"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O que eu acho (Você me conhece?)


Ah... As lágrimas são incontroláveis, certo? São... São sim. Você recebe algumas bofetadas no rosto e não sente absolutamente nada, como se fosse um monstro, você não sente, permanece olhando o nada com uma indiferença assustadora. Mas de repente... De repente, um tom de voz, uma meia palavra, uma frase simples e impensada, tudo desaba. Você sente tudo, tudo. Ah... Eu gostaria de conseguir falar, gostaria de fazer com que você me entendesse, gostaria que minhas lágrimas e minhas cicatrizes se transformassem em palavras para que eu as pudesse ditar para você. Ah, como eu queria abrir meu peito, cirurgicamente, e te mostrar tudo aqui dentro, como eu gostaria... Mas eu simplesmente me engasgo e tropeço e no fim não digo nada.

O péssimo das pessoas que falam pouco é que as outras completam suas frases cedo de mais, as interpretam cedo de mais. Ninguém tem paciência para fazer com que alguém fale, alguém que tem dificuldade para dizer, não, eles não esperam, ele vão falando e falando e se esquecem que quem deveria estar falando é a outra pessoa e não eles. As pessoas são sempre vaidosas de mais, sempre acham que o que elas tem a dizer é o mais importante e digno, o mais certo. As pessoas são injustas também, elas ignoram seus erros e apontam os dos outros sem problema nenhum, as vezes por vaidade também aceitam que erraram, por pura vaidade. "Olhe como eu sou nobre! Eu reconheço meu erro!".

As pessoas sempre se acham muito especiais, muito importantes, muito inteligentes, muito únicas. Acho isso deplorável. Sempre pensam nelas mesmas, sempre a colocam em um patamar, sempre acreditam que tudo vai dar certo, sempre possuem os maiores sonhos, e etc, etc e etc. E eu só me ferro. Eu me acho uma bosta, uma merdinha qualquer, alguém que deveria morrer. Eu, insegura, desdobro meu universo inteiro para que ele se encaixe na vida dos outros, eu faço de tudo, eu me esqueço, me coloco cada vez mais para baixo e sou puxada de um lado para o outro como uma cachorrinha, as pessoas me usam, se aproveitam e depois me descartam. Sempre foi assim. E eu faço de tudo para ser amada, tudo o que eu posso (quando estou sob controle), tudo, eu me esforço sempre o máximo que eu posso, eu sempre estou fazendo de tudo, o tempo todo, da melhor forma possível. Mas ninguém faz isso por mim, óbvio que não. Então resta eu sozinha no final, uma pilha de nervos, obsessiva e psicótica e nada está perfeito.

Isso tudo é frustante de mais. E o pior é que apesar de tudo, eu é que estou errada, eu é que faço isso comigo mesma, eu é que me fodo sozinha. A culpa sempre é minha, não adianta falar que não é, um simples descuido seu ou de qualquer pessoa e mais uma pedra de culpa é atirada na minha direção, é incrível. Não adianta ter pena quando eu estou fodida, no fundo do poço, totalmente em pedaços, não adianta passar a mão na minha cabeça e se fazer de boazinha. "Olhe como eu estou ajudando essa pobre coitada! O que seria dela sem mim?". Vocês estão ajudando a si mesmos e seus egos, não a mim. Eu agradeço e abaixo a cabeça, porque afinal é esse o meu papel, me resignar e agradecer a deus por alguém ainda querer ficar do meu lado. Mas as vezes eu tenho vontade de mandar o mundo inteiro se explodir. A quem vocês estão tentando enganar?

Quando vocês realmente me escutam? Nunca? Uma vez na vida talvez? No fim sempre que eu tento falar qualquer coisa, vocês todos acabam falando de vocês mesmos. Sinceramente, estou pouco me fudendo se sua vida é uma merda tão grande quanto a minha ou não. Sinceramente, tentar se comunicar com o mundo é uma coisa extremamente inútil. Aqui, só aqui, na porcaria desse blog que eu consigo falar alguma coisa.

Vocês pedem tanta coisa para mim, você esperam tanta coisa, sonham tanto para mim, vocês exigem tanto... Enquanto você pede para eu ser outra pessoa, a única coisa que eu te peço é para que me ame do jeito que eu sou.

Não deveria ser tão difícil. É engraçado como meu "Eu te amo" parece que não significa nada as vezes... Para mim significa tudo, mas para os outros não. Eles querem que eu seja assim e assado, mude isso e aquilo, porque eu sendo como eu sou eles não acreditam no que eu digo, é estranho. É muito esquisito. As vezes me pergunto se as pessoas gostam de mim como eu sou ou se gostam da pessoa que eles pensam que eu sou.

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