"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Andei pensando...



Talvez eu ainda não consiga me manter forte e erguida por tanto tempo... Tudo bem, vai passar. Tudo bem, eu posso fazer outras coisas. Estou bem! Sério, posso me distraí sozinha, sei que posso. Só doí, as vezes, esse vazio... que eu estou aprendendo a aceitar como parte de mim. Mas está tudo bem. Respirar doí um pouquinho, me levantar de manhã também, manter o sorriso em meus lábios, me esforçar para me manter sempre distraida, sempre, me esforçar para não entrar nunca em nenhuma situação que favoreça minha dor. Só cansa um pouquinho as vezes... E eu quero fugir de mim mesma, do que eu sou, do que eu sinto, das pessoas a minha volta, de tudo. Mas eu não posso fugir, não! Não posso, fugir significa ficar sozinha comigo mesma... Eu não posso, tenho medo do que possa fazer, tenho medo do que sou, assim sem lógica nenhuma. Tenho medo.

De um tempo para cá vem crescendo uma paranóia em mim muito grande em relação aos remédios também... Desde minha primeira crise de abstinência tenho um medo enorme de que eles acabem de uma hora para outra ou eu esqueça de tomá-los. As doses estão aumentando, os sintomas da abstinência podem se tornar insuportáveis (já são insuportáveis na verdade). E ao mesmo tempo que eu tenho medo de ficar sem eles, eu não quero mais tomá-los... Simplesmente não quero mais! Não gosto disso... Não gosto de ter que me drogar para conseguir ser mais normal... Isso é injusto. Ninguém precisa de estabilizadores de humor para conseguir se controlar, ninguém precisa se drogar para conseguir ser mais normal. Me sinto tão... presa. Eu sei que não é verdade, eu sei que faz bem para mim... Eu entendo que estaria MUITO pior sem eles, mas ainda sim a vontade de deixar de tomar é grande, apesar do medo.

É engraçado também... como ninguém vê o quanto você se esforça. É engraçado como eles te diminuem em rótulos como se você não passasse disso, como se não tivesse mais nada de bom em você. Eu não sei... Cara... As pessoas podem jogar tão baixo as vezes para te derrubar. Mas tudo bem, eu mereço, eu sei que mereço todo o ódio que vocês têm para me dar... Mas sabe, tem uma coisa que eu não mereço. Eu não mereço esse vazio em meu peito, não mereço essa solidão que me consome, não... não mereço, me odiar, me machucar, me diminuir... Não mereço. Mas sabe, é difícil mudar o que eu sinto, o que eu penso, principalmente a bagunça que eu sou. Sabe porque eu me faço de vítima? Como vocês tanto adoram jogar na minha cara? Porque juntem... pensem, só uma vez em juntar, o que eu faço comigo mesma, mais o que o mundo faz. É um pouco de mais para uma pessoa só, não acham? Eu sou uma vítima... Não de vocês, não do mundo (porque todo mundo sofre, todo mundo tem problemas e todo mundo erra), mas uma vítima de mim mesma. Sabe quando eu digo que me sinto um monstro? Eu sou um monstro... Ninguém me destroi e me machuca mais do que mim mesma.

Parece burrice né? Não faz muito sentido não é? Porque eu faço isso? Por quê? Porque eu não posso simplesmente ser o mínimo normal possível e... sei lá, não se odiar tanto? Eu não sei... Eu também não entendo. É só como eu me sinto... Não posso simplesmente "evitar". É o que faço, que por ser impulsiva do jeito que sou, também é difícil controlar. É o que eu sou. Me desculpe se o fato de eu ser assim te incomoda, ok? Me desculpe se você fica um pouquinho irritado com minha burrice... Realmente eu sinto muita pena de você por eu ser a porra de um problema ambulante. Nunca pedi para você entrar na porcaria da minha vida, ok? Cara... eu mal posso esperar para nunca mais precisar olhar para a cara de nenhum de vocês.

Porra... E eu que sou a egoísta... Eu não entendo, simplesmente não entendo. Teu pai brigou com você é? Perdeu o lixo de alguma inscrição? Sei lá! Ficou irritadinha porque o mundo não é exatamente como você quer que seja?? Quero que você se foda com sua vidinha nojenta que se resume a animes e jogos. Acha que isso é sofrer? Vai se foder, por favor. Você não sabe de nada, ok? NADA. Não me venha dizer que entende, que compreende a merda da vida ou que é super inteligente e maduro. É o caramba. O dia que você quebrar tua cara, mas quebrar bonito mesmo, o dia que você sentir tanto ódio de você mesmo que seria capaz de se atirar na frente de um caminhão, nesse dia, você venha falar comigo, tudo bem? Ai, talvez, eu te escute. Um dos maiores erros da minha vida foi ter escutado por tanto tempo uma criançinha prepotente que se achava tão grande e esperta. Minha burrice é incrível mesmo.

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