Há quem diga que não há nada no mundo que não possa ser perdoado. Eu acredito um pouco nisso, mas também não deixo de pensar que essa ideia não passa de papo furado. Há coisas imperdoáveis no mundo, dependendo de quem vê, umas ou outras, todas ou nenhuma.
Há quem não perdoe um tropeço, uma brincadeira, qualquer coisa sem importância, há quem não perdoe um assassino, matando-o, há quem não perdoe uma mentira, mas sorri sem estar feliz, há quem não perdoe uma palavra, um gesto, um olhar e não consiga ver sua própria palavra, seu gesto, seu olhar. Há muitas coisas imperdoáveis no mundo e tantas outras ignoradas pelo mundo. As pessoas se aborrecem o tempo inteiro, brigam, se desentendem, se afastam e tantas outras coisas... Tudo isso parece ser perdoável, porque querendo ou não, a grande maioria termina igual a antes de tudo acontecer. Porém eu acho que mais do que categorizar as coisas em perdoáveis ou não, é possível separá-las em destrutivas ou construtivas.
Tudo, absolutamente tudo, dependendo de quem vê, pode ser tanto destrutivo quando construtivo. A categoria não está no fato, e sim no que é feito daquele fato pela pessoa que o sofreu. Há coisas que começam como destrutivas e terminam como construtivas, porém há coisas que nunca deixam de ser destrutivas. Há memórias, acontecimentos, o que quer que for, que nos derrubam insistentemente sempre que voltam a mente. Você pode perdoar a pessoa responsável por isso, mas perdoar não necessariamente transforma o ocorrido em algo construtivo. Dessa forma, por mais que você perdoe alguém, esse alguém jamais será visto com bons olhos por você, pouco provavelmente será confiável, uma boa companhia, etc.
Acredito que mais importante do que perdoar alguém, é conseguir transformar o que há dentro de você em algo mais bonito. O perdão não passa de uma pequena consequência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário