"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

sábado, 8 de setembro de 2012

O passado que te persegue



O passado está logo ali, na esquina, no amanhecer, no entardecer, no presente e no futuro. Ele quer comandar a sua vida, limitar suas escolhas, destruir suas certezas. Ele não vai desistir. Dia após dia, não há escapatória, não há alternativa. Ele virá. Ele sempre vem. E você precisa enfrentá-lo, sim, enfrentá-lo todos os dias. Você não pode mais tapar os olhos e fingir que ele não existe, que não está destruindo sua vida aos poucos, porque ele está. E vai continuar caso você não faça nada. Por outro lado você não sabe ao certo o que fazer, como lidar com tudo aquilo, você se sente impotente porque o que vem lá de trás, vem com tudo, com todas as armas, te cerca por todos os lados e faz você se sentir como uma criança indefesa como há muitos anos atrás. É para isso que ele ainda está vivo, para te destruir, para te deixar para baixo e te impedir de pensar no presente e no futuro.

Você precisa se mexer, você sabe disso, há um bom tempo você sabe disso. Os anos de fuga e negação acabaram, a verdade bate a porta, te soca bem no peito, abre seus olhos à força. As lágrimas escorrem pelo seu rosto e não há ninguém no mundo que pode te ajudar. Solidão, dor, escuridão. Você pode gritar, chorar, reclamar, não importa, o passado vai continuar bem ali e você precisa aprender a lidar com ele de alguma forma, seja ela qual for. E é nesse momento que algumas pessoas se perdem. Há diversas formas de se lidar com algo difícil, infinitas, de verdade. Álcool, drogas, automutilação, enfim, vícios em geral. Você pode se perder muito, muito mesmo, mas há outras alternativas, sempre há, por mais que as vezes essas sejam as mais difíceis de serem vistas no pequeno horizonte proporcionado pelo passado.

Você pode nunca vê-las, você pode seguir direto para as mesmas sem nem pensar no que sempre parece o caminho mais fácil e prazeroso. O que faz o caminho de uma pessoa ser tão diferente da de outra? Não sei. O acaso, personalidade, vivências, quem pode dizer? Tudo isso, nada disso. De qualquer jeito, somos todos sobreviventes, ao menos enquanto continuamos de pé frente a tamanha dor. Não acredito que alguns são mais fortes que outros, não... Diferentes, sim, não melhores ou piores. Cada cérebro encontra seu jeito de se lidar com o que quer que te assombre no passado, seja esse jeito saudável ou não. Não acho que isso defina força emocional, uma pessoa viciada em crack, com a vida arruinada pode ser extremamente forte e alguém que nunca colocou sequer um gole de álcool na boca, pode ser extremamente fraco. Cada um é cada um e por mais que as experiências pelas quais você passa ajudam a definir quem você é, as mesmas não funcionam necessariamente como sentenças de que você será isso ou aquilo, ou passará a vida sofrendo ou o que quer que seja. É importante saber a vida é feita, acima de tudo, de escolhas e que sempre há outra alternativa, por mais que você não a esteja vendo.

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