As vezes eu quero dizer que não me encontro aqui e isso dói, que não vivo, que não existo. Estou cansada, quero que o mundo pare e me deixe aqui quieta, quero que ele me espere, estou cansada. Tudo vai tão bem e tão mau, aqui por fora eu consigo enganar todo mundo sempre que possível, mas aqui por dentro as coisas nunca estão certas. Sinto falta da infantilidade de poder chorar em qualquer lugar, a qualquer hora, por qualquer razão, de poder ser violenta sem me importar, de poder culpar todo mundo. Eu cresci tanto em tão pouco tempo. Adultos não choram, adultos são racional e razoáveis, adultos se controlam e sabem separar suas vidas pessoais das profissionais. Eu tento ser tudo isso e consigo. Mas chega uma hora que eu simplesmente não aguento, então eu me pego chorando em frente ao espelho, acreditando ser a pior pessoa da face da terra. O que há de errado comigo? Porque eu tenho que ser assim? Porque não posso só reclamar dos pequenos problemas, brigar por coisas idiotas e me animar com uma festa ou qualquer outra coisa? Todo mundo é assim, todo mundo parece viver tão facilmente, tão naturalmente.
Eu não... Dói tudo, está tudo errado, tudo uma bagunça. É impossível concertar tudo isso, e eu nem quero. Eu só preciso que alguém me escute uma vez na vida e me entenda, escute tudo, absolutamente tudo, quantas vezes eu tiver que dizer para isso se tornar banal, passado, indiferente, qualquer coisa. É só que as coisas ficam pesadas de mais e todo mundo está preocupado de mais em sentir pena e tentar ajudar para conseguir sentar e me ouvir.
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