costuma evoluir pelos relatos que eu li. Logo um cortinho ou dois não vão mais te satisfazer e antes que você perceba eles seram 10, 20... Cada vez maiores e mais fundos.

Essa atitude está associada a personalidades limítrofes (borderlines), pessoas com baixa auto-estima, depressivos e pessoas que sofreram abuso na infância, seja ele sexual, psicológico ou físico.

Isso é Cutting:


Ao contrário do que muitos podem pensar, essa prática não envolve a necessidade de chamar atenção. Muito pelo contrário, os self harms tem conciência de que as pessoas não aceitam isso muito bem e possuem muita vergonha de seus atos, chegando a fazer quase de tudo para que as pessoas não descubram. Bom é isso... Acho importante as pessoas saberem um pouco mais sobre isso. São pessoas que só sabem lidar com a dor dessa forma e elas precisam de ajuda (quem não precisa né?).

Aqui vai um video muito bom sobre o assunto, é um apelo para que as pessoas susceptíveis a esse transtorno nunca façam seu primeiro corte: Clique aqui.

A música desse video é muito bonita também... Espero que todos aprendam a lidar com a sua dor de uma forma saudável e percebam o quanto isso é perigoso. Boa sorte pessoas.

terça-feira, 8 de junho de 2010

"Um mundo onde a verdade é o avesso e a alegria já não tem mais endereço"


Sabe, eu não sou uma estudada no assunto nem porcaria nenhuma para poder criticar com as palavras complicadas que as pessoas usam por aí... Mas eu vivo nesse mundo até onde eu sei e, sinceramente, não entendo a lógico da nossa sociedade. Tem tanta coisa errada... Caramba, por que ninguém nos ensina a respeitar e ajudar o próximo? Porque não ensinam essas coisas nas escolas? A lidar com as pessoas, lidar com as dificuldades, tudo! Sabe, as coisas que REALMENTE importam na vida. De que adianta eu saber os propriedades químicas de todos os elementos se eu não sou feliz?? Bando de gente que não pensa... De que adianta saber tanta coisa inútil se ninguém te ensina a desenvolver seu emocional? Onde estão nos ensinando a encarar nossos problemas? A olhar para o próximo e estender-lhe a mão, sem preconceito ou porcaria nenhuma.

E não me venha com a história que educação se aprende em casa e sei lá mais o quê. Só o básico se aprende em casa e olhe lá. Nessa lógico maluca em que todo mundo precisa trabalhar cada vez mais sabe-se lá para que, quando que os pais vão ter tempo para ensinar os filhos a viver? Tempo para orientá-los e criar laços como nós precisamos? Não existe mais isso. Sobra as escolas e os amigos. As escolas onde só nos massacram com matéria inútil atrás de matéria inútil, em uma competição maluca para ver quem é melhor que quem (pelo menos na minha escola doida... ou na minha cabeça doida lol vai saber...) e os amigos, a maioria tão perdida quanto nós mesmo.

É engraçado a mania das pessoas de sempre se preocuparem com o que é menos importante. Parece que cada vez mais se cria pessoas egoístas para viverem em um mundo egoísta. É isso que a gente aprende, só isso. Quem é bonzinho só se ferra, quem se importa, quem é sensível... Não, isso não é valorizado, isso é fraqueza né? É o malandro o mais preparado para a vida, o egoísta e insensível, quem consegue pisar em mais pessoas sem se importar. Afinal... não devemos deixar que os outros atrapalhem nossos objetivos e sonhos né? MEU! PENSA! Como assim NINGUÉM pode atrapalhar seus sonhos?? Claro que pode! E se... sei lá! Sua mulher descobre que tem uma doença degenerativa, câncer ou qualquer outra porcaria que a deixe incapacitada. Caramba... Você a abandonaria porque ela está atrapalhando o lixo do teu trabalho? E se você disse sim, mais uma vez parabéns, você está prontinho para se dar bem nessa porcaria de mundo aos avessos.

