"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

domingo, 27 de maio de 2012

Sorry for the mess



Minha cabeça dói. Passei o final de semana inteiro dormindo de cansaço e no entanto agora mal consigo escrever de tanto sono. Eu gostaria que o mundo caminhasse um pouco mais devagar, que o dia tivesse umas dez horas a mais e que eu pudesse dormir o quanto eu quisesse. Tenho vontade de me trancar em meu quarto por dias, meses, anos. Todo movimento requer um esforço sobre-humano. Não, no momento não quero resolver meus problemas. Não, não quero me esforçar agora. Estou cansada, me deixe dormir, só mais um pouquinho, só mais um pouquinho. Sinto vontade de chorar e não consigo encontrar um motivo. Me sinto vazia, me sinto sozinha, terrivelmente sozinha. Queria conseguir conversar, com qualquer um, sobre qualquer coisa que me incomoda aqui dentro, mas eu não converso com ninguém. Não sei falar, não consigo falar. Então esse bolo fica preso aqui dentro, tornando minha respiração pesada e difícil. Não consigo, não consigo. Quero me encolher em um canto escuro e chorar, quero me cortar, quero sair correndo para bem longe. Vai ser sempre assim? Eu deveria me contentar com minhas pequenas conquistas, deveria olhar positivamente para minhas insignificantes vitórias, mas não consigo, desculpa, não consigo. Tenho tanto medo do futuro, do que vai ser de mim, de onde eu vou estar daqui a um ano ou dois. Sofrer adiantado se tornou uma obsessão para mim, admito. Mas o que posso fazer? Não consigo controlar meus pensamentos, minha forma de ver o mundo, quem eu sou. Não adianta eu repetir para mim mesma que vai ficar tudo bem, que eu estou bem, algo grita desesperadamente aqui dentro, grita que nada está bem, que coisa alguma vai ficar bem. Não posso ignorar essa voz, esse desespero.

Eu preciso de ajuda, eu preciso desesperadamente de ajuda. E eu a tenho! O tempo todo, minha psicóloga, meu psiquiatra, meus remédios, tudo o que me ensinam, tudo o que me falam... E no entanto eu continuo precisando de ajuda. É como se eu fosse um buraco negro, sugando a atenção e ajuda de todos a minha volta o tempo todo, sugando toda a luz, toda a esperança, toda a felicidade. Constantemente. Minha psicóloga disse para eu abolir a palavra "monstro" do meu vocabulário para tentar destruir essa "personalidade alternativa" que eu criei dentro de mim por covardia... Ela fala que não existe monstro, que eu não sou um monstro. Mas é difícil acreditar nisso vivendo em minha pele. A única coisa que eu ofereço para as pessoas a minha volta é trabalho, um muro inquebrável, tristeza, mais trabalho, às vezes irritabilidade, impulsividade destrutiva, indiferença, desapego, dependência, desconfiança, medo. Não sei oferecer mais nada. Como posso deixar de me enxergar como um monstro? Eu machuco as pessoas, quando não confio, quando não consigo conversar, quando me corto, quando penso ou planejo me matar, quando não consigo demonstrar o quão importante elas são para mim, quando aparento indiferença, etc. Às vezes tenho vontade de passar o dia pedindo desculpas, por existir, por respirar, por chorar, por sentir tanta dor, por ser um desperdício em todos os aspectos, por ter um cérebro quebrado e uma alma tão vazia, por reclamar, por cair tantas vezes, por não conseguir aprender de forma alguma, por não ser capaz de superar o problema mais insignificante, por ser tão dependente, por ser tão infantil, por ser tão destrutiva, egoísta e má.

Me desculpem. Me cubro por trás de uma mascara de indiferença enquanto minha alma sangra, me desculpem. Minha mente me escorrega pelos dedos para um lugar bem longe, longe de toda essa dor, para outro universo, para um mundo alternativo onde eu não sou quem eu sou. Me desculpem.

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