"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

sábado, 10 de dezembro de 2011

Sempre um fim de mundo


Um pequeno acontecimento faz minha vida inteira perder o sentido. Me sinto um cego em pleno tiroteio. E agora? Não faça disso o fim do mundo, as pessoas me dizem e em seguida listam soluções. Não, vocês não entendem, tenho preguiça de me explicar. As palavras são inúteis de mais, não sei usá-las de forma correta. Se é que alguém sabe. Estou sempre perdida de mais e nunca sou boa o bastante para minhas próprias exigências. As vezes não sei se o mundo corre de mais para que eu consiga acompanhá-lo ou se sou eu que corro de mais para que o mundo consiga me acompanhar. Talvez os dois, talvez nenhum deles. Tanto faz. Me sinto vazia de mais para chorar, me importar ou o que quer que seja, mas há cinco segundos atrás eu estava tão cheia de sentimentos que pensei que nunca mais pararia de chorar, isso confunde minha cabeça.

E lá está ela, bêbada e se divertindo de mais para perceber que as férias estão chegando e que provavelmente esta tenha sido a última vez em meses que a gente conseguiu passar uma noite juntas. Algumas frases ditas ontem continuam ecoando terrivelmente em minha cabeça dolorida (bati ela ontem na parede com toda a minha força), talvez eu as tenha entendido errado, não sei... Mas o fato é que elas estão aqui diante de mim e eu não sei o que diabos eu fiz de errado para merecê-las, estou cansada, como sempre. Não, não estou cansada, estou indiferente, o que é pior. Faça o que você quiser, certo? Faça o que você quiser comigo, com você, com nós... Tanto faz. Como sempre, vou agradecer os dias de sorte, quando você notar que eu existo e quiser ficar comigo e vou lamentar os dias de azar, quando eu for ninguém aos seus olhos, quando seus beijos se resumirem a alguns segundos frios e distantes e eu perceber que implorar por atenção não adianta de nada. Tanto faz.

Todo o esforço que eu faço todos os dias é completamente inútil. Estou confusa, tem algo de errado, não tem? Tem algo bastante errado. As pessoas estão o tempo inteiro exigindo de mim melhores atitudes e tantas outras coisas, e eu nunca exigi nada de ninguém... Porque não pode ser eu quem dita as regras? Porque? Porque só eu preciso melhorar e parar de fazer coisas? Isso não faz sentido. Ah sim... Eu tenho um rótulo na minha testa, que permite com que eu leve bronca a vontade e não tenha "moral" para pedir nada à ninguém. Tudo certo e muito justo, claro.

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