Não dá para entender isso... Como as pessoas podem achar isso certo? Como podem ensinar isso para as crianças? Porque tanta competição? Mesmo o vestibular... Coisa nojenta... Eu sei que é preciso, eu sei que não tem vagas para todo mundo, mas é tão cruel... Fico só vendo todo esse bando de jovens sonhando tanto e imaginando como eles vão lidar com a derrota. Não todos, óbvio, mas em toda a competição há perdedores. Ninguém nunca tem olhos para os perdedores... Os fracos e pequenos. Cara... todo mundo sai abraçando e enchendo de parabéns os vencedores. Porque eu nunca vejo os perdedores? Porque eles são tão invisíveis assim na sociedade? Deveriam abraçar e fazer festas para estes! Eles é que precisam! Mais do que os que venceram. Eles vão precisar de muita força para continuar lutando.

Muito provavelmente vocês conheçam a foto que eu coloquei nesse post, é de uma campanha contra a anorexia. Doença criada por essa nossa sociedade problemática... Mais uma doença entre outras tantas. E o número de doentes mentais só aumenta. Me diz você leitor... Quando os não-adaptados à essa lógica de sociedade se tornarem tantos que vai ser impossível fechar os olhos, será que finalmente vão se tocar que nada que se prega hoje em dia faz sentido? Ou talvez todos já estejam tão doidos que ninguém vai se tocar de nada mais... Enfim... Outra coisa incompreensível é que se prega a perfeição... Em um mundo feito por pessoas totalmente imperfeitas! Porque eles fazem isso?? Para que?? Não faz sentido. Acho que eles querem que as pessoas fiquem doidas mesmo, sei lá pra quê.

E eles ainda dizem que "O normal é ser diferente" também, como eu falei no outro post. E dizem isso como se não tivessem preconceito de nada. Até parece, bota um nerd zuado pra caramba na frente de um bando de adolescentes para ver se eles não vão zuar. É claro que vão! Quero dizer... Ele é diferente, que coisa né, mas não estou vendo ninguém respeitando-o. É porque o diferente precisa ser o "diferente deles" né? E tudo bem democrático e justo, claro.

Assim como todas as outras coisas que a sociedade impõe. Tudo muito justo e de consentimento geral. O problema é de quem não se encaixa e resto é resto.

Não preciso nem falar do dinheiro né. Dinheiro compra tudo, dignidade, opinião, ponto de vista, tudo. É a única coisa que importa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

(Nem) Todo o abismo é navegável.


Por muito tempo a minha frase preferida foi "Todo o abismo é navegável, a barquinho de papel". Encontrei ela ao acaso na internet, quando eu era menor... E, caramba, essa frasezinha significou tanto para mim. Até a pouco tempo a trás eu gostava de escrever ela em tudo quanto é lugar, só para me lembrar sabe? Que o tal do abismo pode ser superado sempre.

Mas de um tempo para cá eu não acredito mais nessa frase... De repente parece que ela não é mais tão importante assim, parece que não tem mais significado. Fico imaginando quando que eu cai no abismo, tão fundo que a luz já não chega e as coisas deixaram de fazer sentido. Hoje mesmo fui pegar uns diários antigos meus para dar uma olhada e achei uma parte que me chamou atenção, justamente por eu ter falado dessa frase:

"17/12/2007

Dizem que todo o abismo é navegável a barquinho de papel. Gostaria de saber onde está meu barquinho nesse momento. Talvez tenha sido roubado enquanto eu dormia."


É engraçado porque nessa época eu lembro de me imaginar de um lado do abismo, a beira de cair e querendo chegar ao outro lado. Agora eu me imagino já lá no fundo... Nem do barquinho eu me lembro mais, a unica coisa que me vez a cabeça é onde está a superfície, só isso, não preciso atravessá-lo, só chegar a superficie já está bom de mais.

Eu sinto como se meus sonhos fossem diminuido, cada vez mais. Quase como se sonhar fosse proibido para uma pessoa como eu. Chego a pensar se eu mereço ao menos terminar a escola, só isso... Será que é pedir de mais? Não quero mais pensar na vida depois desse ano, não quero, pensar doi, não quero pensar nos meus amigos indo embora, não quero pensar em não saber o que fazer e me sentir cada vez mais perdida e sozinha, não quero pensar que não vou conseguir me enquadrar no mundo, não quero pensar nos fracassos pelos quais eu vou passar, um atraz do outro, como uma avalanche... Uma avalanche terrível e injusta que vai cobrir esse meu abismo. E quando meu abismo estiver coberto, quando ninguém mais se lembrar de mim e eu estiver me perdido em mim mesma. Me diz... Para que eu vou viver? Para que eu existo?

