"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Medos e receios



O medo. Fecho os olhos e não posso abri-los novamente, não posso, não posso. Há um monstro bem diante de mim, posso senti-lo, posso ouvi-lo, se eu abrir os olhos ele vai me pegar, ele vai existir de verdade, enfim, e nunca mais vai embora. Meus braços tremem, quero colocar minhas mãos diante de meus olhos, para me proteger, para poder abri-los e continuar não vendo nada, mas não posso, não posso. Se eu me mexer o monstro vai me pegar, ele está só esperando, só esperando... Por que não vai embora? Imagens horríveis passam diante de meus olhos fechados, vai acontecer comigo, vai acontecer, vai acontecer. Quero pensar em outra coisa, quero dominar minha mente, meu corpo, quem eu sou, mas não posso, não posso. Estou tão assustada que nem chorar eu consigo, o medo me paralisa, o monstro me paralisa. É a primeira vez que eu o sinto fora de mim de um jeito tão forte, não sei o que é pior, ele dentro de mim me expulsando de mim mesma ou fora... me cercando, acuando, aterrorizando.

Não sei o que fazer, não sei o que fazer. Quero gritar por ajuda, quero que alguém me abrace e me tire daquela situação. Mas não posso me mexer, não posso, não posso. Não posso falar, não posso abrir os olhos, logo não poderei mais respirar. É como estar se afogando, sentindo as esperanças te abandonando a medida que você afunda na escuridão. Eu deveria estar escrevendo sobre os medos e anseios que tenho do período que está por vir, quando estarei longe da minha psicóloga e da minha namorada... Mas no fim estou só escrevendo sobre um medo totalmente irracional e irreal. Mas talvez todos os medos sejam irracionais e irreais, não sei ao certo. O que posso dizer? Tenho medo do meu monstro, tenho medo de mim mesma, tenho medo de fechar os olhos, tenho medo de abrir portas e de olhar para os cantos escuros de algum lugar, tenho medo de banheiros, tenho medo do meu gato andando sorrateiro pela casa, tenho medo de ficar sozinha, tenho medo de ser abandonada ou deixada de lado, e tantos outros.

E para cada medo, há a tendência de se criar um comportamento obsessivo, e para cada comportamento obsessivo, uma fuga, que alimenta outras fugas, e geram outros comportamentos e assim por diante. É preciso lutar. Sempre é preciso lutar. Eu preciso me manter forte, independente das coisas que aconteçam a minha volta... Meu mal é ser altamente influenciável pelo ambiente a minha volta. O que posso fazer? Não posso abrir os olhos enquanto o monstro estiver bem diante de mim, pronto para me atacar ao menor sinal de fraqueza.

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