"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Desculpas


Você... Ora, você! Tão inútil e errada. Você que é o problema de todas as pessoas a sua volta. Você que não passa de um peso. Você notou? Espertas foram as pessoas que sutilmente se afastaram de você, agora observam de longe, seguras. Espertas as pessoas que desistiram de sofrer por você. As que te vêem e não perguntam mais "como vai você?" porque sabem que a resposta nunca é um simples "tudo bem".

Você ai, se fazendo de vítima, vítima de si mesma. Que ridículo... Você não pode simplesmente se controlar? Você não pode simplesmente crescer? Pare de fazer essas coisas, não é possível que seja tão difícil assim. Todo mundo tem dias ruins, porque você acha que o seu é pior do que os outros? Ninguém faz o que você faz. Nada justifica isso que você é. Como você explica isso? Por que você faz isso? Me diz, por quê?

Eu não sei porque. Não sei... Não... Eu sei que todo mundo sofre, sei que existem pessoas que sofrem mais do que eu e não fazem essas coisas, eu sei. É só que eu acho que alguém roubou algo do meu cérebro e do meu coração, que me faz ser assim. Algo falta aqui dentro, algo muito importante... Então eu preciso fazer alguma coisa, qualquer coisa, para tapar esse buraco, entende? Não você não entende, o vazio não é um vazio normal, é desesperador... E quando ele dói, acho que fico meio doida, sinto como se não fosse mais eu, acho que eu morro quando isso acontece. Ai meu monstro toma conta de tudo. Meu monstro não tem sentimentos, ele gosta de me machucar, é o único jeito que ele consegue sentir. E ele e eu precisamos sentir. Não sei o que aconteceria se eu desistisse de lutar para sentir, acho que morreria, acho que nunca mais conseguiria voltar a ser eu mesma, acho que enlouqueceria.

Vivo minha vida em função dos meus sentimentos desenfreados e intensos... Se me tirarem isso, eu viro ninguém. Eu desapareceria. Não quero desaparecer, quero sentir que estou viva ainda em algum lugar, quero voltar a ter esperança de melhorar... E para isso eu preciso me cortar, preciso sentir, isso me acalma, me faz voltar para a terra, me faz voltar a ser a sabrina, faz meu monstro se aquietar bonzinho dentro de mim. Não sei o que mais eu posso fazer... Eu aguento sim, por um bom tempo... Mas eu tenho um limite, meu limite de sanidade. E quando eu chego nessa tênue linha, em que eu sinto os pedaços da minha personalidade se perder no emaranhado que eu sou. Eu realmente preciso fazer algo para não enlouquecer.

Mas isso tudo não passa de desculpas.

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