"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Grite



É engraçado às vezes esse vazio dentro de nós, essa sensação de que alguma coisa muito importante está faltando, como se alguém tivesse roubado um pedaço da gente. Eu andei pensado... Parece que quanto mais vivemos, mais o vazio dentro de nós aumenta, como se pedaços de nós fossem roubados todos os dias. Ou talvez a questão seja quanto mais "não-vivemos", mas se eu não estou vivendo, como se vive? Nunca ninguém me ensinou.

Já ouvi dizer que a loucura, ou a depressão, não lembro bem, serve para que nossos olhos sejam abertos, serve para que pessoas como nós, que não se acham, aprendam a viver e a enfrentar a vida. É uma visão bem positiva... Mas enquanto esse vazio estiver aqui dentro, nada disso faz sentido. Como esses sentimentos poderiam ser positivos? Tudo bem... Vamos pensar em uma depressão simples, curada em uns seis meses, que ajudou a pessoa a... sei lá, fazer as escolhas da vida. Ótimo, a depressão veio aparentemente para o bem, mas e se o caso fosse outro? E se a cura não viesse assim tão fácil e rápido? Como provavelmente deve acontecer com muita gente. E se a cura não existir para essa pessoa? E se ela simplesmente for assim, ou então a cura chegar tarde de mais? Para mim, no momento em que a depressão passou a fazer com que o doente pense em suicídio, não tem como isso ser positivo. Simplesmente não EXISTE lado bom em uma pessoa se destruir aos pouquinhos. Por isso não entendo muito bem todos esses pesquisadores positivos.

Eles parecem meio insensíveis. Me parece gente que nunca sofreu de verdade na vida. Queria só ver se os pesquisadores sentissem na pele o que tanto pesquisam. Seria engraçado ver o tom dos artigos mudando radicalmente. Talvez o que falte no mundo não seja pesquisadores e especialistas, mas sim gente que realmente entenda o que sentimos, gente que chore conosco. O problema é que isso simplesmente é impossível... A não ser que o médico seja também o doente, o que obviamente não seria bom, porque os dois iam acabar se matando juntos. Mas talvez... Vocês, pessoas que choram escondidas, pessoas que sentem a dor corroendo-as por dentro, pessoas que se sentem perdidas, sem esperança. Talvez todos vocês devessem gritar, gritar bem alto para que o mundo perceba sua dor. Se todos nós nos ouvissemos, talvez não nos sentissemos tão sozinhos.

Ao menos se o mundo não nos reprimisse... Se esse medo de colocar tudo que nos aflige para fora não existisse. Seria fácil. Mas as coisas não são assim, não é fácil colocar nossos medos para fora, não é fácil se expor assim. Não é fácil, mas dane-se. Todo mundo precisa se abrir um pouquinhos as vezes, arejar, sabe? Se não agente explode. Então... Quer uma dica? Grite sim, do jeito que você puder, como e onde você puder, como se não tivesse ninguém olhando. Mas não guarde nunca tudo isso para você não. Pode grita que eu to ouvindo.

Um comentário:

joo disse...

brisa revolucionando OO medo ...
a sei la todo mundo tem q ter seu espaço de falar oq axa/sente .... e axo q todo mundo tem .... eh so axa