Me diz porque suicídio é pecado? Fico imaginando... Nem direito sobre minha própria vida eu tenho, nem isso... Se eu não posso viver em paz, se eu não posso ter uma vida (porque eu não posso ter uma vida?? Por quê?), então ao menos eu poderia morrer né... Mas não.

É egoismo... É eu sei. Eu sou a pessoa mais egoista do mundo, a mais nojenta, despresível e mediocre. Eu sei de tudo isso, não precisa me dizer, ninguém precisa me dizer porcaria nenhuma. Eu sei, ok? Eu sei... Mas você não está na minha pele né?

domingo, 6 de junho de 2010

Aborrecentes


Teve uma época em que tudo que eu fazia minha mãe falava "É a adolescência...". Se eu brigasse, reclamasse, chorasse ou qualquer outra porcaria. Me irritava horrores, eu me sentia como se eu não tivesse direito de ser eu mesma, como se eu, sei lá, estivesse me perdendo, fazendo tudo errado. Eu achava que eu deveria ser sempre boazinha e quietinha. Para falar a verdade eu ainda acho isso... Afinal eu não sou uma velha nem nada e vira e mexe ainda entro em crise.

Enfim... Pesquisando poraí eu li sobre adolescência. Nenhuma coisa tipo "Nooooossa! Que interessante!", só o velho papo de que essa é uma faze de desenvolvimento psicológico, biológico, etc. A gente entra em crise para afirmar nossa personalidade e tudo o mais. Ah! Mas da uma olhada nisso:

- A região parietal do cérebro, responsável pela atenção e noção de espaço atinge a maturidade aos 16 anos (poxa... se minha noção de espaço e atenção já está madura eu to perdida...);

- a região frontal, responsável pelo autocontrole, pela capacidade de discernimento e pelo humor atinge a maturidade aos 20 anos (ainda há esperança...);

- Sistema Límbico, responsável pelas emoções, como a raiva, atinge a maturidade aos 20 anos (o que será que deve significar "atingir a maturidade"? agora que eu estou pensando... será que nosso humor se estabiliza?);

- região Temporal, responsável pela memória, atinge a maturidade aos 16 anos (to perdida também).



Descobri também que adolescentes e adultos utilizam partes do cérebro diferentes para realizar a mesma tarefa. Por exemplo, diante de uma expressão facial um adulto pode ver medo e um adolescente pode ver escárnio. Isso explica a sindrome de perseguição (né Vitor? XD).

Os pais começam a ficar meio doidos também a medida que a gente vai crescendo. Graças a Deus minha mãe parou de falar que minhas crises eram por causa dos hormônios ou sei lá o que... Mas cada vez mais ela tem medo de me deixar sair com meus amigos poraí, cada vez mais ela se irrita com o meu isolamento, achando que eu me isolo porque prefiro meus amigos do que minha família (na verdade eu prefiro ficar sozinha mesmo...). As vezes da a louca e ela fica pedindo para conversar comigo, mas eu nunca sei o que falar! Tipo... como os pais podem exigir que os filhos conversem com eles se não existe assunto?? Não dá para entender.

Acho que eles tem medo de nos perder. Deve ser isso... Mas eu acho que deve ser melhor ter pais meio doidos superprotetores do que pais superliberais... (e quem tem pais protetores vai me xingar...) Mas pense bem... Se meus pais fossem mais tapados, se eu conseguisse enganar eles melhor, se eles não se importassem. Sinceramente, eu acho que já teria acabado com a minha vida. É esse medo deles que me mantem na linha, sério mesmo. Eu preciso de limites. Acho que todo mundo precisa, não precisa? Faz bem.

