"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Defeitos e qualidade, quase sinônimos


É impossível falar de altruísmo sem falar de egoísmo, apesar do oposto não ser verdade, infelizmente. Não há ato no mundo que não possa ser encarado sob a ótica do ganho pessoal. A caridade, seja ela qual for, não se basta por si só. O fato das pessoas se sentirem bem ao fazê-la não está ligado de forma alguma a visão romântica que se costuma ter. O bem sentido está ligado as vantagens pessoais adquiridas por tabela, por assim dizer. "Eu" me torno uma pessoa melhor ao fazer o bem, "eu" adquiro mais valor, mais importância, "eu" sou mais bem visto, mais querido, mais elogiado. O que nos faz pensar que ao fazer o bem ao próximo, na verdade isso não passa de uma meio para se auto promover e criar uma imagem positiva de si mesmo. Não que isso seja inteiramente ruim, o egoísmo (ou pensar em si mesmo antes do próximo) é vital para todo o ser humano. É hipocrisia dizer que não. Nós TEMOS que pensar em nós mesmos antes de qualquer outra pessoa, afinal, ninguém vai fazer isso por nós.

Mas a questão é que ser egoísta, além de ser uma face do altruísmo, está profundamente lapidado ao que todos nós somos, tanto que chega a ser egoísmo acusar o outro de egoísta. Até porque, acusar alguém de egoísta é desejar que essa pessoa pense antes em VOCÊ do que nela mesma, o que em tese é ridículo e no mínimo egocêntrico.

De forma alguma estou tentando justificar o egoísmo ou defendê-lo. Estou só pensando que o conceito de qualidade e defeito, além de estarem presentes em absolutamente todas as pessoas em todas suas formas, me parece muitas vezes confuso e contraditório. Uma coisa pode ser facilmente interpretada como seu oposto e a distância entre o elogio e a crítica é muito menor do que parece, ao ponto de eu receber um elogio como uma facada as vezes.

E na verdade quem fala tem pouquíssimo controle sobre o significado do que é dito e quem ouve sempre ouve o que quer, da forma que quer, no sentido e tom que quer. É esse o grande medo e insegurança que eu tenho de abrir a boca ou receber um elogio. Não consigo me animar ou me acostumar muito com isso. Para mim parece que tudo vem da pior forma possível, no pior momento possível e assim por diante. Sou uma péssima ouvinte, sou uma péssima falante, sou uma péssima uma porção de coisas. E qualidade e defeitos são altamente confundíveis ao meu ver.

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