"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As pessoas esperam de mais e nem se tocam o quão egoístas estão sendo - Preciso ser egoísta também


As vezes me pergunto como tudo isso começou e como eu cheguei onde estou agora. Não sei ao certo como vivi, como sobrevivi, como simplesmente fui deixando minha vida e alma passarem por mim como se não fossem nada. Onde estou? Onde me perdi? O que devo fazer para voltar quando o que eu menos quero é voltar? As pessoas passam por mim, me tratam bem, tentam se aproximar e eu continuo sempre com a sensação de que estou sendo usada. Ninguém está aqui comigo, aqui dentro de mim, não há nada, a não ser uma solidão profunda e um cansaço de mim mesma. Eu converso com minhas paredes, com meus botões, com pessoas desconhecidas e no fim com quem eu estou sempre conversando é comigo mesma, na minha cabeça meu monstro se mostra inquieto, irritado com minhas atitudes, me repreende, exigindo de mim algo que ele é, não eu, e eu reclamo de nunca ser boa o bastante para ninguém, de não conseguir ser perfeita para ninguém, de que ninguém se orgulha de mim, que ninguém isso, que ninguém aquilo. Quando o problema é que quem eu não consigo convencer de que sou boa o bastante sou eu mesma, que quem não se orgulha, sou eu, que quem nunca me aceita, sou eu.

É frustrante.

Estou cansada de me aguentar, de ter paciencia comigo mesma. Estou cansada de aguentar os outros, de ter paciencia com todos. Estou cansada de me ouvir reclamar para mim mesma e de ouvir os outros reclamando para mim. A vontade que eu tenho é que fugir, fugir de mim, fugir de todos, de gritar, gritar com todos e comigo mesma, de bater, de machucar, de ofender, de destruir. O problema não é meu, o problema não é meu! Não quero eles para mim, não quero resolver nenhum, não quero se quer pensar neles ou que passem perto de mim. Pelo amor de deus... Se eu consigo controlar a grande maioria dos meus atos e falas, qualquer idiota consegue. Me irrita o fato de todo mundo falar comigo como se eu fosse um padre e eles estivessem se confessando, me irrita o fato de ninguém medir as palavras ao falar comigo, me irrita o fato de ver pessoas descontanto sua raiva, irritação, ou chatisse nos outros, me irrita o fato de todo mundo esperar que eu fique do lado de alguém, que eu compreenda perfeitamente e apoie qualquer coisa.

Minha natureza passiva me irrita. O fato de eu abaixar a cabeça e aceitar a reclamação de todos. A vontade que eu tenho é mandar o mundo calar a boca e parar com todos esse problemas idiotas para cima de mim. Foda-se! Não quero saber. Não concordo com você nem com ninguém, porque deveria? Só me deixem aqui quieta, não quero saber de nada, me deixem em paz. Vocês não me vêem brigando com ninguém, vocês não me vêem reclamando para ninguém, muito menos descontando nos outros. As pessoas falam de mais, reclamam de mais, exigem de mais, querem atenção de mais, serem ouvidas de mais. Querem tudo para elas, nada importa a não ser elas mesmas.

Se eu estou brava, tenho o direito de estar brava e ser grossa com os outros, se eu estou triste, tenho o direito de reclamar para os outros, se eu acho que fui injustiçada, tenho o direito de querer ser defendida e apoiada, se eu me sinto angustiada, tenho o direito de esperar que todos me escutem, etc, etc, etc. Pelo amor de deus! Eu não aguento mais, são todos falando de todos o tempo inteiro. Pelo amor de deus, não quero saber da sua vida, não quero saber de seus problemas, não quero saber de te consolar, te dar conselhos ou sei lá o que. Vamos... Sei lá, ficar quietos, falar de coisas que de nada tenham a ver com nossas vidas pessoais, de histórias, qualquer coisa. Mas pelo amor de deus NÃO fale de você. Estou cansada, preciso de férias.

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