"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Casos de família



Eu só queria conversar um pouco... Eu só queria alguém capaz de me ouvir um pouco e entender a dor que se esconde nas entrelinhas. Eu não estou bem. Parece que eu estava conseguindo, parece que as coisas estavam começando a caminhar bem, não é mesmo? Agora sinto como se tivesse sido lançada sem dó nem piedade para meu lugar de origem. Me sinto apagada, morta, alguém sem importância, uma estranha dentro dessa maldita casa. E eu não entendo. Não entendo o que fiz de errado. Eu estava me esforçando, de verdade. O que eu fiz de errado? Eu tento e tento.... E não consigo. Eu estava começando a me acostumar um pouquinho... A fazer parte, a construir um laço ou outro, mesmo que tênue. Agora estou de novo sentindo vontade de vomitar só em pensar nessas coisas. Eu quero ir embora, eu preciso ir embora. Sinto vontade de me matar só em pensar que ainda vou demorar mais de dois anos para me tornar independente.

Meu peito dói, minha gargante e minha cabeça, que eu acabei de socar até as lágrimas pararem de cair e meu coração ficar vazio. É isso que dá quando a gente abre as portas, quando a gente se permite confiar um pouquinho em alguém. A grande maioria das pessoas nunca vão ser confiáveis, eu deveria saber disso muito bem a essa altura da minha vida. Me sinto uma idiota agora. Não quero mais tentar, não quero nunca mais. Eu cansei, isso aqui não tem jeito, não tem conserto. Isso nunca vai dar certo. Nunca. E, escreva o que eu digo, isso aqui ainda vai gerar coisas muito ruins enquanto existir. Estou cansada. Estou decepcionada. Profundamente decepcionada. Bom, já estou de volta no meu lugarzinho, chamando o menos de atenção possível, todos podem continuar suas danças mentirosas sem tropeçarem em minhas inconvenientes verdades.

Boa sorte para os que ficam, eu já não tenho nada a ver com isso. Adeus.

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