"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Por mais uma chance.



De novo. Tenho medo. Eu não posso simplesmente ficar curada? Um tratamento milagroso, algo assim, faço qualquer coisa. Pedi por ajuda, finalmente pedi por ajuda, mas agora tenho medo do que essa ajuda vai me custar. Eu temo pela minha liberdade, temo pela minha autonomia incerta, pelo meu direito de fazer besteiras atrás de besteiras. Eu sei, eu sei. Eu preciso de ajuda. Eu não aguento mais. Não posso viver assim, é impossível viver assim. Eu quero uma mão que me segure quando eu não tiver mais chão, quero uma camisa de força, quero algo que me prenda a realidade quando nada mais for certo. Mas o que isso vai me custar? Me pergunto agora se eu realmente deveria ter pedido ajuda. É um pouco perigoso me deixar solta por aí, é verdade. Tenho a terrível mania de cortejar a morte, ser autodestrutiva e impulsiva. Tudo para mim é o fim do mundo, tudo é complicado demais, sofrido demais. Dói respirar, dói estar viva, dói qualquer mínimo movimento.

É... Eu preciso de ajuda. Há muito tempo está claro que não consigo sozinha. Vivo mal, arrastando tudo com a barriga, tropeçando e caindo o tempo todo. Penso em me cortar, penso em morrer, penso, enfim, em desistir. Mas vou levando, vou levando. Há dias bons de vez em quando, dias em que acredito que há uma solução, que no fim não estou tão mal assim, que tudo vai ficar bem e eu vou conseguir melhorar. Mas então os dias maus voltam e toda a esperança desaparece, todos meus sonhos são arrancados de mim e não sobra nada a não ser uma criaturinha encolhida, deplorável, chorando compulsivamente. A morte, a morte. Imploro por ela, ao mesmo tempo que rezo para alguém me impedir de chegar a esse ponto. Por favor, me deixem morrer, por favor, me salvem. Eu preciso de ajuda, eu preciso de ajuda. Ajuda? Não, não, não... Por favor, não me internem. Eu sei que sou um perigo para mim mesma, sei disso, mas vocês não podem simplesmente interromperem minha vida quando bem entenderem. Eu tenho vida, não importa o quão deplorável ela seja, não importa o fato de eu chorar quase todo o santo dia e permanecer sangrando não importa o que aconteça. É a MINHA vida. Não quero que ninguém a tire de mim, se eu não melhorar, se eu não posso melhorar, eu mesma quero por fim nela.

Talvez eu não devesse ter pedido ajuda. Talvez eu devesse ter ficado quieta, continuado a mentir. Está tudo indo muito bem, obrigada. Não... Não posso mentir. Há algo em mim gritando por mais uma chance, uma única chance. Sim, eu preciso de ajuda. Preciso desesperadamente de ajuda. Por favor, não desistam de mim. Por favor, me deem alternativas, horizontes, esperanças. Eu faço o que for preciso para melhorar. Qualquer coisa. Não me deixem aqui morrendo dia após dia. Isso não está certo, ninguém pode viver assim. Por favor, me ajudem.

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