Leiam "Christiane F, 13 anos, drogada, prostituida..." caso duvidam. Vejam o quão fundo ela caiu por ter uma mãe que não deu limites, uma mãe que confiou totalmente, a deixou seguir seu próprio caminho... Na verdade a abandonou a própria sorte praticamente né. Poxa, olha a idade da menina, 13 anos é idade para tomar decisões sozinha? Não. Tudo bem que eu tenho 17 anos né... E eu acho que merecia um pouco mais de confiança agora. Mas foi bom minha mãe ter me mantido na linha até agora, me educado direitinho e tudo mais.

Não sou uma fracassada por culpa da minha mãe. Não... eu fui muito bem educada. Eu sou assim porque devo ter nascido errado mesmo.

sábado, 5 de junho de 2010

Se ser diferente é normal, então eu quero ser normal para ser diferente, certo?


Não entendo a necessidade das pessoas de serem "diferentes", "especiais" ou seja lá o que for. Não entendo porque querem a fama, porque querem ser admirados e porque gostam tando de chamar a atenção. Escuta criatura de Deus, se você quer ser diferente como todo mundo, isso não é ser diferente!! Caia na real por amor a vida, não entendo isso. Não adianta, ô esperteza... para um pouco pra pensar. É ÓBVIO que todas as pessoas são diferentes, não existe duas pessoas iguais no mundo, então o que te faz pensar que você é especial??

Tem gente que simplesmente não se enxerga né... É incrível. Parece que o mundo gira ao redor delas, parece que elas são o sol que ilumina a existêcia das pessoas a sua volta. Fico pensando o que se passa na cabeça dessas pessoas... Será que elas realmente acreditam que se morrerem o MUNDO vai ser a falta dela? Pelo amor de Deus... No máximo você é insubstituível para tua mãe e olha lá.

Me diz... O que leva uma pessoa a achar que seu modo de pensar é "especial" e que ela é diferente de todo mundo? O que leva ela a se achar tão inteligente?? Gente... CADA PESSOA VÊ O MUNDO DO SEU JEITO. Ninguém NUNCA vai pensar EXATAMENTE igual a ninguém. Abaixa essa bola toda vai. Você pensa que é quem? Einstein?

Quer ser diferente? Começa sendo humilde ok? Está em falta no mundo.

Não estou dizendo para não ter autoestima, não é isso. Só estou dizendo que as pessoas deviam manter seus pés um pouquinho mais no chão sabe? Abrir um pouquinho os olhos de vez em quanto.

Não tem coisa mais ridicula no mundo do que um zé ninguém se achando o tal. E não tem coisa mais autêntica no mundo do que alguém sendo exatamente como esse alguém é, simples assim, normal assim. Não força não ok? É ridículo.

Antidepressivos - Afinal, funciona?


Deixa eu ver como eu posso começar a falar sobre isso... Bom vou começar contando a minha experiência com meu psiquiatra.

Esse ano foi a primeira vez que eu entrei em um consultório psiquiatrico, não que a dor seja novidade, nunca foi para falar a verdade... Mas esse ano tem me preocupado bastante.

Eu quis ir ao médico com a idéia de que ele pudesse resolver todos meus problemas, sabe? Ou ao menos que ele pudesse apontar onde está o problema e o que eu devo fazer para superá-lo e eu queria que ele me dissesse isso especialmente porque eu estou em um ano meio complicado na escola, vestibulares se aproximando e tudo o mais. Eu não queria que meu emocional me atrapalhasse como sempre atrapalhou. Eu NÃO posso deixar que nada me atrapalhe esse ano. E lá vou eu... Não sei se algum de vocês já pisaram em um consultório psiquiatrico, mas eu vou te dizer uma coisa, esquece as imagens que os filmes fazem dessas consultas. Não tem nada a ve.

O psiquiatra é um psiquiatra, um médico, não um psicólogo entendem? Ele não vai conversar com você tentando te conhecer e ser seu amigo, não. Eu me senti como se ele estivesse tratando de... sei lah, uma gripe e não depressão. Sério mesmo, parece que você está com uma doença como outra qualquer, simples assim, parece que ele não procura te entender como pessoa, ele só está procurando doenças e como tratá-las, exatamente como um outro médico qualquer. O que me decepcionou terrivelmente, óbvio.

