"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

domingo, 7 de abril de 2013

De mudança



As coisas mudam, quer você queira ou não. E no fim, na maioria das vezes, é quase tudo a mesma coisa. Sinto que estou seguindo em frente, um passo de cada vez, mas, às vezes, quando olho para os lados, tudo parece tão igual. Como se eu estivesse andando em uma esteira, milhões de km sem sair do lugar. E então? Estou pensando o que devo fazer, qual caminho devo seguir, quem eu quero ser e quem eu consigo ser, mais um gole de vinho ou cerveja, foda-se é o que eu tenho vontade de gritar. Eu só quero que minha vida flua, um pequeno rio independente, quero que as coisas caiam do céu pelo menos uma vez na vida, quero minha certeza cega de anos em que eu já fui muito mais infantil e simples. As coisas mudaram... Eu costumo odiar mudanças. Eu gosto do que é certo e constante, já que meu interior é tudo menos certo e constante. Mas eu me meti com a pessoa errada. É sempre assim, não é? Eu insisti tanto, me esforcei tanto para dar certo, movi o mundo inteiro, coloquei isso como centro do meu universo... Para que? Eu preciso aprender a ser menos burra e teimosa.

Bom, o que mais eu poderia fazer? Quando a gente quer alguma coisa a gente luta com unhas e dentes por ela. A gente acredita, a gente tenta, perdoa. Dessa vez vai dar certo, tenho certeza. Eu nunca mais vou aceitar. Essa é a última vez. Dá próxima vez não vou deixar passar em branco, etc, etc e etc. Bobagens que a gente pensa e faz quando estamos cegos por algo. Mas agora as coisas mudaram, cedo ou tarde, elas sempre mudam. E eu me pergunto como sair dessa armadilha que só me faz ficar andando no mesmo lugar. O tempo todo no mesmo lugar. Eu quero avançar e esquecer, superar, me tornar cada vez mais forte. Eu não sou nada forte, sou patética, repetindo sempre os mesmos erros, dia após dia. Um amigo disse que eu não aprendo. Ele tem razão. E não é só com isso que eu não aprendo. Minha psicóloga está sempre me ensinando como sobreviver ou me comportar nas situações em que eu tenho dificuldade para lidar, ela precisa sempre repetir milhões de vezes até eu aprender. E mesmo quando supostamente aprendo, a qualquer momento eu posso dar um passo para trás e esquecer tudo.

Essa minha dificuldade é cansativa (que dificuldade não é afinal?). Eu trabalho durante meses em algo e esse algo pode desaparecer a qualquer instante. Toda vez que há um progresso, pode ter certeza que um dia terá um regresso. Pelo menos comigo é assim. Principalmente agora com essas mudanças, tudo está muito mais frágil. Sinto como se pudesse quebrar a qualquer instante. A vida está toda estranha, entende? Falta algo, como se tivessem tirado a pilastra principal que sustentava um prédio ou algo do tipo. Tudo está meio bambo e incerto. Tento olhar para o futuro e me ver seguindo em frente, tento minha vida de volta, mas não consigo. Não enxergo nada, só essa maldita escuridão. Eu poderia morrer, por que não? Não entendo porque estou vivendo... Me arrasto todo dia para sair da cama e nem sei porque. Faço tudo meio desligada, meio ausente, meio sem querer. É claro que ainda tenho momentos ótimos, mas eles sempre passam... E a dor volta, ela sempre volta, não importa o quão bom o dia tenha sido. Parece que nada é bom o bastante. Desde quando eu me tornei tão exigente?

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