Os minutos passam lentamente e a cada vez que um deles se vai, maior é meu desespero para sair correndo de tudo e todos. Eu quero fugir, quero muito fugir. Quero que me deixem em paz em minha cama para sempre, quero abrir a porta do meu universo fictício e nunca mais voltar. Eu quero me envolver em meus próprios braços e sentir que eu estou ali, quero acabar com todos esses medos e manias... Quero ficar bem. Mas eu nunca estou realmente bem. É por isso que as pessoas vão embora, é por isso que eu tenho tanto medo de perde-las. Não estou me sentindo bem, essa dor toda só me serve para revirar meu estomago e apunhalar meu coração. Sinto falta de me sentir bem, muita falta... Estou em um estado um pouco estranho, tem uma expectativa no ar, parece que algo está para acontecer, eu posso sentir. Eu só preciso do último empurrão. O último impulso. Meus braços formigam e tudo parece tão desconectado... Andei acompanhando um grupo de Borderlines. No começo não gostei, não me via ali, não queria me ver ali, não queria me identificar... Mas agora, com o tempo, as pessoas falam e eu as entendo, elas me entendem. Eu gostaria de nunca precisar fazer parte de nenhum grupo desse tipo, mas é bom ouvir o seu sofrimento na boca de outra pessoa. Eu não estou sozinha. Eu não estou sozinha. Por isso vale a pena... Apesar de doer ouvir histórias de pessoas que se dizem Borders mas não precisam de medicação e estão estável sem ela. Minha realidade é muito diferente dessa. Eu duvido que um dia eu vá conseguir sobreviver sem medicamentos e terapia constante.
Estou pensando muito em me cortar, e pensar nisso me deixa agitada. Eu gostaria de melhorar, de continuar fingindo que eu estou bem e tudo o mais, mas o fato é que eu não estou. E não importa muito o que o mundo te diz, você tem o direito de sofrer... Às vezes acho que eu não tenho esse direito, às vezes eu só acho que as pessoas exigem de mais da minha pessoa, ou que eu mesma exija de mais de mim mesma. Não é feio chorar, não é feio ficar deprimida, e no entanto eu continuo pensando nessas coisas como se fossem um crime. E então eu guardo minha dor, até que não exista mais espaço onde guardar tanta coisa e, então, eu explodo. Eu preciso aprender a me expressar de um jeito menos destrutivo, eu preciso aprender a não guardar absolutamente nada. Eu preciso aprender a lidar com as coisas com me leveza. Eu preciso fazer e aprender tanta coisa que se eu fosse falar ficaria aqui até amanhã. Às vezes também penso que talvez eu só devesse ser eu, sem regras, sem remédios, sem terapia, se nada. Lutar diariamente contra tanta coisa que eu sou e sinto é cansativo demais. Eu realmente penso muito em desistir do tratamento, em deixar que meu monstro me consuma e que eu sangre até morrer. É, talvez eu faça isso. Talvez... Eu realmente, não estou muito bem. Sinto como se eu tivesse me abandonado, desistido de vez, me largado na estrada por estar cansada de tantas lágrimas. Eu não me importo com essa garota jogada na estrada. Não tenho nada a ver com ela.
A tristeza contagia. Por isso eu me abandonei. Melhor manter distância. Estou perdida no mundo e tenho frio, fui abandonada pela única pessoa que deveria estar sempre comigo, eu mesma. Estou cansada de caminhar em círculos e nunca chegar a lugar nenhum, ninguém aguenta uma tortura por muito tempo, somos todos humanos e todos queremos ficar o mais longe possível de qualquer sofrimento. Temos medo do sofrimento, alheio principalmente, não sabemos o que fazer frente a ele, temos medo de acabarmos sentindo a mesma coisa. A tristeza é contagiante. Não sei onde estou, mas não há nenhuma alma por perto, há muitas coisas ruins a minha volta para permitir a aproximação de qualquer pessoa.
2 comentários:
A felicidade não está nos outros e jamais deve depender de externalidades. Está dentro de você. Nem sempre é fácil emaná-la, mas ela está aí, e esse pensamento já é reconfortante. Procure fazer o que dá prazer e atente para as pequenas coisas. O mundo é perfeito e assim foi concebido. A vida é muito mais. As coisas são belas porque agem, reagem, não ficam indiferentes, como tudo aquilo que não vive. Sua busca deve ser nesse sentido... O de tornar-se cada vez mais capaz de encontrar o belo naquilo que menos se espera. E isso é raríssimo hoje em dia, infelizmente. Mas vamo que vamo ! Bola pra frente ! Tudo passa, tudo melhora, a existência é constituída de diferentes fases. Tente valorizar até esta fase, que não parece das melhores ! São as que mais ensinam ! Paz !
Olá, obrigada pelo comentário =] espero um dia conseguir emanar felicidade, ser meu próprio sol, acho que é o ideal para qualquer pessoa. Estou tentando seguir apesar de tudo!
Bjs,
Sah.
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