Ele faz perguntas e mais perguntas e no fim chega ao diagnóstico. Depressão, no meu caso. É obvio que ele ainda não sabe exatamente que tipo, nem muito bem qual a intensidade, é impossível saber tanto em uma consulta. Mas os sintomas são claros e ele disse que não pode ignorar isso. E me receitou um dos famosos antidepressivos (lê-se drogas...).

Quase cai da cadeira quando ele me receitou, literalmente entrei em pânico. A dose é baixa, porque como eu já disse ele não sabe ainda qual meu tipo de depressão, estou na fase de tentativa e erro até encontrarem uma dose que funcione para mim (vária muito de pessoa para pessoa). Mas mesmo assim é assustador né? Sabe o que eu sinto? Que com isso eu vou estar fugindo de meus problemas... Me dopando, anestesiando minha dor e não resolvendo ela de fato. E eu odeio isso, odeio fugir dos problemas porque eu sei que não resolve porcaria nenhuma, gosto de ir ao fundo deles e resolver de uma vez. Ponto.

Incrivelmente minha mãe adorou a idéia... E eu pensando que ela nunca permitiria uma coisa dessas. Mas agora que eu parei para pensar, é bem mais fácil para ela só olhar para o lado químico da depressão e achar que um remédio vai resolver tudo do que tentar me entender. Sinceramente eu duvido que uma pilulazinha vá resolver todos os problemas da minha vida.

Os antidepressivos demoram para surtir efeito, uns 15 dia mais ou menos. Já deve estar fazendo um mês que eu tomo e até agora não senti porcaria de diferença nenhuma. E olha que os médicos falam que as primeiras doses desses remédios os pacientes sentem muito, por não estarem acostumados, depois quando se acustumam parece que o efeito vai diminuindo. Eles prometem que não diminui... mas não é o que eu ouvi falar pela internet porai. E meu psiquiatra prometou para mim que eu me sentiria bem melhor assim que começasse a surtir efeito. Mais uma decepção para minha lista.

Fiquei decepcionada sim por não sentir nenhuma diferença tomando o remédio, mas de certa forma dá até um alivio... Morria de medo que os antidepressivos mudassem meu jeito de ser, sabe? Eu sou assim, intensa e tudo o mais, não sei se eu quero me tornar uma pessoa "morna" por assim dizer. Tenho medo do que essa porcaria de remédio pode fazer comigo.

Enfim... Fui procurar na internet se existe um por quê dos remédios não fazerem efeito. E vocês não vão acreditar na quantidade de informação que eu encontrei! É assim... A internet se divide em duas correntes de pensamento, simplificando bem, os que botam toda a fé nos antidepressivos e os quase que totalmente céticos quando a sua eficácia.

De um lado temos os especialistas, os médicos e a maioria dos pesquisadores. Do outro temos os pacientes, poucos pesquisadores e menos ainda médicos. O que eu descobri foi que a maioria dos antidepressivos atua aumentando a quantidade de serotonina (um neurotransmissor associado aos transtornos de humor), mas eu descobri também que existem muitas pessoas (aproximadamente metade dos pacientes, número muito significativo por sinal) que nascem com uma quantidade maior de receptores desse neurotransmissores, o que faz com que o remédio não funcione. Receptores a mais funcionam como uma espécie de freio que impede os neurônis de funcionarem direito... Não me perguntem como porque eu não faço idéia. O fato é que para metade das pessoas que precisam de antidepressivos, eles são ineficazes. Fato bem desanimador para os pacientes psiquiatricos... Outra coisa que eu descobri foi que esses remédio na verdade tratam a ansiedade e o extresse e não a tristeza em si. E outra coisa pior ainda que eu descobri foi que antidepressivos pode até aumentar as chances das pessoas depressivas de se suicidarem! É brincadeira né... Só rindo.

Tudo bem, não sei exatamente se essa última informação é de uma fonte totalmente confiável. Até porque nada na internet é totalmente confiável. Mas o que eu percebi pesquisando poraí é a falta de fé nesses remédios por parte das pessoas, ou seja, eu não devo esperar muita coisas deles. Estou começando a perceber também o quanto a psiquiatria é uma ciência falha... Uma ciência que ainda engatinha na minha opnião.

E é triste porque precisamos dessa ciência. Sim, precisamos e muito. Acho que o que tanto médicos quanto paciente pracisam saber é que muitos desses transtornos mentais não são resolvidos só com remédios (na verdade acho que nenhum transtorno é totalmente resolvido assim...). Poxa... Uma pessoa é tanto mais do que só química, sabe? As pessoas são tão diferente entre si, como eles podem achar que um mesmo remédio funcione na cabeça de todo mundo? Sei lá... Eu acho que eles menosprezam um pouco a complexidade do cérebro humano. O que eu sinto é que a psiquiatria dá tiros as cegas tentando adivinhar onde está o problema e como resolvê-lo. Mas ciência é assim mesmo, imagino... Tentativa e erro.

Mas eu não quero que as pessoas pensem que não devem confiar nos psiquiatras não! É claro que devem confiar e é claro que devem procurar ajuda caso tenham algum problema. Pelo amor de Deus, melhor procurar ajuda do que sair se matando porai e sofrendo a vida inteira, não se deve desistir de achar respostas e soluções nunca! Não desistam caso as soluções não caiam do céu em forma de comprimido, não é assim que se resolve as coisas. Sei lá... Eu sei que é difícil, mas eu acho que devemos lutar para achar nosso lugar no mundo sim. Apesar que eu entendo que as vezes isso é impossível... Mas se não confiarmos em nossos médicos em quem confiaremos? Se eles não puderem nos ajudar, quem vai ajudar? Desculpem mas não é um abraço que consegue curar uma depressão, é uma doença sim, vocês sabem. Não como uma gripe ou dor de garganta, mas uma mais complexa, uma bem mais complicada, as vezes curável e as vezes uma coisa que a pessoa terá que carregar a vida inteira. É assim que as coisas são, então que os médicos nos ajudem como deve ser, se não for ajudar no sentido de curar, ao menos nos ensinar a conviver com o problema, nos ensinar a sermos pessoas melhores para os outros a nossa volta, porque eles merecem, nossas famílias e amigos, pela paciência e carinho.

Desculpem se eu viajei um pouco nesse post... To meio que desabafando só. Obrigada pela paciência o/

sexta-feira, 4 de junho de 2010

As coisas que a gente perde sento timido


Eu sempre fui uma pessoa muito timida, mesmo que as vezes eu não pareça. E eu odeio ser timida, odeio quando fico vermelha, odeio gaguejar e odeio aquele silêncio constrangedor quando eu não consigo arranjar um assunto. Ah! E eu odeio pessoas olhando para mim, me sinto terrivelmente desconfortável. Mas sabe o que eu descobri? Que 75% da população também sofre com a timidez! Olha, não somos os únicos! As vezes eu fico pensando que a escola deveria ensinar coisas muito mais úteis para gente... como por exemplo vencer a timidez, se relacionar bem com as pessoas e tudo o mais. Não seria bem melhor? Quero dizer, ai sim eles estariam preparando um jovem para enfrentar o mundo lá fora, não só tacando física e biologia na cabeça deles.

Enfim... É engraçado quantas coisas que a gente perde sento timido. Uma vez, por timidez, não acenei de volta para meu melhor amigo que eu não via a um ano e depois daquilo nunca mais o vi, por timidez a gente naum fala o que pensa para as pessoas, por timidez a gente não levanta a mão quando perguntam se alguém quer alguma coisa e nós queremos, por timidez as vezes deixamos de fazer amigos e tantas outras coisas...

Alias eu só estou aqui escrevendo tanta coisas sobre mim e outros assuntos porque eu nunca vou ter capacidade de dizer isso de verdade, em voz alta sabe? Só consigo me expressar bem assim escrevendo... Por falta de confiança, que é uma das coisas que faz com que as pessoas sejam timidas, eu sou um desastre falando.

