Olho a minha volta como se o mundo fosse uma grande peça de teatro e eu estivesse em um ótimo camarim. Meu personagem sorri lá embaixo e eu sorrio com ele. Eu não sei, mas tem algo de engraçado no ar. Consegue sentir? A peça que eu vejo é uma tragédia, mas enquanto o resto das pessoas choram, eu tenho vontade de dar a maior gargalhada do mundo. Tem algo de errado, comigo, com meu personagem, mas eu não ligo... Por que tudo o que importa, são as sensações. Fecho os olhos e respiro fundo, armada com meu sorriso nos lábios. As coisas poderiam continuar assim. Não me sinto parte de nada, mas estou em todos os lugares. Posso voar se quiser, posso esquecer meu personagem naquela peça, posso fazer qualquer coisa. Eu não sei mas tudo parece tão divertido de repente. Sinto que se as coisas continuarem assim eu vou desaparecer para sempre, mas tudo bem... Não ligo de desaparecer, não ligo de abandonar minha peça, não agora, não assim. Eu só quero que essa sensação engraçada continue. Meus pensamentos voam para as terras mais escuras e assustadoras e mesmo assim tudo o que eu faço é sorrir comigo mesma. Não entendo porque estou assim, não entendo nada do que está acontecendo mas pela primeira vez na vida... Meu coração está batendo longe de mais para eu me importar.
Continuo olhando o mundo a minha volta, mas a cada minuto ele me interessa menos ainda. Onde estou? O que estou fazendo? Para onde estou indo? Tanto faz. Me pergunto se é assim que as pessoas se sentem quando estão drogadas. Se for, eu consigo entendê-las muito bem, porque continuam se drogando e tudo o mais. Eu estou feliz. A quanto tempo eu não me sentia bem? Assim, sem motivo, só... Bem. Bem de um jeito estranho, sim, mas bem. Cada piscada é uma eternidade, as pessoas passam por mim como se fossem fantasmas e eu quero comprimenta-las todas, rir com elas, rir delas, o tempo parou em algum momento e eu não percebi. Em minha cabeça uma confusão de tragédias, pensamentos ruins e mais pensamentos ruins que não me atingem. É como se meu cérebro estivesse lutando para me trazer de volta a realidade. Minha mente voa longe de mais, tarde de mais. Não sou... coisa alguma. A ponta de meus dedos formiga e eu estou tão anestesiada que acho que se alguém me desse um soco eu não sentiria absolutamente nada. Eu vou desaparecer. E vai ficar tudo bem, ninguém vai lembrar de mim, ninguém vai chorar por mim, eu nunca vou dar mais trabalho nenhum, nunca vou fazer mais mal para pessoa alguma, eu vou só desaparecer. Como se nunca tivesse existido.
Eu não existo. Nunca existi. A peça é uma mentira, a vida é uma mentira. Vou acordar amanhã e rir o mais alto que puder dessa grande piada. Por que estou aqui afinal? Olho para cima na esperança de me encontrar, mas a única coisa que eu posso vez é aquela garota no chão, sorrindo não sei para quem ou para que, em uma fila qualquer, entre pessoas quaisquer. O mundo continua sempre o mesmo mas minha mente já foi para o espaço e voltou sem que ninguém percebesse. Será que o mundo continua sempre o mesmo? As pessoas agem como se a resposta fosse sim, mas não para mim... Não o meu mundo. Olho para minhas mãos, minhas. É, estou de volta.
2 comentários:
nao entendi nd kkk mas comentei soh para falar um oi... Oi *-* :) Ana
UHEUEHUEHEUHUEHUEHUH olá! Obrigada pela visita. Acho que o fato de você não ter entendido é um bom sinal XD fico preocupada com quem fala que entende tudo o que eu sinto.
Abraços! E volte sempre.
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