"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

segunda-feira, 18 de março de 2013

Morte anônima




Estou um pouco nervosa de mais eu acho. As lágrimas escorrem pelo meu rosto e não não me lembro mais porque. Viver tem se tornado cada vez mais difícil, talvez você tenha percebido. Eles me entopem de remédios e calmantes mas não adianta. A dor continua aqui dentro. Posso dormi o dia inteiro por causa desses malditos remédios e talvez seja isso que eles queiram. Ao menos dormindo eu não estou me destruindo... Eu estou morta. Tentei fazer um exercício da faculdade hoje, mas não consigo ler, meu cérebro não consegue manter o foco e as palavras se embaralham. Me sinto uma inútil idiota. Nem isso eu consigo fazer direito. É tão frustrante. Eu costumava ser inteligente, não costumava? Era o que as pessoas me diziam. Talvez elas fossem todas mentirosas, talvez eu tenha perdido essa habilidade também. E essas malditas lágrimas que não param de escorrer. Preciso que elas parem, preciso muito. Antes que alguém me veja nesse estado. Odeio quando as pessoas me veem nesse estado. Elas sempre querem me abraçar e conversar e a única coisa que eu quero é que o mundo queime, queime e desapareça em cinzas, levando toda minha dor consigo.

Eu não aguento mais... As pessoas falam que eu preciso me cuidar, que eu preciso parar de me cortar e tantas outras coisas, mas eu não aguento mais. Nada disso adianta. É tão frustrante... Tentar e tentar e não chegar a lugar nenhum. As pessoas se esquecem mas faz anos que eu estou lutando contra mim mesma e que... sabe... Eu também preciso parar para descansar. Não é justo. Não é justo que só a minha luta não possa ter trégua em momento algum. Não sou feita de ferro.... Não existe nada mais cansativo que eu já tinha passado do que lidar comigo mesma. Os sintomas, as facetas da minha personalidade, o ódio, a raiva, a dor. Está tudo aqui dentro, confuso e misturado e eu não sei o que fazer. Você diz para eu lutar por mim mesma, melhorar por mim... Eu olho para dentro desse caldeirão e não encontro nada em mim pelo que valha a pena lutar. Mas eu continuo, na medida do possível... Por que há pessoa que me amam e eu preciso tentar por elas, já que não consigo tentar por mim. Não me envergonho disso. É o jeito que eu encontrei para sobreviver.

Mas de um jeito ou de outro, a vida está complicada. Gosto de pensar na minha morte, não o depois da morte, meus amigos fodidos e tals. Não gosto dessa parte. Gosto de encarar a morte como uma libertação. Livre enfim. Feliz. Finalmente igual a todo mundo. Sem doenças, sem remédios, sem pernas e braços amarrados em uma cama... Nada disso. Sem dor, sem lembranças ruins, sem lágrimas, sem sintomas, sem pioras, sem infernos... Só a morte. Anônima. Sem cor, sem ser, sem nada.

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