E lá fui eu no google tentar descobrir a tal fórmula mágica para ajudar as pessoas a vencer a timidez. Nossa! Eu achei um site com uma música de fundo que quase me hipnotizou enquanto eu lia(clique aqui). Basicamente eles falam para ficar repetindo para si mesmo que você não é tímido e que você não vai ficar nervoso em nenhuma situação, porque tudo o que é dito com insistência acaba se tornando uma verdade para nós. Como uma criança que é chamada de bagunceira, a tendência é ela continuar sendo bagunceira, porque ela acha que é isso que se espera dela e que ela realmente é assim e a mesma coisa funciona para uma criança que é chama de boazinha. Faz sentido... Parece ridículo no começo mas faz sentido. Sabe, se você escuta a sua vida inteira que você é tímido ou que você é burro, você vai passar o resto da vida sendo exatamente isso.

Da até pra refletir o poder das palavras dos outros sobre a gente. Olha se colocassemos um garotinho para viver em um ambiente onde só apontam para seus erros, onde o taxam de tudo quanto é coisa, onde ninguém enxerga seus acertos, só as caracteristicas ruins de sua personalidade se desenvolveriam! Mas se colocassemos esse mesmo garoto para viver em um ambiente cercado de amor, onde as pessoas elogiam seus acertos e o incentivam a ser uma boa pessoa, ele muito provavelmente teria as melhores caracteristicas de sua personalidade desenvolvidas. É claro que isso nem sempre é a regra, mas o meio influencia muito em quem somos sim. Ou seja... seria bom se as pessoas pensassem bem antes de taxar o outro de qualquer coisa, fazendo um gancho com meu post sobre bullying.

Enfim... é isso. Lembrando que os tímidos não são a minoria não. Talvez a diferença seja que alguns conseguem enfrentar mais a timidez do que outros, só isso. Coragem pessoas ^^

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O que eu fiz de errado para me odiarem? - Bullying


Ultimamente tem se falado muito sobre bullying (como se isso fosse alguma novidade...) e tem me irritado profundamente como esse termo tem sido banalizado. Tudo bem, é ótimo que os adultos tenham finalmente se tocado que existem monstros espalhados pelo mundo detruindo a autoestima e personalidade de seus filhos (poxa demoro hein), mas eles REALMENTE sabem o que é bullying? Vocês sabem? Bullying não é só fazer uma brincadeirinha, não é isso, bullying é perseguição. Dêem uma olhada na definição:

"O termo Bullying, que não existe na língua portuguesa, significa formas de agressões intencionais repetidas por estudantes, que causam angústia ou humilhação a outro. Compreende, pois, todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivações evidentes, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. O Bullying se encontra presente, possivelmente, em variadíssimas situações, tais como, colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, sacanear, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences, etc."

Ficou um pouco mais claro? Se de vez em nunca alguém te chama de burro... Sinceramente, para de ser chorão e não vem me dizer que isso é bullying. Deixa eu dar um exemplo do que NÃO é bullying...

Era uma vez uma menina super mimadinha que gostava de chamar todo mundo de burro e ficar falando que ela era linda, inteligente e perfeita. Um dia, estando ela zoando um menino, o amigo dele virou para ela e falou "Burra é você! Ele tira nota mais alta que você!" e olha que coisa! Ela foi correndo contar para a orientadora da escola que ela estava sofrendo bullying por que o menino teve a ousadia de falar que ela era burra! E lá foi a orientadora cair com unhas e dentes nos meninos, sem nem ouvir a versão deles da história... A mulher ainda teve a cara de pau de dizer que bullying era crime e que os meninos deviam ser processados.

Não preciso nem dizer que essa menina não está sofrendo porcaria de bullying nenhum né? O mais irônico é que os meninos ainda foram vítimas duas vezes, tanto da tirania da professora quanto a da colega. A burrice dos adultos é uma coisa que chega até a ser fascinante não é? É uma coisa incrível mesmo... Até quando eles tentam ajudar eles fazem tudo errado. Como eles conseguem??

Deus do céu... onde esse mundo vai parar...

Enfim, vamos ao bullying de fato, o real, não a frescura. Tem uma coisa que eu sempre quis saber: afinal, por que justo aquela pessoa é escolhida para ser o alvo?? Quero dizer, que diabos ela fez de errado para o mundo odiar tanto ela? E lá vou eu para meu bom amigo google.

