"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

domingo, 11 de novembro de 2012

Consequências de uma tal festa



Só mais uma noite aparentemente normal. Uma festa, álcool, maconha. Você destruiu minha fortaleza de areia. Mais de dois anos construindo... E uma única noite, um único minuto, para destruir tudo. Como se não fosse importante, como se eu não existisse. Como se eu fosse menos que ninguém para você. Ela é mais bonita? O que ela tem que me falta? Não consigo parar de me perguntar... Será que é mais feminina? Mais confiante? Será que conversa bem? Eu queria... Ser boa o bastante. Ela deve vestir saia e salto alto. Eu sou desajeitada e confusa. Me sinto a pior pessoa do mundo de novo, não consigo nem chorar mais, eu só quero é bater minha cabeça na parede até desmaiar, abrir cortes que sangrem por horas, essas coisas. Me desculpem, meu monstro está solto aqui dentro. Não sei o que fazer, o que pensar, o que sentir. Acho que morri no meio do caminho e não percebi, ou congelei no tempo e não me dei conta. Não sei.

Como... Como você lida com uma traição? Como você segue em frente? Alguém que você amava, confiava, alguém por quem você iria até o inferno para salvar... De repente te apunhala pelas costas. Tento olhar para o que restou da enorme fortaleza que construímos juntas e me pergunto onde eu errei, talvez alguma rachadura, talvez algum buraco, não sei. Me sinto vazia, mais vazia do que nunca. O buraco negro em meu peito sugou tudo o que eu sou. Sinto um bloqueio em minha mente também, não consigo pensar direito, meus pensamentos giram em torno de uma única coisa. Insistentemente. Queria conseguir chorar pelo menos, deixar essa escuridão sair por entre os soluços... Mas não. Eu guardo, guardo tudo... Há certas coisas que as lágrimas não curam, é preciso sangue. Ao menos é o que meu monstro sussurra em meu ouvido.

E agora? Eu não sei... Como você pode fazer isso? Você mesma me disse que nunca me perdoaria se eu fizesse isso com você. Isso não é um pouco injusto? Quero esquecer, deixar tudo para trás, fingir que nunca aconteceu... Mas não posso. Eu confiei em você, como posso confiar de novo? Estou com medo... De você, de mim, do futuro, do que vai acontecer. Eu não quero ser a idiota da relação, a que aguenta tudo calada e que é feita de gato e sapato. Não é isso que eu quero para mim.... Talvez eu já seja a idiota e não nem percebi. Aquele dia... Eu sabia que havia algo de errado, mas mesmo assim engoli meus medos e desconfianças e pensei... Pensei que te amava e que confiava em você e que sabia que você nunca faria nada para me machucar. Eu continuei sorrindo e tentando fazer você se sentir melhor. Eu deveria ter ouvido minha intuição... Mas não, eu sou paranoica de mais, desconfiada de mais, não posso dar ouvidos para meus pensamentos malucos.

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