"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Meninos e meninas (e outras coisas sobre amor e autoestima)


E o dia dos namorados está chegando... E cá estamos nós sozinhos (ou não. Mas eu estou e imagino que mais alguém no planeta também, então...). Vou falar uma coisa para vocês, sou uma carente dos infernos, vocês não fazem idéia de como eu procuro alguém capaz de me amar. Acho que mesmo eu dizendo para mim mesma que vou parar de ficar me apaixonando a torto e a direita para depois quebrar a cara, no fundo eu estou sempre meio que de olho, torcendo para que alguém caia do céu ou coisa assim, ou até mesmo algum amigo olhe para mim (não, não é indireta para essa certa pessoa, seria a indireta mais tosca que eu já vi na vida). As vezes o que eu procuro não é nem um namorado, não é só isso que eu quero, acho que o que procuro mais é abraços, carinho, respeito, amor de um jeito ou de outro, estando ele na forma de amigo, irmão, amiga, namorado, não importa. Enfim, a dependência afetiva, a carência, o medo de ficar sozinha, essas coisas coisas me atormentam.

E é ridículo. Me irrita essa minha dependência, pareço criança chorona querendo colo... Mas o que eu posso fazer? Não tem coisa que eu quero mais na vida do que poder ter alguém que olhe para mim com orgulho e me ame do jeito que eu sou, só isso.

De qualquer jeito, como eu sou meio viciada nesses termos de psicologia eu fui procurar no google sobre dependência afetiva. Achei uma frase explicativa que resume muito bem o termo, dêem uma olhada:

"Chamo a isso de vício, porque tal dependência assume várias vezes o caráter de “muleta afetiva”. Sem a muleta, toma-se um tombo atrás do outro.

Isso se dá porque algumas pessoas fazem de outras o centro de suas atenções, e quando ausente não tem a quem entregar-se."


Adorei a comparação com uma muleta, é exatamente assim, quando essa pessoa faz qualquer coisa que a faça pensar que ela vai embora ou se afastar, você começa a cair, um tombo atraz do outro, tentando desesperadamente manter essa pessoa com você. Simples assim, porque você precisa dela. Como você pode ser feliz sem essa necessidade?

O site de onde retirei essa informação também fala sobre o medo de ficar sozinho, mas outra coisa que me chamou a atenção é o fato desses dependentes afetivos serem assim por possuirem uma baixissima autoestima. Quero dizer, eles precisam se entregar a outra pessoa porque não amam a si mesmo, em uma explicação tosca. Eles precisam de alguém que se entregue por completo a eles do mesmo jeito que eles se entregam. Mas quem está disposto a uma relação tão pesada e dependente assim? Ninguém, vai por mim, nunca vai dar certo. Se não eu não estaria aqui lamentando minha solidão, feito uma velha.

Eles dizem que a saída é melhorar a autoestima. Ame a si mesmo antes de amar qualquer outra pessoa. Até ri quando li isso... Como se a gente podesse simplesmente falar para nós mesmos "Ame-se!" e pronto, nossa autoestima vai para as núvens como em um passe de mágica. Se pudessemos já teriamos feito a muito tempo, óbvio, quem quer viver sofrendo assim? Sendo jogada de coração para coração (se é que chega a entrar no coração de alguém...).

Deus do céu... Dêem só uma olhada nas dicas para melhorar a autoestima. Meu Deus... Estou começando a acreditar fielmente que qualquer coisa que chegue perto de ser "auto-ajuda" é tremendamente deprimente. Isso realmente ajuda as pessoas?? Não é possível... Olha isso:

- Não deixe em HIPÓTESE ALGUMA que sua mente seja dominada por pensamentos deprimentes. Isso exige treino. (UHEUEHEUHEUHEUEHEUHEUHEUHEUHEU ah tah bom sim! Treino... Sei. Afinal "Amanhã o sol vai estar brilhando no céu" né? Ah... por amor a inteligênca alheia vai, alguém tem a inocente idéia de que podemos controlar nossos pensamentos negativos?? Desculpem mas isso está trementamente longe da minha realidade.)

- Ouça músicas que te lembrem apenas coisas boas. (Bom... Eu gosto de escutar Clarisse do Legião Urbana... O que me deixa tremendamente depressiva, mas eu adoro, me faz sentir que, de certa forma, existe alguém por aí que consegue me entender. Mas onde isso vai ajudar a aumentar minha autoestima?? Não faz sentido nenhum.)

- Afaste-se DE UMA VEZ POR TODAS das pessoas negativas. (Nossa essa é a melhor! Pelo amor de Deus! PORQUÊ TODOS OS LIVROS DE AUTO-AJUDA FALAM ISSO? Bando de desgraçados sem coração! Me diz como eu vou me afastar de mim mesma?? E o que você está dizendo?? Que as pessoas deveriam me abandonar?? Ah... muito obrigada, me ajuda muito isso. Poderia até pular de alegria... Bando de burros sem sentimentos, toda vez que leio essa porcaria tenho vontade de me atirar pela janela, me faz sentir terrivelmente sozinha, parece que a porcaria do mundo não tem lugar para mim ou para qualquer outra pessoa depressiva, negativa ou seja lá o que for. Muito obrigada mesmo.)

- Jogue fora suas roupas velhas, rasgadas e rotas. Use coisas novas, limpas e bonitas. (Nossa... Muita gentileza sua falar que eu me visto feito um mendigo... Faz eu me sentir realmente melhor. Muito obrigada também pelo preconceito do caramba, achando que todos os fracassados se vestem mal.)

- Mude alguma coisinha na sua aparência (pra melhor). (E mais uma vez, muito obrigada por falar que todos nós temos uma aparência horrível e somos feios pra caramba e por isso não arranjamos namorados(as)...)

- Preste atenção em seus gestos. Aja sempre com calma, fale baixo e evite cenas de estresses. (De boa... Vai caçar minhoca. Não me diga como eu devo ser caramba! O cara acabou de falar que eu devo me valorizar e já vem jogando regras de "como agir" para cima!! Meu... Se eu quero gritar, problema é meu, se eu sou estressada, problema é meu! Burro dos infernos...)

E é assim que um cérebro sem autoestima reage a frases de auto-ajuda. Entendem agora o quanto isso não ajuda quem realmente precisa? Alias... Piora até. É claro que existem livros de auto-ajuda bem melhores poraí, alguns que realmente te fazem pensar e quase que te impedem de pensar negativamente em cima de uma afirmação. Gosto de Augusto Cury, pelo menos o cara sabe o que está falando.

Mas até que esse site que eu encontrei não foi de todo inútil... Gostei de uma frase dele: Aceite-se como você é. Não mude para agradar as pessoas, mude de pessoas. Foi a única coisa decente que eu li... A única coisa que é verdade. Mude de pessoa. Mas digamos que isso não é tão simples assim e digamos que existe o medo de ficar sozinho. Digamos que não é legal ser jogado de uma pessoa para outra, como um peso, sempre um peso, um problema para todo mundo. E eu derrubo também o "mude de pessoa". Mas o "Aceite-se como você é" e " Não mude para agradar as pessoas" continuam sendo verdades. Não é fácil se aceitar, não, não é, e é mais difícil ainda sentir que os outros te aceitam, mas não mude para agradá-las não. Só vai fazer com que você sofra cada vez mais, se perdendo em si mesmo, sem nem ao menos ter certeza de quem é. Não faça isso não. Mas se for impossível também... Eu vou entender. Quer saber? Começe desejando de todo o coração que todas as pessoas que te impedem de ser quem você é se explodam. É um bom começo, imagino.