"A vítima costuma ser a pessoa mais frágil, com algum traço ligeiramente destoante do modelinho culturalmente imposto ao grupo etário em questão, traço este que pode ser físico (uso de óculos, alguma deficiência, não ser tão bonitinho...) ou emocional, como é o caso da timidez, do retraimento...

A vítima costuma ser uma pessoa que não dispõe de habilidades físicas e emocionais para reagir, tem um forte sentimento de insegurança e um retraimento social suficiente para impedí-la de solicitar ajuda. Normalmente é uma pessoa retraída e com dificuldades para novas amizades ou para se adequar ao grupo. A vítima é freqüentemente ameaçada, intimidada, isolada, ofendida, discriminada, agredida, recebe apelidos e provocações, tem os objetos pessoais furtados ou quebrados. No ambiente familiar a vítima apresenta sinais de evitação, medo ou receio de ir para escola, mas, não obstante, como dissemos, não procura ajuda dos familiares, professores ou funcionários da escola.

Tudo isso acaba fazendo com que a vítima troque de escola freqüentemente, ou pior, que abandone os estudos. Nos casos mais graves a vítima contumaz acaba desenvolvendo uma severa depressão, podendo chegar a tentar ou cometer o suicídio."

Lembrando que bullying não ocorre só nas escolas, coisa que não foi citada nesse artigo. Uma coisa interessante no bullying é que, como vocês viram, a vítima não procura ajuda, entendem? Isso faz com que por mais que a idéia de "Não ao Bullying" se espalhe, como realmente deve se espalhar, ainda fico pensando... Será que alguém vai conseguir ter olhos para as reais vítimas? Sinceramente, eu acho que não, dificilmente alguém tem olhos para quem realmente precisa de ajuda, é sempre assim. E lá vão os professores defender as menininhas mimadas que são as únicas que reclamam...

E é sempre o mais fraco que sofre né? O mundo é dos fortes... dos espertos... Porcaria de mundo aos avessos. Quando criança as histórias nos ensinam que devemos seguir nosso coração não é? Meu... porque ensinam isso?? Deviam ensinar as crianças a usarem a cabeça, já que o mundo é de quem não tem coração, só cérebro. Poxa... por que justo o mais fraco? Por quê? Me diz. A pessoa que mais precisa de apoio, a que mais precisa de amor. Como vai ser o futuro dessa criança? Quem vai se responsabilizar quando ela se suicidar? Quem vai pagar os antidepressivos que ela vai precisar pela vida inteira?? Quem vai juntar os pedaçinhos da alma dela? Covardes desgraçados...

E vocês? Expectadores do bullying? Vocês que não são agressores, mas estão sempre lá, e só ficam observando, nunca defendem, nunca fazem porcaria nenhuma, as vezes até incentivam. Você tem tanta culpa quando os agressores sabia? Vou te dizer uma coisa... Se você não tem coragem de defender (afinal aquela pessoa não vale a pena não é? Ela nunca vale...), não incentiva tudo bem? Não dê risada, não é engraçado ok? Vá embora se você for tão covarde assim, mas não fique lá se aproveitando da humilhação do próximo para alimentar seu ego fraco e nojento. Muito obrigada.

Outra coisa que me irrita é a famosa frase "Ele está pedindo para ser zoado!" Ah... faça-me o favor né! E você está pedindo para levar um chute no saco. Quer dizer que só porque a pessoa nasceu daquele jeito você acha que tem o direito de se sentir superior? Por que tanta necessidade de humilhar os outros para você se sentir melhor? O seu prazer momentâneo é mais importante do que a felicidade do próximo? Olha... se você falou sim, parabéns, você está pronto para ter sucesso nessa vida de merda.

E nós, os fracos, nós que não nascemos com a força e a malícia necessária para suportar o peso de viver, nós que pensamos mais com o coração do que com a cabeça, nós que amamos de mais, nós que choramos... Nós vamos continuar com nosso fracasso e vamos continuar caindo, até que um dia não consigamos mais levantar. E vocês, olhando lá de cima vão falar "Nós avisamos para vocês serem fortes!" só para que, no último instante, por mais uma vez, sintamos culpa por ser como nós somos.

Será que é justo a vida ser assim? Será que está certo? Está, né? Nós que nascemos errados.