Não é difícil notar que a maioria dos grandes artistas possuem problemas emocionais enormes. Não é difícil associar a arte à dor. Não é difícil ouvir escritores amadores ou não reclamando que só conseguem escrever decentemente se estiverem se sentindo mal de alguma forma. É chorando que as palavras, imagens, ou seja lá o que for, mais belas saem de nós, as mais fortes também, é nossas lágrimas representadas naquilo que tocam as outras pessoas. Não é difícil observar que as pessoas mais perturbadas são a que mais se agarram a algum tipo de arte. Não quero dizer que só quem sofre pode produzir arte, óbvio que não... Mas são essas pessoas que mais choram que mais se dedicam a ela, as que mais precisam daquilo como válvula de escape. Quero dizer... Você escreve, pinta, desenha, não importa, porque precisa. E imagino que isso que a torne bela ou única... Da mesma forma que cada pessoa é diferente, cada palavra saida da alma de cada pessoa também será diferente, única.
Acho lindo pensar desse jeito... Acho lindo pensar na arte. Acho genial ouvir alguém dizendo que se sentiu tocado por algo que eu disse, alguém que se sentiu descrito nas minhas palavras, alguém que de alguma forma sentiu o que eu senti escrevendo. Acho que todo mundo que faz algo parecido deve vibrar como eu quando escuta essas coisas, não é? É brilhante... Satisfação pessoal deve ser isso. Fazer algo que você ama de paixão e ser reconhecido de alguma forma, mesmo que só exista uma pessoa que te reconheça, não importa. Você conseguiu... Você conseguiu mudar um pouquinho alguém com o que você faz, conseguiu tocar em sua essência, conseguiu fazer com que ele gastasse alguns minutinhos refletindo, sentindo. É genial.
Quanto a dor, todos nós sofremos... Mas alguns de nós parecem procurar essa dor, quase como se entendessem que só nela vão conseguir produzir seus melhores trabalhos. Ao menos comigo... É chorando e sangrando que eu me sinto mais viva e que eu mais preciso escrever, tanto quanto respirar. Não no momento, no momento eu não consigo nem me mexer, mas assim que o pior passa... Eu corro desesperada para a tela do meu computador ou para uma folha de papel e disserto minha alma. Não importa se as palavras sairem feias e distorcidas, aquilo sou eu. E expor minhas entranhas me acalma, me alivia. Eu preciso. Não sei lidar comigo mesma, preciso colocar pra fora.
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