"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Você já se sentiu assim?



Você já se sentiu sozinha? Não naquela tarde chata de terça-feira, quando o mundo parece ocupado de mais para notar sua existência, mas sim no meio de uma festa, no meio de um abraço que deveria te consolar, em uma roda de grandes amigos ou no meio de um sorriso. Não uma solidão comum e passageira, ou até boa às vezes, mas uma solidão profunda e completa, como se não existisse pessoa alguma na multidão que te cerca. Uma solidão que apaga tudo o que pode existir de bom em você, porque te mata a cada segundo que dura. Uma solidão que destrói tudo o que toca, que preenche seus ouvidos com um silêncio ensurdecedor, que faz seu peito doer como se você estivesse levando uma facada, que, enfim, acaba com qualquer esperança de dias melhores. Você já se sentiu triste? Não só triste, mas algo além disso, uma dor e um desespero tamanhos que te fazem pensar que só a morte poderia servir como remédio. Não um simples vazio, mas sim um verdadeiro buraco negro em seu peito. Você já se sentiu assim? Já se sentiu assim tantas vezes e tão intensamente que pensou que fosse enlouquecer? Se sim... Como você aguenta? O que faz para suportar? Por favor, me conte o segredo. Eu não sei lidar com isso, pelo menos não sem me cortar compulsivamente.

Eu não quero mais me sentir assim dia após dia, me afundando na dor e na tristeza cada vez mais. O que eu mais quero na vida é ter a porcaria de uma vida normal e eu simplesmente não consigo, não importa o que eu faça. Essa maldita doença já destruiu minha vida por tempo demais. Eu preciso saber qual é o grande segredo, preciso aprender a suportar o mundo, preciso iluminar minimamente meu caminho, saber para onde estou indo, essas coisas. Eu não quero viver assim... Remédios, terapias, hospitais e internações, nada parece resolver. Já se foram mais de três anos de luta, quantos mais me esperam pela frente? Eu tenho medo do futuro, tenho medo das crises que eu ainda vou ter e do quanto eu ainda posso piorar, tenho medo de toda a dor que eu ainda vou sentir e de todas as lágrimas que eu ainda vou derrubar. Tenho medo porque toda a vez que eu surto, eu sei que não foi nem vai ser a última vez. O amanhã sempre me espera com uma surpresa que pode ser nada boa.

É claro que as coisas sempre podem dar certo no final, e pode ser que eu nunca mais precise ser internada, pode ser que eu nunca mais me corte, pode ser que com o tempo eu encontre o equilíbrio e aos poucos consiga sobreviver sem tantas muletas a minha volta... Mas eu duvido muito. A história nos mostra como o futuro tende a ser, e a minha história é uma tragédia, eu sou uma tragédia. Pode-se dizer que minha vida é uma combinação de fatores que deram errado, que muito dificilmente conseguirão se resolver e dar certo. Enfim, sou uma grande pessimista também, claro. Mas como não ser? É isso que eu quero saber, como não ser como eu sou, como suportar todas essas coisas ruins a minha volta, como dar a volta por cima, como superar obstáculos, esquecer traumas e, finalmente, crescer. É isso que eu preciso saber.

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