"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

sexta-feira, 15 de março de 2013

Ausência




Vazio. Inquietação. Dor. Principalmente o vazio. Eu sorrio para as pessoas e continuo tentando sem gentil. Gostaria tanto de um amigo aqui comigo, gostaria tanto de um cigarro aqui comigo. Eu sorrio mas é tudo mentira, se as pessoas pudessem ver como eu sou por dentro, o quão podre e quebrada eu sou por dentro, ninguém se aproximaria e diria coisas bonitas como algumas pessoas dizem. Na medida do possível eu estou tentando... Ainda não desisti. O problema são essas pequenas coisas do dia-a-dia que me derrubam. Essas fotos, essas pistas do que está acontecendo naquele universo que um dia eu pensei ser meu. No fim... Eu nunca pertenci àquele lugar, não é mesmo? Eu era só a namorada de alguém. Namorados vem e vão, os amigos nunca dão muita atenção para eles... Alguns inclusive ficam com raiva porque acham que ele (o namorado) está roubando muito tempo e atenção que poderiam ser gasto ali, entre amigos. Eu fui só um intrusa. E agora nem isso eu sou. Bom, agora acho que ninguém precisa ficar com raiva de mim.

Estou triste agora, muito triste. Não tenho mais vontade de ir para a faculdade, acho que era de se esperar. Não tenho mais vontade de coisa alguma. Pensei em assistir filmes fortes porque isso me da uma sensação engraçada, mas eu não tinha nem ânimo para procurá-los na pasta do meu computador onde eles estão. Pensei em me cortar de novo mas está cada vez mais difícil esconder isso da minha mãe. Estou com oito cortes novos no meu pulso esquerdo, esse número está me incomodando... Precisa ser três ou um múltiplo de dez. Gosto que eles tenham um padrão. Estou triste... E feliz por estar conseguindo perceber que estou triste finalmente. Algumas pessoas me chamaram para sair, algumas vieram conversar comigo... Isso é legal da parte delas... Eu só queria ter mais energia para sair com todo mundo. Esse sorriso que eu preciso estampar no meu rosto quando encontro alguém... Não é que eu seja falsa, eu só não quero causar problemas, só não quero desabar na frente de ninguém. Não quero que ninguém me veja quando as coisas começam a dar errado.

Para as outras pessoas sempre parece tão fácil... Aos meus olhos. Talvez não seja, mas então elas sabem mentir muito bem. Voltei a tomar os malditos calmantes, odeio o que eles fazem comigo. Me sinto tão morta e anestesiada. Minha mãe, minha psicóloga e meu psiquiatra falam que eu tenho que tomar nessa fase, quando estou me cortando muito e sendo impulsiva, mas eu odeio. O calmante é lerdo de mais para fazer efeito, eu consigo fazer um estrago bem grande até ele começar a fazer efeito. Enfim... É quase inútil. Tirando uma ou outra situação. De qualquer jeito as pessoas insistem que a vida continua. Talvez a delas. Não a minha. Estou estacionada em algum deserto, esperando alguém que disse que ia fazer alguma coisa e que voltava logo. Ninguém vai voltar, sei disso tanto quanto sei que o sol queima minha pele e no entanto continuo lá. Esperando.

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